A dona do Vidigal.

Capítulo II

Hoje é sábado, e sábado na favela significa dia de baile, a favela fica cheia e sempre tem um ou outros playboy ciscando por lá. O baile do Vidigal é um dos mais conhecidos no Rio. Eu adoro o baile é sempre animado. Fiquei esperando ansiosamente pra chegar 22:00h e partir pro baile. O dia se arrastou e quando finalmente deu 21:00h, eu comecei a me arrumar. Sempre tive um estilo meio largado, mas dava trabalho para se arrumar. Assim que fiquei pronta, fui para o baile, chegando lá com meu irmão e os soldados, todos paravam pra olhar, nós éramos sempre a atração. E nesse sábado o baile estava mais cheio do que o de costume, subi direto para área vip, fiquei bebendo, dançando e zoando com alguns soldados...

Até que desci pra curtir com as minhas amigas, chegando lá em baixo, no meio daquele povo todo, esbarrei em uma menina, que com certeza não era da favela, ela tinha um jeito de patricinha... Deixei a bebida dela cair no chão, e antes que eu pudesse me desculpar, ela gritou:

_Tá ficando maluca?

_Você que me esbarrou, garota!!

Ela bufou e saiu de perto. Fiquei com aquela cena na cabeça, ela é bem corajosa de bater de frente comigo, ou provavelmente não me conhece, fiquei pensando comigo mesmo, depois desviei meus pensamentos e fui dançar com as meninas. Fiquei por volta de 2 horas lá, e logo fui embora. Precisava relaxar estava exausta. No caminho de casa fui bem devagar e vi uma menina, sozinha, andando rápido, com o salto na mão. Me aproximei e quando vi era a suposta "patricinha" que eu esbarrei no baile. Por ela ser diferente e bem bonita tinha muitos homens dali da favela mexendo com ela e ela com uma cara de medo. Ao me aproximar, ela me encarou e continuo andando, eu arranquei com a moto do lado dela, oque fez ela quase entrar na parede da calçada.

_Ninguém te falou que é perigoso andar por aqui sozinha a essa hora?_ falei em um tom irônico

Ela me olhou e virou os olhos, e em seguida disse:

_ Eu sei me virar sozinha e já estou indo pra casa!

_Não parece, até porque essa não é a saída da favela! _ Ela me olha com uma cara de choro e começa a falar que a prima tinha o abandonado pra sair com o namorado, e ela tinha que chegar em casa antes dos pais e faltava poucos minutos.

_Só lamento! _ eu disse com um sorriso irônico

_Por favor me ajuda, me leva até a saída.

_Tenho cara de moto taxi?

_Deixa de ser marrenta, não quero mais também.

_Sobe nessa moto antes que eu mude de idéia! _falei enquanto revirava os olhos

Ela subiu e eu deixei ela na orla na praia e voltei para a favela, fui direto pra casa e fiquei assistindo filme até pegar no sono.