Capítulo XXI

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Acordei com uma ligação de tia Terezinha, dei um pulo da cama assustada e corri pra atender.
Ligação:
_Alô..._disse eu com voz de sono.
_Oi minha filha, desculpa te acordar é que hoje é dia 29 e eu queria saber se você vai aparecer...
Puts, hoje era o dia em que a gente almoçava juntos desde que perdi meus país, almoçava todos juntos, virou uma tradição, por que foi praticamente o dia em que ela virou nossa mãe acolhedora.
_Ah, claro que sim...Já já estou aí!
_Ta bom, bjs meu amor!
_beijos, bença!
_Deus te abençoe!
Hoje eu iria almoçar com os país de Amanda, por que a noite eles vão viajar, eles não quiseram passar o Ano Novo na favela. Então fui ao banheiro, tomei banho e fiquei de roupão. Fui acordar Amanda, ela demorou um pouco mas acordou, contei pra ela que não poderia ir, ela ficou de bico, mas aceitou, nós nos arrumamos e saímos de casa. Peguei a moto e deixei Amanda na frente do condomínio dos seus país, nos despedimos com um selinho murcho e subi o morro. Quando cheguei o almoço ainda não estava pronto, então passei na casa de várias amigas, amigos... Ficamos conversando, matei a saudade de bastante gente, todos ali sentia minha falta e falta do Pv. Depois de muitas conversas voltei e finalmente o almoço estava pronto, comemos. Ficamos conversando, depois jogamos vídeo game, eu, Magrin e PV, não se desgrudava. Tava rolando um pagode na quadra e resolvemos ir. Assim que pisamos na quadra eu vi, Maria Luiza, daquele mesmo jeitinho, sujo e maltratada. Nem fiquei muito tempo por ali, peguei ela e fui para casa de tia Terezinha. Chegando lá, tia Terezinha me contou uma história na qual eu fiquei sem chão...
_Tia? Olha quem tá aqui! _eu disse gritando pela casa
_Maria, tudo bom florzinha?_ela disse com voz de criança.
_A mãe dela não tem juízo né?
_Você não sabe? A mãe dela morreu, ninguém sabe ainda só acharam o corpo, em outra favela._ ela disse com o semblante triste.
_Oque?? E agora como Maria vai ficar? Eu queria ficar com ela._ eu disse deixando uma lágrima rolar, na qual Maria passou o dedinho e limpou.
_Ela deve ir pro orfanato. Não tem parente aqui.
Depois daquela conversa, eu peguei Maria dei um banho, alimentei ela. E levei ela pra minha casa. Chegando lá, Amanda já se encontrava em casa, estava deitada vendo filme. Quando cheguei com Maria ela deu um pulo, acompanhado de um riso e começou a abraçar e beijar Maria.
_Amor, por que trouxe ela pra cá?_ ela disse enquanto pegava Maria do meu colo.
_Mô aconteceu tanta coisa que você não imagina.
Sentei na cama e contei tudo, Amanda chorava, e dizia que não queria que Maria fosse pra um orfanato, ela é tão amorosa, fofa, indefesa...
_Eu queria cuidar dela! _Amanda disse chorando.
_Eu também!_disse enquanto fazia carinho nos cabelos de Maria.
_Oque vamos fazer?
_Vamos tentar pegar a guarda dela.
_Não vamos conseguir! Somos casais de mulheres, vai demorar um ano e se a gente conseguir.
_Pensa positivo, podemos pedir seu pai pra quando voltar de viagem nos ajudar.
Ela concordou, e então fomos preparar algo pra Maria e nós comer.

A dona do Vidigal.Onde histórias criam vida. Descubra agora