infinity

DEZOITO

Eeeeeita! Por mais que eu queira pedir desculpas pela demora das atualizações, eu não vou pedir porque não mereço.
E como não há melhor forma de me redimir, aqui está o último capítulo de Infint 😢😍❤. Espero que gostem!!!

Louis anda calmamente até mim e sinto sua mão pousar sobre meu ombro. Ele se abaixa ao meu lado, me fazendo desviar o olhar do chão para si. Há certa complacência estampada em seu rosto, o que me deixa ainda mais nervoso.
- Está tudo bem? - pergunta.
- Nem um pouco - respondo balançando a cabeça.
Louis encosta a testa na minha e, meu peito aperta de tal forma que me faz sentir sufocado. Ele enfia seus dedos atrás da minha cabeça, entrelaçando-os em meus cabelos e movimentando-os de forma carinhosa. De repente se senta no chão a minha frente, incapaz de poder ficar de pé. Eu ouço seus soluços. Sinto um tsunami ameaçar explodir dentro de mim e escorrego para o chão, caindo ao seu lado. Meu corpo inteiro dormente, frio e sem vida. Escondo minha cabeça entre seu pescoço e ombro e as lágrimas descem de forma desordenada.
- Eu sinto muito - Louis consegue dizer. - Queria que fosse diferente... queria não ter que ir. Juro que se pudesse ficaria com você pela eternidade, mas não sou eu quem dita as regras...
Eu o aperto com um abraço, não querendo soltá-lo por medo. Tenho medo que ele suma, assim como aparece do nada. Medo que se vá e me deixe...
- Eu não quero perder você - digo entre as lágrimas. - Eu sei que é egoísmo, mas não quero que vá. Eu... eu não sou ninguém sem você, Lou. Nada que eu fui antes de você faz sentido... Só houve significado em ser eu depois que o conheci. E se você for, eu vou voltar a ser o que era antes... vou voltar a ser um propósito do meu pai.
À medida que minhas palavras saem, meu interior queima. Não o tipo de queimação referente a desejo e paixão, mas sim semelhante a medo e ressentimento.
- Sei que não deveria lhe pedir isso, mas, por favor - eu o encaro agora, segurando seu rosto entre as mãos -, fique comigo.
Suas sobrancelhas estão juntas e os olhos não estão vermelhos como esperava que estivessem. Pelo contrário, estão brilhantes e pulsantes, tão confiantes de si como os olhos de gato pelos quais me apaixonei.
- Antes de você eu era um sem causa, Hazz - diz com um sorriso. - Depois que você apareceu eu resolvi que precisava mudar de algum jeito para tê-lo para mim - Louis bagunça o meu cabelo e dá outro sorriso, como se o gesto o deixasse mais feliz. - Queria poder envelhecer ao seu lado, Harry. Queria poder vê-lo se formando, ver você traçando um futuro próprio, pondo seus planos em ação e conseguindo finalizá-los... queria ver você se tornar a pessoa que seu pai nunca acreditou que você fosse capaz de ser sozinho - ele faz uma pausa. - Mas isso não vai acontecer. Não com um do lado do outro. E eu sei que depois que eu partir, você irá voltar para a sua família, porque lá é o seu lugar. Mas também sei que não vai ser o mesmo Harry, pois este aqui, vai levar um pedaço do que eu fui para ele. Assim como vou levar um pedaço seu comigo - ele toca em meus lábios, isso dói meu coração.
As imagens surgem lentamente, porém com uma violência quase insuportável. Eu me vejo sentado sozinho na mesa do café onde Louis trabalhava poucos dias após o seu acidente. Estou sorrindo e algumas pessoas me olham com estranheza. Revejo quando entrei na loja de fantasias e olhei de cara feia para o nada ao meu lado, quando fui fantasiado de palhaço à festa de Jasmim e usei um Louis inexistente para ser meu assistente... Vejo a mim mesmo pichando os muros e fugindo da polícia e, em fim, me vejo sentado no meio da floresta, tão solitário quanto possível.
- Por que não morri com você naquele acidente? - minha voz soa rouca e travada, melancólica.
- Porque o mundo ainda precisa de você.
- Mas eu preciso de você. Eu preciso! - quase grito.
Louis se debruça, beijando minha boca delicadamente e me permito senti-lo mais uma vez.
- Sempre estaria com você, Hazz - diz. - Mesmo que indiretamente. Onde quer que eu esteja, sempre estarei com você, aqui - ele toca em meu peito. - Não há nada maior do que o amor que sentimos um pelo outro. Nada é capaz de destruí-lo. Nem mesmo a morte, porque mesmo um de nós partindo para a vida eterna, o outro vai continuar aqui, regando-o. O amor é infinito, pois não há fim que possa terminá-lo.
Louis fica de pé e eu me levanto rapidamente, segurando sua mão. Puxo-o para mim, a fim de não deixar que parta sem antes lhe beijar novamente. Nossas bocas se unem com um choque entre si e, à medida que o beijo se intensifica, uma sensação de êxtase recai sobre mim.
Mas quando abro os olhos, ele não está mais comigo.
- O amor é infinito, pois não há fim que possa terminá-lo - repito para mim mesmo, ainda chorando.