DEZESSETE

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- Quer que... entre com você?
Por sobre o ombro eu olho para Liam, no corredor do prédio e com a chave já na fechadura da porta. Balanço a cabeça em sinal negativo.
- Eu preciso fazer isso sozinho – respondo.
Liam assente e se encosta na parede, cruzando os braços.
- Vou estar esperando por você aqui.
- Não... é melhor ir para casa – digo enquanto evito olhar para ele a fim de esconder a dor em meu olhar. – Quero passar mais esta noite com ele.
Liam suspira e se aproxima, pondo a mão sobre meu ombro. Sua braba está por fazer, e sua roupa é o tipo que eu deveria usar – roupas do filho de um político, roupas sociais e bem-passadas.
- Sabe que pode contar comigo, não sabe? – balanço a cabeça em sinal positivo. - As nove em ponto?
- Sim – então ele me abraça com força.
Quando Liam some no corredor eu sinto que é a hora de enfrentar meus fantasmas e demônios.
Contraio os lábios ao mesmo tempo em que giro a maçaneta, examinando o apartamento. Está bagunçado, como se ninguém morasse aqui e tento me lembrar quando foi a última vez que o limpei. Atravesso a sala, deixando a sujeira para trás, e paro diante da porta do quarto. Ao erguer minha mão para empurrá-la, percebo que estou tremendo.
Não havia me dado conta até empurrar a porta, mas meu corpo inteiro treme submisso a um frio inexistente. É como se eu estivesse a ponto de cair morto por hipotermia, se minha pressão estivesse baixa ou alta demais. Sinto minha garganta seca. Sento-me na cama e me curvo, os cotovelos sobre os joelhos. Espero alguns minutos até Louis sair do banheiro, impecavelmente lindo.

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