Capítulo 11

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A Cor do Desespero


─ Alô!

─ Queria falar comigo Karen?

─ Você... você é o Neculai?

─ Sim eu sou o Neculai e Não, eu não sou paciente.

─ Me Desculpe. Vou tentar ser rápida. Me entenda e seja compreensivo, desde que seu nome apareceu tenho me dedicado a procurar tudo sobre você. É como a sua fome que nunca termina. Eu...

─ Dizem que tenho um Fã Clube. Cadastre-se lá então. Minha noite é curta.

─ Eu já estou lá. Me sinto bem com cada descoberta que faço. É complicado explicar. Sei o que fez Neculai. Acompanho todas as notícias que existem sobre você. Só me vem uma coisa em mente. Conhecer você. Entender seus passos.

─ Arranje alguém que possa estar com você o tempo todo. Eu não posso.

─ Eu não quero você o tempo todo. Só o tempo que você puder. Eu não tenho uma vida muito emocionante. Por isso posso esperar muito...

─ Karen... preciso de pessoas que façam tudo que preciso sem ter que ficar pedindo. Quase como se estivessem dentro de mim e conhecessem meus desejos e minhas vontades. Se você acha que é capaz disso. Não vai ficar me contando história sobre sua "Coleção de Neculais", Você sabe que não fico muito tempo em contato com o mundo, mas me aprecia pessoas que me passam algo que me ajude ou que me seja útil de alguma forma. E quando me sinto agradecido. Sei bem presentear uma boa dedicação.

─ Muitos dizem que você não tem sentimentos. Eu sei que tem pois tem uma certa ligação com o que faz. Sempre tem algum sentido. Sua fome não é mais desculpa para muita gente. Você gosta de ser atenção. Gosta de aparecer, exibicionismo.

─ Respire fundo e diga o que tem para mim Karen?

─ Um programa de TV. Tenho contatos. Todos querem saber mais de você. É uma oportunidade para mostrar o que você é e o que quer. Você pode se defender também das acusações do mundo.

─ A ideia me atrai Karen. Quero que coloque a Deise no Programa o nome dela é Deise Day. Será útil para mim.

─ Vou providenciar isso imediatamente.

─ Você já matou alguém Karen?

─ Não... Mas eu mataria.

─ Vejo que atenderia meus pedidos sem questionar.

─ Tudo que tenho feito nestes dias é para que eu seja perfeita em todos os sentidos. A tal ponto que eu possa me atrever a adivinhar o que quer.

─ Apague a luz. Deite-se na cama. Coloque o celular ao seu lado e fique de olhos fechados.

─ E-eu não preciso fechar os olhos Neculai. Já está feito. E-eu sinto sua presença.

─ O medo não fará bem para você neste momento Karen...

─ N-não é medo... Estou excitada com o momento. Sua voz parece bem mais forte, um pouco rouco. Mas é bem pausada. Tem um sotaque estranho. Sinto sua respiração mas acho que pode imitar tudo isso para enganar as vitimas, dizem até que você imita as vozes das suas vitimas.

─ Está nervosa. Algumas pessoas falam muito quando estão assim.

─ S-sua mão... sinto sua mão.

─ Shhh. Não é hora de falar Karen. Tenho energia suficiente para o mundo inteiro. Estou usando parte dela para conhecer mais você. Ah.. Agora entendo quando disse que não fazia diferença ter os olhos abertos ou fechados. Você é cega.

─ Não nasci assim... Foi um acidente.

─ Disse para ficar quieta. Tão simples de reparar isso.

─ O-o que está fazendo?

─ Estou conversando com seus olhos. Poucos humanos conversam com seu corpo. Embora o corpo sempre manda sinais para conversar e mostrar que algo está errado, porém vocês só abusam dele e quando acontece algo errado já é tarde.

─ O que está dizendo?

─ Estou apenas dizendo para funcionar que diabos.

─ Seu humor é muito bom Neculai. Os médicos já disseram que vou ficar assim para sempre.

─ Amanhã você irá até estes médicos e olhará nos olhos deles e dirá em voz alta. "Eu vejo porque quero ver." "Minha vontade é meu poder." O que eu desejo, eu conquist....

─ Neculai? Neculai? Onde você está? Você voltou? Está no Celular novamente? Alô! Vou acender a Luz...

─ Alô Karen!

─ Você está no celular. O que houve?

─ Esgotei minhas energias. Preciso me alimentar. Me diga qual é a cor da sua camiseta.

─ E-eu... eu não posso acreditar...

─ Diga Logo.

─ É azul. Azul...

─ Veja no espelho e diga qual é a cor dos seus olhos.

─ Vermelhos... Obrigada pelo presente.

─ Quero alguém desesperado para me alimentar. Estou fraco. Só posso aparecer apenas alguns minutos.

─ Minhas primas estão dormindo no outro quarto.

─ Preciso de alguém loucamente desesperado agora mesmo.

─ Eu já estou resolvendo isso Neculai. Rasguei o lençol e amarrei na cabeça para não ser reconhecida e agora peguei uma faca. Posso esfaquear as pernas delas para entrarem em pânico. Vou deixar o celular dentro do quarto delas. Vou trancar a porta. Isso vai deixá-las desesperadas e você poderá tomar todo o sangue desesperado como você gosta.

─ Um bom plano Karen.

─ Boa Noite Neculai.

─ Sim... Terei mesmo.



Por: Adriano Siqueira


Neculai - Sangue e DesesperoOnde histórias criam vida. Descubra agora