QUATRO

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- O que ele queria? - Louis pergunta ao sair do quarto.

O observo vestir uma camisa de mangas compridas, a calça ainda desabotoada e o cabelo bagunçado. Sua barba por fazer o deixa levemente mais velho, e também mais desejável.

- Adivinha? Ser inconveniente, como sempre. Não consigo entender a razão pela qual me mantive tanto tempo preso àquela família.

- Cada um com a cruz que merece, amigo - ele meio que ri.

- Ninguém merece uma família tão controladora como a minha - ergui meu olhar para ele. - Que merda! Eu já saí de casa, será que ainda não entenderam?

Louis dá a volta e me abraça por trás enquanto ainda estou sentado na cadeira à mesa. Por algum motivo não tive forças para levantar. Cada palavra que Liam dissera ainda paira em minha mente, me fazendo temer alguma coisa que desconheço.

- Está preparado para curtir o meu dia de folga, ou vai ficar aqui se martirizando pela incompreensão e obsessão de sua família? - fala baixinho em meu ouvido. - Se eu fosse você, ficaria com a primeira opção.

Dou um sorriso e me viro para ele de modo que seus lábios toquem os meus. O beijo dura poucos segundos, porém, seu efeito é forte o suficiente para me deixar feliz e apagar qualquer episódio ruim da minha mente. Eu me levanto e sigo para o quarto. Ponho uma calça jeans preta e minhas botas marrons. Abotoo a camisa deixando metade do peito amostra e voltou para encontrar Louis.

- Para onde vamos, mesmo? - pergunto quando começamos a descer as escadas do velho prédio.

- Dar uma volta por aí, num lugar aonde eu ia quando era criança.

- Não vai me contar onde é, né?

Louis olha para mim com os lábios franzidos.

- Desculpa.

Reviro os olhos e tento afastar a ansiedade do meu peito. Algo me diz que essa viagem me reserva algumas surpresas. E talvez, não querendo ser pessimista, não sejam tão boas.

Pense positivamente, Harry.


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