Noah

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Depois do enorme susto, Echo e eu voltamos para casa, mesmo mamãe insistindo para que ficássemos já que era tarde da noite e Caleb estava apaixonado pela forma que Echo jogava vídeo game tão bem. Eles se tornaram bons amigos.

No banco de trás, ela dormia feito um anjo, coberta pelo meu blazer. Pensava em quanto sua história fora difícil e como ela foi forte em não se abalar com o reencontro do meu pai cafajeste. Nosso pai, na verdade. Sorrio ao me lembrar do seu espanto ao pensar que éramos irmãos.

Tão doce e inocente.

— Amor? — sussurro, quando abro a porta de trás.

— Chegamos?

Faço que sim.

Ela sai do carro e eu a pego no colo, de surpresa.

— Eu amo você. — sussurro, a beijando fervorosamente.

— Amo você também, Noah.

Sorrio entre o beijo.

Chegando perto do elevador, ela desce de meu colo e apresenta um sorriso malicioso que nunca vi desenhado em seus lábios. E, confesso que, fico louco. Ela me pega pela gravata e aperta o botão para sua casa.

— Não. — digo. — Vamos para o meu apartamento.

— Por quê? — pergunta, entre o beijo.

— Eu disse que a noite seria boa. Sim?

Ela assente.

Antes de abrir a porta, pego em sua mão.

— Pronta?

— Sim. — diz, sorrindo.

Abro a porta e fecho seus olhos, a levando para meu quarto.

— O que está havendo?

— Veja você mesma! — digo, ligando a luz e deixando sua visão desimpedida.

Havia pétalas brancas por todo quarto, a cama esperava por nós e os quatros com suas fotografias estavam pendurados. A agarro para dentro do quarto e tranco a porta, a levando até a cama. Ela deita e eu subo distribuindo beijos em seu pescoço, enquanto ela agarra meu cabelo.

O telefone toca.

— Não vai atender?

— Não. — digo, suspirando.

— Noah... É o número do Gabriel.

Droga!

...

Sem condições para dirigir, passo o carro para Echo. Nem ao menos sabia que ela sabia dirigir. Não era tão boa, mas sabia correr e cortar carros mais do que eu, o que era ótimo, pois precisava chegar o mais rápido possível no hospital.

Gabriel havia ligado, mas depois que atendi ninguém respondeu. Ouvia apenas uma gritaria no fundo.

— É só virar à esquerda e entrar naquele estacionamento.

Echo assente. Mas para o carro na porta do hospital.

— Echo?

— Desça do carro Noah. Eu dou a volta e te encontro.

A obedeço.

Desço do carro correndo e sigo para o saguão. Estava um tanto cheio e entro numa fila para pegar o adesivo de visitante. No entanto, devido ao grau da situação, corro para o elevador se fechando e por um fio, entro.

Deus, não seja nada. Não seja nada. Não seja nada.

Sinto meus olhos encherem de água e respiro fundo. Não era acostumado a chorar, mas Gabriel fora criado em minha casa e vice-versa. Éramos como irmãos. Nada podia lhe acontecer. Já bastava este acidente.

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