Rebelle Fleur

Capítulo sem título 11

Capitulo 11

Lara

Meu telefone toca assustando a nós duas. Levanto-me do colo da D e deslizo o dedo sobre a tela.

-Como ele está?

Pergunto apreensiva.

-Murilo passou por alguns exames e os médicos nos disseram que ele está com problema nos ruins, infecção urinaria e que ficará internado por uns dias. Não sabemos ainda se é algo sério, mas nesse momento, ele está sobre efeito de remédios porque sente fortes dores. Você sabe como ele sofre com a mudança de tempo.

Nesse momento, lembro-me de todas as vezes que estivesse ao seu lado em momentos como esse. Segurando a sua mão e falando baixo no seu ouvido que a dor logo iria passar...

Mas uma voz do outro lado da linha me chama a atenção.

-Por que está falando com ela? Você tem que entender que ela fez a sua própria escolha.

Sua mãe.

-Ela se preocupa com ele.

Diz Julia.

-Se ela realmente se preocupasse estaria aqui ao lado dele.

-Você não sabe do que está falando...

Diz ela em um tom suave.

Não sei qual o motivo que a levou a me ligar para dizer que ele está no hospital, o porquê dela estar me defendendo nesse momento. Julia foi muito dura comigo quando eu estava saindo daquela casa. Jamais me esquecerei do momento em que ela me acusou de ter outra pessoa. Eu nunca irei desculpa-la por aquilo, mas lá no fundo talvez eu saiba que ela não fez por mal. Poderia esta desesperada ao ver que o irmão viveria sozinho e seria responsabilidade delas.

Ouço Julia dizer em tom ameaçador.

-Devolva-me o telefone mamãe.

E logo eu ouço a sua voz.

-Lara? Eu sei que você está na linha, então me ouça.

-Ele não come, Lara... Todos os dias eu o vejo deitado naquela cama chorando porque você o deixou. Você destruiu completamente a vida do meu filho.

Silêncio.

-Você deveria tê-lo abandonado enquanto ele estava no hospital...

-Você estragou tudo. Esqueça o meu filho a partir de hoje, ele não existe mais para você.

Ela desliga.

"Você destruiu a vida do meu filho"

Eu não destruí...

Eu não fiz isso...

Eu o ajudei.

Deixo o celular cair da minha mão lentamente e olho para a D que está em silêncio ao meu lado.

-Ela...

-Xi... Não precisa dizer... Eu ouvi tudo.

Volto a deitar-me em seu colo e sussurro baixinho.

-Eu não aguentava mais D.

-Eu sei coração.

Diz ela passando a mão em meus cabelos.

Eu volto a chorar em silêncio até cair em um sono profundo.

Um barulho vindo da cozinha me desperta. Sento-me no sofá e minha cabeça dói.

-Desculpa te acordar.

Diz a D atrás de mim.

-Não tem problema.