Capítulo 37

3.2K 309 37
                                    

Segunda feira
Luana
As nuvens estavam se juntando cada vez mais, e em meio aquela mistura formavam nuvens imensas e escuras. Aquele dia que parecia ficar ensolarado acabará de ficar completamente escuro, cada vez o tempo se fechava mais, e tenho a certeza de que uma tempestade muito forte está vindo por aí.
Saí do trabalho mais cedo para pegar Joaquim na aula, chamei a Karem para vir comigo mas ela não veio, disse que terminaria de fazer algumas coisas no hospital.

Saí do hospital e fui para a creche, o vento estava soprando e as pessoas por ali andavam rapidamente para chegar em casa antes de começar a chover. Quando cheguei a porta da creche logo bateu o sinal e eu vi meu garotinho saindo da escola correndo com os cabelos bagunçados.

-Mamãe! -ele me abraçou.

-Oi meu bem, como foi seu dia? -pergunto.

-Muito bom o seu? -ele pergunta.

-Muito bom também, mas acho que que a gente tem que ir bem rápido para casa, pois pode vir uma chuva forte por aí. -digo.

Saímos andando pela calçada, quase todos os dias pegávamos um táxi para ir para casa, mas hoje não passou nenhum sequer, por isso saímos andando bem rápido pois ficar ali esperando não seria uma boa alternativa.
  Já não haviam muitas pessoas na rua e os poucos carros que passavam iam o mais rápido possível para não pegar uma bela de uma chuva.
Eu e Joaquim andávamos o mais rápido possível quando alguém nos chamou:

-Aceitam uma carona? -virei para trás e fiquei feliz de ter aparecido alguém para nos ajudar nessa.

-Tio Greg! -Joaquim exclama.

-Claro que sim. -digo indo em direção ao carro do Greg.

Karem
Bem que eu devia ter aceito quando Luana me chamou para ir com ela, mas eu estava cheia de trabalho naquela hora. E quem diria, a chuva me pegou de jeito ali no trabalho. A chuva não estava muito grossa á essa altura, mas eu precisaria de um táxi para ir embora o que seria impossível de se achar com aquele tempo.
É bem nessa hora que a gente pensa que poderia já ter tirado a carteira de motorista.
  Pego minha bolsa, pego meu casaco é saio do prédio, assim que cheguei perto da avenida vejo o sinal fechado, logo vejo o carro que está parado na minha frente.

Caramba só pode ser o destino.

Saio correndo e entro no carro sem ser convidada.

-Oque você está fazendo aqui? -pergunta Math incrédulo.

-Pegando uma corona. -digo me ajeitando no banco.

Ele não diz nada, apenas es para o sinal abrir e arranca o carro.

Greg
A chuva pegou a gente bem no meio do caminho. Luana disse que não precisava levá-los até em casa mas mesmo assim eu insisti em levá-los. Joaquim dormia no banco de trás com a mãe e eu não podia deixá-los no meio daquela chuva.
Então Luana foi me dando as coordenadas até que deixo o carro estacionado na garagem do condomínio.
Desço do carro e vou abrir a porta de trás.

-Deixa que eu levo pra você. -digo me referindo a Joaquim que dormia.

-Não precisa eu acordo ele... -ela diz.

-Não que isso, eu faço questão.

-Tudo bem. -ela diz me entregando.

Fecho a porta do carro e subimos para o seu apartamento.

Math
Parei o carro na garagem do meu apartamento.

-Pronto, agora é a hora que você desce do meu carro e vai para sua casa. -digo.

-Como você quer que eu vá embora nessa tempestade? -Karem me pergunta incrédula.

-E oque mais você sugere? Ficar no meu apartamento? Não. -digo seco.

Ela saí do carro batendo a porta com força.

-Obrigado. -ela quase grita.

Desço do carro e vejo o que aquela maluca vai fazer.
Ela coloca o celular dentro da roupa, ajeita suas coisas, me olha de cara fechada e vai para o meio da chuva andando rápido.
  Qualquer um sabia o quão perigoso era sair numa chuva dessa, e apesar de eu não gostar dela eu não podia deixar ela morrer atingida por um raio por aí.

