Espero Liam impacientemente, sentado a mesa e com os olhos fixos no nada. Consegui conter o acesso de pânico que tive e parei de chorar. Porém, a única coisa que eu queria que parasse de acontecer, ainda insiste em pairar em minha mente.
Eu salto da cadeira quando a campainha toca.
- Harry - diz Liam e ouvir a voz de alguém que sabe tanto sobre mim, que se importa tanto me deixa feliz. - o que está acontecendo?
Eu balanço a cabeça em sinal negativo e meus olhos ardem novamente. Ele, obviamente, entende o recado e me abraça amigável e confortavelmente. Uso o máximo de forças que tenho para não voltar a chorar, porque não quero que Louis perceba meu estado quando nos encontrarmos novamente... pela última vez.
- Eu... eu já sei, Liam - digo. - Só não entendo por que só agora que isso tá acontecendo. Eu não entendo! - Minha voz sai abafada devido a proximidade da minha boca ao ombro de Liam.
Ele fica em silêncio e passa as mãos em minhas costas, acalmando-me. Ficamos abraçados no meio da sala durante algum tempo até que ele se afasta e nos sentamos no sofá. O silêncio paira sobre o ambiente. Um silêncio sombrio e cheio de dor.
- De quem é esta casa?
- Da irmã dele.
- Achei que os pais dele também não aceitassem...
Direciono meu olhar até Liam, observando-o. Contraio um dos cantos da minha boca, quase como um sorriso.
- E não aceitavam. Engraçado como ninguém nos queria juntos, mas mesmo assim conseguimos e...
Eu balanço a cabeça. Liam e eu estamos sentados na mesma posição - curvados, com os cotovelos descansando sobre os joelhos. De soslaio percebo que ele me encara, mas eu não consigo olhá-lo diretamente, porque é como estar olhando para minha velha realidade. E isso é algo muito doloroso.
- Eu não consigo - falo finalmente. Agora olho diretamente para Liam. - Não vou conseguir...
Ele balança a cabeça, meio confuso.
- Conseguir... o que?
- Vê-lo ir. Não sei se suporto deixar Louis ir - desvio o olhar rapidamente, voltando a encará-lo. - O velho que era chefe de Louis me disse que é para deixar que Louis siga seus caminhos.
- E é melhor que você faça isso - replica suavemente.
- Por que também está me dizendo isso?
Liam se aproxima e põe o braço sobre meus ombros. Seus gestos são ternos e cheios de compaixão.
- Porque é o que é para ser feito, Harry. Nem sempre temos opções para escolher, em alguns casos, não há nem tempo para pensar sobre - ele faz uma pausa. - Quanto ao seu caso, não acha que já teve tempo suficiente para encerrá-lo?
Eu quero gritar que não. Que não tive o tempo que precisava e que não irei deixa-lo ir, mas as circunstâncias me impedem de nadar contra a corrente. Mesmo que eu queira me opor, nada que eu faça vai dar jeito.
- Vamos. Eu levo você até lá - diz Liam já se pondo de pé.
- Há um táxi aí fora a minha espera - falo recordando-me.
Liam balança a cabeça e contrai os lábios num sorriso sem humor.
- Não posso sair, porque disse que ia esperar...
- Cheguei! - Felícia diz.
Não há como escapar, Harry. Também não quero isso, mas é o certo. Olho ao redor, em busca de Louis. Mas não o encontro. Chegou a hora. Seja forte, assim como sempre foi.
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infinity
FanfictionHarry, filho de um influente político, renunciou sua própria família para viver ao lado de Louis. Ambos são felizes independentemente das circunstâncias. Vivendo um dia de cada vez, como se espera que pessoas normais façam. Mas um acidente envolvend...