Angels Without Wings

Aeroporto

E tudo se escureceu.

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Estava despertando, depois que tudo escureceu, e a única coisa que não saia da minha mente era, "O que aconteceu". Comecei a escutar vozes, e pelo que percebi eram mulheres ao meu redor, continuei com os olhos fechados tentando entender o que estava acontecendo.

- Será que ela ainda está consciente?

- Mas, é claro que está né, anta.

- Quando será que ela vai acordar? Ele já deve estar chegando.

- Eu não sei, espero que seja rápido.

Isso estava muito estranho, quem era essa pessoa que estava chegando? Tudo o que eu mais queria era que essa dor de cabeça passasse e eu pudesse pensar melhor. Resolvi abrir os olhos e tentar descobrir mais, fui os abrindo de vagar, tentando me acostumar com a claridade, tudo estava embaçado e confuso.

- Ai que bom, ela está acordando!- a primeira voz disse- Moça você consegue se levantar?- me perguntou.

- A-acho que sim!- eu disse com a voz falha. Fui levantando com muita dificuldade, a garota que estava ao meu lado me ajudou a se sentar direito. Coloquei a mão na cabeça e olhei em volta daquele cômodo pequeno. Minha cabeça estava explodindo de dor. Vi duas garotas ao meu lado, uma tinha cabelos loiros cacheados seus olhos eram uma mistura de azul com verde, a outra era morena dos olhos castanhos claros e cabelos negros.

- Como você se chama?- a loira me perguntou com a voz doce.

- Me chamo Tamyres e vocês?- Perguntei.

- Me chamo Candice e está é minha irmã Wendy- respondeu sorrindo.

- Olá. - Disse Wendy, sorri como resposta e me endireitei.

- Onde estou?

- Você está em Calabasas, Califórnia. - respondeu Wendy.

- Como eu vim parar aqui?- perguntei desesperada.

- Ele te trouxe e disse que era para nós cuidarmos de você até ele voltar. Mas você passou um bom tempo desacordada, e ele já deve estar chegando. – respondeu Candice.

Minha cabeça estava muito confusa, eu não sabia o que fazer, se eu deveria gritar ou sair correndo, quem era essa pessoa que elas tanto falavam? E o que "ele" queria comigo? Nesse momento eu estava em pânico todos os meus sentidos estavam perdidos, tudo pra mim estava perdido, porque uma pessoa iria sequestrar alguém e trazer pra esse fim de mundo?. Elas me deram um copo de água e eu o bebi todo, elas passaram um pano molhado em meu rosto, para limpar. Depois de um tempo a porta se abriu e um homem, com tatuagens em seus dois braços entrou naquele cômodo pequeno, pelo seu jeito físico deduzi que era o cara que ficava me observando na rua, e que provavelmente me trouxe pra esse lugar.

- Vejo que ela já acordou- ele disse com um sorriso no rosto e me observando por completo. - podem ir agora- disse e elas rapidamente saíram da sala, sem falar nada. Ele veio andando em minha direção e eu fui me afastando até ser interrompida pela parede, ele se agachou e tentou tocar meu rosto, mas eu o afastei.

- Porque você me sequestrou?- perguntei temendo sua resposta.

- Isso você só irá saber mais tarde. Tamyres- quando ele disse meu nome o tempo parou, como ele sabia?

- como você sabe meu nome? – perguntei com medo. Eu não me lembrava dele dês de quando eu acordei naquele quarto de hospital e vi Gabriel, até hoje eu não entendo como fui parar naquele lugar. Ele olhou pra mim e sorriu, eu não estava entendendo nada, como se isso já fosse alguma novidade.

- Eu poderia ficar aqui com você, e contar a história da sua vidinha patética, mas – se levantou e respirou fundo – temos que ir pro aeroporto agora ou perderemos o voo.

- Eu não vou a lugar nenhum com você- eu disse com a voz um pouco mais alta, recuperei minhas forças e me levantei.

- há-há você vai sim. - disse e segurou meu braço com força.- Vamos, creio que você não precisará fazer as malas.- disse irônico e saiu me arrastando por um corredor, de que pelo visto era uma mansão.

- Não. Para. Me solta! Por favor! Porque você está fazendo isso?- eu disse tentando tirar sua mão do meu braço. Comecei a me debater, e dar socos em seu braço. Ele se virou e segurou meus dois braços e me balançou.

- PARA DE DAR PITI DESSE JEITO GAROTA. VOCÊ VAI COMIGO PRA PORRA DAQUELE AEROPORTO, E VAI FICAR QUIETA, VAI CONCORDAR COM TUDO QUE PARECER CERTO. CASO CONTRARIO EU TE MATO NO BANHEIRO SUJO DAQUELE LUGAR. ENTENDEU?- quando ele terminou de falar ele me soltou, e ficou me olhando. Meus olhos começaram a lacrimejar, eu estava processando tudo o que estava acontecendo sem ao menos ter noção do que era. Eu assenti em lagrimas e negação, e abaxei a cabeça.

Ele pegou em meu braço e foi me arrastando até pra fora daquela mansão. Tudo o que eu queria era saber o porquê disso tudo. Ele me jogou dentro de um carro e bateu a porta, me endireitei no banco do passageiro, enquanto ele dava a volta no carro. Ele tomou seu lugar a frente do volante e ligou o carro, e fomos em direção ao aeroporto.