Capítulo 9

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Os Filhos do Desespero

─ Alô

─ Olá Armando.

─ Quem fala? Foi você que sequestrou meu filho?

─ Eu sou Neculai. A Lucimara está gravida e você vai deixá-la sozinha mesmo?

─ Isso não é da sua conta! Responda minha pergunta!

─ Sim! fui eu que peguei seu filho... Ele é de você e da Carla a sua esposa. Mas a Lucimara disse ontem para você que ela estava grávida e você a deixou. Abandonou mesmo sabendo que ela precisava de você.

─ Já disse para me deixar em paz. Devolva meu filho! Mas o quê? Tem dois carros aqui na estrada me pressionando para acelerar.

─ São meus amigos. Vou ser rápido Armando. Joguei vários bonecos na estrada à sua frente. Um deles é o seu filho de um ano. Ele está amordaçado esperando a sua ajuda. você precisa salvá-lo rapidamente pois em dez minutos um caminhão, que está vindo em sua direção, vai passar por cima de todos os bonecos e também do seu filho.

─ Você está louco? Nesta escuridão como vou saber?

─ Nove minutos. São cinquenta bonecos. tem que olhar todos. Seja Rápido e continue falando comigo.

─ Eu já estou verificando um por um seu maluco. Quando eu achar meu filho você vai me pagar.

─ Viu como seu outro filho precisa também de você. Você vai assumir os dois né?

─ Não vou assumir nada. Só quero achar meu filho.

─ Os bonecos estão à dez metros um do outro e estão em lados diferentes da estrada..

─ Seu desgraçado! Eu mato você se acontecer algo com ele.

─ Seu tempo está acabando. A minha fome está aumentando. Estou sentindo o cheiro do seu desespero.

─ Nunca! Vou destruí-lo! Quem você acha que é para fazer isso com as pessoas. Você é um assassino.

─ Armando. Acho que vi os faróis do caminhão. Ele vem em alta velocidade. Seu tempo está acabando.

─ Desgraçado. Pare com isso. Eu assumo o filho da Lucimara. Só salve meu filho.

─ Se eu fosse você saia da estrada o caminhão não vai diminuir a velocidade.

─ Seu louco... você não pode...

─ Tarde demais Armando!

─ Não! Pare! por favor Pare! O caminhão está passando em cima de todos Seu maldito assassino! Matou meu filho.

─ Agora é a sua vez de morrer.

─ Como chegou aqui tão rápido Eu não vou deixarrrghhh.

─ Seu sangue está saboroso. Ah Armando, eu menti ! Seu filho nunca esteve aqui ele já está em casa e seguro. Aqui só tinha os bonecos. Eu queria deixar você desesperado o suficiente para saborear cada gota do seu sangue. Quanto aos seus filhos... Eu vou treiná-los para fazer parte do meu legado.


Por Adriano Siqueira


Neculai - Sangue e DesesperoOnde histórias criam vida. Descubra agora