-Karem!? -chamo.
Ela vira para trás já com o cabelo loiro todo encharcado.

-Oque? -pergunto.

-Você pode ficar. -digo e ela volta toda molhada.

Luana

-Pronto. -diz Greg depois de colocar Joaquim na cama.

-Muito obrigada. -digo quando estamos na sala.

Ele apenas balança a cabeça positivamente, e depois de alguns segundos diz:

-Acho melhor eu ir embora. -ele diz e na mesma hora escutamos um estrondo de um trovão.

-Não! ...quero dizer, você não pode ir com essa tempestade, é muito perigoso. -digo.

-Eu acho que dá para ir. -ele diz.

-Não, fica e espera a chuva passar. -digo.

-Tem certeza? -ele pergunta.

-Mas é claro. -digo.

Karem
Já havíamos chegado ao apartamento de Math. Eu estava tremendo de frio e encharcada de água.

-Vou pegar uma toalha pra você. -digo subindo as escadas.

Olhei para os lados do apartamento sorrindo, não podia acreditar que estava no apartamento dele. Ele não estava bêbedo dessa vez. Fiquei olhando para os lados, de um lado estava a sala, e de outro lado estava a cozinha um pouco bagunçada, típico de uma casa de homem que mora sozinho.

-Acho melhor você tomar um banho. -ele diz parado na escada com uma toalha.

Paro de sorrir, vou até ele pego a toalha.

-Eu acho o banheiro sozinha. -digo.

Subi para seu quarto e lá estava tudo como sempre foi, a cama estava desarrumada e a porta do lado dava para o banheiro. E foi bem pra la que eu fui. Tomei um banho rápido e quentinho lavei meu cabelo com um shampoo que se encontrava ali.
  Depois de tomar o banho passo a mão pelo meu cabelo que foi penteado com as mãos e estavam um pouco bagunçados.
Vejo algumas coisas espalhadas na pia do banheiro como pasta de barbear escovas e etc. Logo depois vou para seu quarto e agradeci por sempre levar comigo uma roupa.
Vesti apenas minha calcinha e sutiã e fui para o guarda-roupa de Math vestindo a primeira camisa dele que eu vi.
Desci as escadas levando minha roupa molhada nas mãos e vejo ele sentado no sofá. Ele logo me olha descendo as escadas com sua camisa, pensei que ele iria questionar alguma coisa, mas não, ele apenas passou por mim subindo as escadas sem questionar nada.
Vou para a área e estendo minhas roupas no pequeno varal que se encontra ali.
Em seguida vou para a cozinha, abro a geladeira e encontro uma caixa de leite, abro o armário e encontro açúcar.
Pego um copo e vou queimando a açúcar, em seguida coloco o leite. Quando está pronto me sirvo e me sento na sala encolhida por causa do frio.
Algum tempo depois vejo Math descendo sem camisa para a cozinha, depois o-vejo subir com um copo de leite e fico ali sozinha. Será que é tão difícil assim tentar me perdoar.
Depois que passam alguns minutos um relâmpago forte acompanhado de um trovão faz o maior barulho no céu e eu vejo a luz do bairro inteiro apagar.

Greg
Depois de Luana tomar banho ela desce as escadas com uma bermuda e uma blusa de moletom.

-Acho que um chocolate quente cairia bem. -ela diz sorrindo.

-Também acho. -digo sorrindo de volta e ela vai para a cozinha e eu acompanho.

Ela começa a pegar os ingredientes e eu me sento na cadeira perto da mesa.

-É rapidinho. -ela diz.

Depois dela ter feito o chocolate quente ficamos sentados na sala conversando.
Me lembrei que esse era um dos nossos programas favoritos na época de namorados. Como as coisas mudaram...
Nesse instante um relâmpago e um trovão forte tomam conta do céu, e a luz vai embora ao mesmo tempo.

"Mais De Você Em Mim"Onde histórias criam vida. Descubra agora