Capítulo III

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Acordei às 10:00h era um domingo, me arrumei e desci até a praia para correr. Chegando lá fiquei na esperança de encontrar a patricinha, porém nem sinal dela, fui pra casa e fiquei de frente no morro, PV não estava se sentindo bem de tanto que bebeu. A noite chegou, fiquei rondando de moto com os soldados pra ver como a favela estava e estava tudo tranquilo. Vidigal nunca foi de ter guerra. Deixei a boca na responsabilidade do magrin, um amigo nosso de infância, que perdeu seu pai na mesma época que eu e PV e por destino ou não acabamos, caindo nessa vida... Fui para casa, passei no quarto de Pv e ele estava melhorando, pedi para tia Tereza (empregada), preparar um lanche natural pra mim, ela fez no maior capricho, era praticamente uma mãe pra mim e não uma empregada. Deitei na cama, e não conseguia dormir, estava sem sono, então fui dar uma volta  na praia, sentei na areia e logo deitei, observando as estrelas. Quando  menos esperava, escutei aquela voz... aquela mesmo...

_Ué? A dona do morro por aqui? _ela disse em um tom de deboche

Me virei e vi que era a patricinha, olhei pra ela e disse...

_Não enche só vim tomar um ar! _ Como assim dona do Morro, então ela me conhece Já? Preferi fingir que não escutei essa parte e continuei deitada

_Essa hora é perigoso sabia! _ diz ela me imitando no dia que a encontrei saindo do baile

_Não sou indefesa igual a você..._ ela riu, e desfez aquela guerrinha

_Então meu nome e Amanda e o seu? _disse sentando ao meu lado

_Meu nome é Joyce, porém todos me chamam de Joy. Você mora aqui a muito tempo? Nunca te vi.

_Não, eu sou nova aqui. Morava no Sul!

_Entendi! Estou indo Amanda _falei me levantando e batendo a areia que estava em minha roupa

_Posso ir com você? 

Oi??? Me surpreendi, nem nos conheciamos direito e ela já se oferece assim.

_Ué, mas por quê?_ pergunto espantanda

_Eu dei um fora em escroto lá do condomínio e estou com medo de ir para casa, e ele fazer algo. Meus pais estão viajando a trabalho.

_Ele não vai fazer nada, vamos eu te levo em casa!

Atravessamos a rua e já era o apartamento dela,  deixei minha moto na garagem e a levei até o andar de sua casa. Mas parecia que Amanda ainda não estava satisfeita e chegando lá, eu tentei tranquiliza-la dizendo que era pra ela trancar tudo e dormir. Ela concordou e então eu fui ao chegar perto do elevador, dobrando o corredor escuto ela gritando: sai Arthur!!!! Corri até lá e ele tinha conseguido entrar. Assim que vi ele abraçando ela,  fui pra cima dele, empurrando-o e colocando um soco em sua cara, assim que ele se recuperou veio pra cima de mim, golpiei ele o deixando desacordado. Eram anos de Muay Thai, não iria bobear, jogamos ele no corredor, fechamos tudo. E fiquei com ela, enquanto ela tremia no sofá eu tentava a tranquilizar e já havia passado um rádio para magrin passarem esse tal de Arthur.

A dona do Vidigal.Onde histórias criam vida. Descubra agora