Rebelle Fleur

capítulo 20

Lara

Algo tocando a minha bunda fez com que eu despertasse do meu sono.

Abri os olhos e me deparei com um braço em volta do meu corpo.

Eu não sei por quanto tempo estamos assim, a única coisa que sei, é que a muito tempo eu não dormia tão bem nos braços de alguém.

Eu passei 3 anos e 4 meses dormindo nos braços do Murilo... Muitas dessas noites eu assistia o nascer do sol, por não conseguir dormir depois que nós brigávamos.

Muitas dessas noites ele dizia que me amava e eu ficava me perguntando se aquilo era realmente verdade.

Muitas dessas noites eu deitava ao seu lado com lágrimas nos olhos...

Quantas e quantas noites eu encarei a parede branca a minha frente, por não conseguir dormir enquanto o seu corpo estava colado ao meu.

E como era encantador, a noite em que deitavamos na nossa cama e ele me abraçava dizendo: Minha garota!

Ouvir essas palavras, só me fazia acreditar que no dia seguinte tudo ficaria bem, que eu iria esquecer tudo o que nós passamos, e juntos seguiríamos em frente. Mas não, lá estavamos nós, com toda aquela merda outra vez.

Eu não quero que ele me solte... Eu não quero que ele afaste o seu corpo do meu...

Engulo o nó que se forma na minha garganta e as palavras saem como um sussurro.

-Henry? Nós podemos continuar a dormir assim?

-Você quer?

Pergunta ele com uma voz rouca.

-Quero.

E isso foi o bastante para que ele envolvesse ainda mais o meu corpo para junto ao seu.

***

Desperto do meu sono e vejo que ainda estamos na mesma posição. Devagar eu tiro o seu braço que está em volta do meu corpo e o apoio sobre a cama, mas não antes de admira-lo dormir.

Ele é lindo...

Ele parece ser o homem que toda garota gostaria de ter...

Mas então, eu lembro de todos daqueles que estiveram na minha vida... Eles também pareciam ser!

Procuro os meus sapatos e caminho na ponta do pé quando ouço a sua voz.

-Eu pensei que só os homens saíssem assim.

Sorrindo com o seu comentário, eu o respondo.

-E eles fazem quando conseguem o que quer.

-Pelo que pude perceber as mulheres também.

-O que te faz achar que eu queria algo?

Pergunto ao olhar para ele deitado na cama.

-Você perguntou se podíamos dormir abraçados. Eu fiz o que pediu, então era algo que queria certo?

-Certo. Foi ruim para você?

-De modo algum. Sempre que precisar eu estarei disposto a lhe abraçar.

Ele sorri e eu faço o mesmo.

-Obrigada por me deixar dormir na sua cama e... Com você.

-De nada.

Viro as costas e abro a porta quando ele diz.

-Acha que eles ja terminaram?

-O que?