Estávamos sentados diante da câmera do computador de AC, no quarto dele, e eu comecei a cantar "With You", do Chris Brown, enquanto AC apenas movia os lábios como se estivesse me acompanhando. Ele estava encarregado do vídeo, motivo pelo qual ficou saindo do quadro -ele estava tentando gravar ao mesmo tempo. Esse vídeo acabou se saindo melhor do que os outros, o que chamou nossa atenção.
Não que esperássemos conseguir alguma coisa com aqueles vídeos, mas decidimos ver quantos inscritos conseguiríamos para o nosso canal, só por diversão. Conversamos com outras pessoas que tinham canais no YouTube, e elas nos disseram que a melhor maneira de aumentar o número de inscritos era postando novos vídeos com frequência. Foi o que fizemos, e acabamos fazendo vários outros vídeos de músicas. Eles eram fáceis e divertidos, e tinham uma boa resposta do público. Além do mais, eu adorava cantar.
Aos poucos, ficamos mais disciplinados. Criamos uma regras: tínhamos que postar um vídeo novo a cada semana. Além disso, agora que estávamos tentando melhorá-los e atrair mais pessoas, AC e eu começamos a pensar em outras maneiras de conseguir mais visualizações. Num fim de semana, na minha casa, tivemos algumas ideias.
Imprimimos mil panfletos promovendo o canal Shoot Us Down e fomos até a cozinha perguntar à minha mãe se ela poderia nos levar ao shopping.
Ela sempre se mostrava disposta a levar até San Antonio, tal como havia prometido quando nós mudamos para La vernia e eu tinha ficado com medo de perder as aulas de bateria e não ver mais meus amigos. Por isso, é claro que ela concordou. AC e eu nos sentamos no banco traseiro do carro com uma pilha enorme de panfletos. Minha mãe nos levou até o shopping North Star, em San Antonio, que sabíamos ser o local onde a garotada gostava de se encontrar. Ela nos deixou lá e disse que nos pegaria em algumas horas.
Encontramos uma mesa vazia na Praça de alimentação e deixamos alguns panfletos, que não eram nada sofisticados, apenas algo para divulgar nossos nomes: um papel branco com as palavras SHOOT US DOWN em letra de forma grande preta, uma foto nossa e o endereço do nosso canal no YouTube. Deixamos outros em lojas e alguns até no chão -em qualquer lugar onde as pessoas pudasse pegá-los. Rimos o tempo inteiro, zoando um ao outro, pois não tínhamos ideia se aqueles panfletos surgiriam efeito ou se estamos apenas perdendo tempo. Pelo menos, estávamos tentando alguma coisa.
Na segunda-feira depois da aula, já ns casa de AC, entramos no nosso canal, como fazíamos diariamente. Só que dessa vez à página pareria um pouco diferente. Havia uma série de novos comentários.
"Vi o seu panfleto no shopping. Gostei dos vídeos."
"Encontrei seu panfleto. Vídeos.legais."
Olhamos um para o outro e começamos a rir.
-Legal. Deu certo -falei.
Depois disso, passamos a ir ao shopping quase todos os fins de.semana, quando minha mãe podia nos levar. Sempre tivéramos vontade de passear por lá, pois não havia nada para fazer em La Vernia, mas agora era diferente.
Agora parecia que estávamos realmente fazendo alguma coisa.
Até que percebemos uma mudança no shopping.
Era uma tarde de sábado e estávamos lá. De repente, notamos um grupo de garotas nos seguindo, mantendo uma pequena distância, mas nitidamente falando sobre a gente. Não as reconhecemos da escola, de modo que achamos que elas tivessem nos confundindo com outros rapazes que conheciam. Diminuímos o passo; por fim, elas se aproximaram. Uma delas deu um passo à frente e o restante riu, como se estivessem nervosas.
-Vocês são aqueles caras do YouTube que postam vídeos hilários -disse a garota.
A princípio, achei que ela estivesse falando dos vídeos de música, chamando meu jeito de cantar de hilário, ou seja, ruim, mas então percebi que era um elogio, portanto, ela devia estar se referindo aos outros, àqueles em que ficávamos fazendo palhaçadas e nos divertindo.
AC e eu nos entreolhamos. Tínhamos acabado de conhecer alguém que gostava do que a gente fazia!
-Obrigado por assistir -falei, tentando ser simpático.
Foi então que a fich caiu. A gente tinha fãs. E eles não achavam apenas engraçados. Pelos comentários postados nos vídeos de música, dava pra ver que eles realmente gostavam de me ver cantar. Não muito depois, me peguei pensando em como alguns artistas tinham apelidos para seus fãs, como, por exemplo, od do Justin Bieber eram Beliebers, e os da Katy Perry, KatyCats. Foi então que me ocorreu. Se algum dia eu tivesse vários fãs, eles seriam os Mahomies -vocês sabem, uma mistura do meu nome, Mahone, com meus amigos, homies, "meus homies". Não achava que algum dia teria fãs de verdade, mas, bem, pelo menos havia aquelas garotas do shopping. Talvez elas pudessem se tornar Mahomies. AC e eu fazíamos um monte de piadas sobre ter fãs. Porque quem realmente acha que isso um dia irá acontecer?
No fim de outubro, gravamos nosso primeiro clipe "de verdade", uma versão de "Waiting on the world to change", do John Mayer. Eu sempre queria que o som ficasse bom, por isso dava o melhoe de.mim. No entanto, não nos preocupávamos se os vídeos pareciam profissionais ou não. Mas nos esforçamos mais naquele. Fiz uma pré-gravação dos vocais e, então, pedimos a Cameron -um dos outros caras com quem costumávamos andar além de Robert e Zach- que nos filmasse em Preto e branco, andando por La Vernia. Durante a ponte da música, eu "tocava" guitarra (usando óculos escuros, é claro), enquanto AC "tocava" teclado. Também fizemos uma cena dançando no quarto dele. Foi divertido.
Em pouco tempo, quase metade dos vídeos que postamos eram de mim cantando, enquanto os outros continuavam sendo vídeos aleatórios da gente. Os de canções tinham um retorno melhor, definitivamente, mas ainda não levávamos nenhum deles a sério, pelo menos não a princípio. Eu cantava e AC ficava no fundo em algum lugar, porque até então ele sempre aparecia nos vídeos comigo.
A primeira música que gravei sozinho no YouTube, para poder me concentrar um pouco mais na interpretação em si, foi "Beautiful Soul", de Jesse McCartney. Assim que AC ligou a câmera e a música começou, tive uma ideia: Eu acabara de conhecer uma garota bonita na praia, Selena, e saquei que seria uma forma de impressioná-la.
-Este é para você, Selena -disse eu.
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Como tudo começou - Austin Mahone [em revisão]
NonfiksiEssa é uma copia que eu vou estar escrevendo do livro do Austin Mahone, eu tenho o livro e quero que todas Mahomies que não tem como comprar, tenham acesso! se gostarem do capítulo que estão lendo, no final clica na estrelinha (curtir) e comente o q...