Capítulo IV

394 38 0
                                    

Amanda estava bem assustada e pediu novamente pra eu ficar com ela, dessa vez eu não consegui negar, então aceitei e fiquei com ela. Ficamos conversando por horas, ela me contou quase tudo da vida dela no sul. Depois de um bom tempo de conversa eu cochilei e senti Amanda me chamando devagar pra ir para o quarto. Eu retruquei dizendo que dormiria no sofá mesmo, mas ela não deixou. Então, fomos para o quarto, chegando lá eu tirei a blusa e coloquei um pijama que ela me emprestou. Amanda apagou a luz e nós deitamos, virei para o lado oposto que Amanda estava e fechei os olhos, mas senti ela encostando o corpo no meu e agradecendo baixinho no meu ouvido.

_Obrigada por hoje! Você me salvou marrenta. _ ela diz com uma voz de alívio

_Não precisa agradecer!

Após esse breve diálogo Amanda permaneceu com o corpo colado no meu e acabou que eu peguei no sono. Quando despertei era quase 8 horas da manhã, dei um pulo da cama e quando fui olhar o celular tinha umas mil ligações de PV. Ele estava super preocupado porque eu não avisei que iria dormir fora de casa. Troquei de roupa e deixei um bilhetinho na cama, escrito: "Olá, bom dia! Estou indo para casa, não se preocupe com o Arthur, ele não vai aparecer mais!"

Chegando na favela, fui falar com Pv, contei tudo pra ele e os moleques foram caçar o Arthur, fui para luta, e dessa vez nem passei na praia. Mas fiquei o tempo inteiro pensando em Amanda, aquela patricinha estava me despertando algum interesse... Cheguei em casa, arrumei meu quarto e dormi a tarde toda, acordei e fui me arrumar pra faculdade.
Quando voltei, passei na boca, estava tudo em ordem, já estava retornando pra casa, quando vejo Amanda, meu coração quase parou, eu nem estava acreditando naquilo. O que será que ela queria, aqui não é lugar pra ela, em segundos, mil coisas passavam na minha cabeca, então tomei coragem e cheguei perto dela, ela estava subindo uma ladeira do morro, parei com a moto do lado dela e antes que eu pudesse dizer algo, ela sorriu pra mim.

_Estava te procurando! _diz ela sorridente

_Então achou, sobe aí!

Ela subiu na moto e fomos para minha casa.

_Posso saber porque estava me procurando? _eu disse enquanto abria a porta de casa

_Não é nada demais, só queria companhia, você sabe que ainda não tenho amigos aqui.

Depois de conversar bastante, eu já estava com fome e Amanda também, falei que ia pedir uma comida pra gente, mas Amanda disse que teria que ir. Eu convenci ela a ficar, afinal, seus pais nem estavam em casa. Nosso lanche chegou e logo depois Amanda foi tomar banho e eu também, combinamos de marotonar uma série. Amanda vestiu uma casa minha que ficou grande nela e a deixou linda, deitamos e ligamos a netflix. 

_Que abuso, esse é o meu travesseiro mocinha, pode saindo! _eu disse quando vi ela pegando meu travesseiro

_Ahh, não! Eu peguei primeiro..._ ela fez um bico

Ficamos nessa, até que eu puxei o travesseiro e ela veio pra cima de mim pegar, ficando bem na direção da minha boca, esquecemos do travesseiro e ficamos por uns segundo nos encarando, até que selei nossos lábios. Ela me retribuiu com um beijo meigo e inseguro. Paramos e eu pedi desculpas, ela disse que não precisava se desculpar, por que não beijei sozinha. Peguei o travesseiro do chão, nós estávamos mega envergonhadas e assistimos a série em silêncio até que eu peguei no sono.

A dona do Vidigal.Onde histórias criam vida. Descubra agora