Apesar de ter sido atingida por Noah de forma excitante e sensual, depois das fotografias que tirou de mim, me vesti e ele insistiu em fazer o jantar para nós dois. Depois disso, ele me fez subir para o quarto, na promessa de que ele lavaria a louça e iria para seu apartamento.
O que foi uma total mentira.
— Noah? — sussurro, quando estou de olhos fechados e sinto o lado vazio da cama baixar.
— Eu menti, sinto muito. — ele diz, em tom irônico. — Não vou conseguir dormir sozinho esta noite depois daquelas fotografias...
Sorrio.
— Vem aqui. — digo, o puxando para apoiar sua cabeça em meu peito.
Minha respiração está calma, meu peito sobe e desce lentamente e o coração se esforça para manter um ritmo também calmo. Meus dedos deslizam pelo cabelo de Noah, escuro, macio e cheiroso como a sua pele.
— Está confortável? — pergunto.
Noah não responde e faço força para coloca-lo no lugar, pois meu braço estava ficando dormente por conta de seu peso. Deito-me de lado e o olho. O guardo como se fosse seu anjo da guarda, quando na verdade, ele quem parecia um anjo dormindo. Sua respiração calma, rosto sereno, lábios descansados e não duros e em linha reta como de costume.
Sem qualquer medo de sua reação e agindo totalmente por impulso, me aproximo, deixando que uma de minhas pernas entre no meio das suas e o abraço, ficando com meu rosto colado ao seu. Meu coração acelera, não precisa mais se comportar já que ele está dormindo agora. Minha respiração, porém, tento controlar para que ele não sinta, de tão próximos que estamos. Sem resistir, pressiono meus lábios sobre os seus e deslizo minha mão para dentro de sua blusa, o acariciando de forma que não o acorde. Afasto meus lábios e sorrio alegre com meu feito quando vejo um pequeno sorriso surgir no rosto de Noah.
— Eu amo... — ele sussurra. — Belle. Eu a amo, irmão.
Arregalo os olhos.
— Ama? — sussurro assustada, para eu mesma.
Fujo de seus braços e me sento na beira da cama. Agora minha respiração está acelerada e o coração bate rápido como um cavalo selvagem tentando escapar da prisão. Noah me amava. O estranho da barca me amava. O meu chefe, um grande chefe, me amava.
Nos primeiros dias que trabalhei com Noah achava que era apenas uma atração e pensava que depois de alguns dias vendo seu rosto aquilo passaria. Não passou. Comecei a achar que só precisava ver seu lado irado para começar a ver que ele não era um homem perfeito e aí, veria que ele não era lá um príncipe encantado. Vi Noah ficar estressado, ser grosso com quem não devia ao telefone. E cheguei à conclusão de que ele não era um príncipe e tão pouco um homem perfeito, no entanto, o sentimento continuou o mesmo. Desde esse dia não media mais esforços para que meu coração deixasse de amá-lo, deixei que o fizesse e tudo foi ficando mais intenso. E depois que ele me beijou pela primeira vez e se mostrou arrependido pelos seus erros, eu tive certeza. Não a nada nesse mundo que não queira a não ser ele. Talvez ele não seja o homem perfeito ou um príncipe encantado que vem me buscar em um cavalo branco, mas toda vez que o vejo, meu coração bate forte dizendo: É ele!
Então largue de ser idiota, Echo. Deite-se e durma em paz, sabendo que finalmente, encontrou alguém. — penso comigo mesmo.
Assim faço.
...
Acordo sentindo a cama mais espaçosa. Abro os olhos rapidamente e sentindo alívio, ouço o barulho da água caindo do chuveiro. Desço rapidamente e tomando cuidado para não me queimar, faço panquecas e uso o tubo de mel para desenhar carinhas felizes na mesma. Torcendo para que Noah goste de panquecas tanto quanto eu.
Arrumo a bancada com uma toalha que Ivy havia me dado e ponho a jarra de suco no meio, as panquecas e os talheres também. Inalo o cheiro das mesmas que pairam no ar e fico satisfeita.
— Panquecas? — Noah diz, bagunçando meu cabelo.
— Você não gosta?
Ele senta e me encara, permaneço paralisada, o olhando com um pouco de tensão dentro de mim. Droga, ele não gostava de panquecas.
— Eu amo panquecas. — diz, por fim. — Não como desde que saí da casa dos meus pais.
— E isso tem quantos anos?
— Uns cinco, mais ou menos. — diz. — Gostávamos de morar todos juntos, mas conforme as brigas entre meu pai e minha mãe foram ficando constantes e ela se recusava a se divorciar, decidi sair de casa. E meus dois irmãos também.
Ergo as sobrancelhas.
— Você tem irmãos?
Ele assente.
— Joshua e Caleb. Joshua tem 20 e Caleb tem 17.
— Então você é o mais velho! — brinco.
— Ei! Tem lá suas vantagens, tá certo?
Rio, assentindo.
— Você é uma graça. — aperto sua bochecha. — Termine as panquecas, precisamos alugar um ônibus para que as modelos possam usar de transporte no fim de semana.
— Fim de semana?
— Oh, sim. — conto. — Você mesmo escreveu no papel que um dia antes as modelos precisam estar no local para ensaiar, fazer fotos e afins.
Noah faz careta.
— Claro. Havia me esquecido desse detalhe. — suspira. — Pode cuidar disso para mim? Vou passar o dia na sala de reuniões fechando negócios com os fotógrafos do desfile e todo o resto que falta.
Faço que sim.
— Seu desejo é uma ordem, chefinho.
— Estou começando a gostar disso. — Noah sussurra, de forma maliciosa e ri.
O beijo e subo para me arrumar, enquanto ele desce para pegar suas coisas e ir para o carro. Não me dou o luxo de demorar muito no banho, saio logo e ponho meu uniforme. Uma saia apertada, uma blusa social branca com um blazer cinza em meu braço, cabelo preso e olhos maquiados.
Desço de elevador até a garagem e encontro Noah dentro do carro. Pelo vidro o vejo falar com alguém e assim que me aproximo, ele faz uma careta e desliga rapidamente.
Entro no carro e deixo a bolsa no banco de trás.
— Está aprontando alguma coisa, Sr. Wood?
— O que disse? — ele olha para mim, sério.
Talvez tenha sido impressão minha.
— Desligou rápido o telefone assim que me viu.
— Já está sentindo ciúmes?
Reviro os olhos.
— Cale a boca, não é nada disso.
Certo. Talvez fosse.
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Belle.
RomanceAbandonada por seus pais aos 15 anos, Echo foi raptada por capangas que procuravam novas atrações para o prostíbulo de Kirk, um perigoso homem com quem ninguém ousava se meter. Violentada e usada de todas as formas possíveis, desde empregada até esc...