Capítulo 61 - O sonho, A loucura e o Desespero

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O sonho, A loucura e o Desespero


O Vampiro Neculai mostra que as vezes somos vítimas de nossos próprios monstros



— Alô?
— Olá Janete Grave. Eu sou Neculai.
— Quem? Que horas são? Eu não conheço você.
— Conhece sim. Acabou de sonhar comigo.
— Eu não... São quatro horas da manhã...
— Vim realizar seu sonho.
— É... isso é loucura.
— Não é loucura. Eu posso garantir. Lembro detalhes do sonho que teve. Eu estava com você sentado em uma praça e conversávamos sobre...
— Liberdade... aquela praça me trazia calma de alguma forma eu me sentia bem lá. Sem problemas e sem ter que tomar decisão nenhuma.
— Você estava segura por estar ao seu lado. Estava tranquila e feliz.
— impossível. Como sabe de tudo isso?
— Eu estava lá. Ha Ha Ha. Era como se fossemos um só. aquele lugar era o seu paraíso.
— Já tive sonhos antes, mas nunca recebi uma ligação de alguém que estava no sonho. Então o seu nome é Neculai?
— Isso mesmo Janete.
— Mas no sonho você era...
— Um vampiro. Sim... isso mesmo.
— Impossível.
— Não é impossível. Olhe no espelho e veja a marca que deixei em seu pescoço.
— O que é isso? Estou sangrando. Preciso de ajuda.
— Não precisa de ajuda. Precisa... de mim. Ha Ha Ha
— Seu louco! O que fez comigo?
— A pergunta correta é... O que você fez com todos Janete?
— E-eu? Eu... Agora me lembro... Não... Não posso acreditar.
— Você lembra? Foi convidada para uma festa. Estava com os amigos. Achava que estava curada. Tudo bem! Ha Ha Ha! Seus amigos também achavam isso.
— Mentiroso. Eu não fiz nada!
— Deveria andar pela casa. Refrescar a memória.
— E-eu não... Vou provar que está enganado. Eu vou abrir a porta do quarto... T-tem um corpo do chão...
— É da sua amiga... Ela tentou te impedir. Foi a primeira a morrer... Continue... Vá até a sala.
— Tem corpos na escada... Lucas... meu amigo está morto. Geraldo também...
— É... você exagerou dessa vez Janete.
— A sala... cinco corpos. Eu não fiz isso... Não fui eu... Não nao...
— Disse para todos que estava curada... primeiro foi a sua família e agora... seus amigos.
— E-eu não lembro. Não lembro.
— Ha Ha Ha! Eu vi tudo. Você estava contando piadas. Poucos estavam rindo. Zombaram de você. Isso te deixou com raiva... quebrou os copos e foi cortando a garganta de cada pessoa. Enforcou alguns com seu cinto de couro. Sua amiga tentou impedir. Você quebrou o pescoço dela.
— N-não.
— Fez o mesmo com sua família. Convenceu todo mundo dizendo que foi o Neculai. O vampiro. O assassino. Mas você e eu sabemos quem foi não é?
— E-eu não queria viver na prisão. Não queria...
— Então você se afastou de todos. Ficou um tempo se tratando com alguns médicos. Convidaram você para uma festa e você... Ha Ha Ha... Você deu um show e tanto. Ha Ha Ha.
— O que eu fiz? Por quê?
— Por isso estou aqui... Vim acabar com isso. Vim buscá-la...
— N-não... E-eu... Estou tonta.
— Achei que estaria enfraquecida. Não queria que tivesse forças para fugir. Não dessa vez Janete.
— Por favor. Me ajude. Me ajude. Eu não tenho culpa de ser assim.
— Eu estou aqui. Bem atrás de você.
— N-Neculai. Me deixe abraçá-lo.
— Eu permito. Está tudo bem.
— Me desculpe por mentir. Me leve de volta para aquela praça linda. Me leve.
— Sim Janete. Mas antes, vamos dançar. A festa está no fim. Aproveite.


"Gravedigger
When you dig my grave
Could you make it shallow
So that I can feel the rain"
"Gravedigger" - Dave Matthews Band

Neculai - Sangue e DesesperoOnde histórias criam vida. Descubra agora