"Mais De Você Em Mim"

Capítulo 30 (terceira etapa concluída)

-Como? -Greg pergunta e eu sinto meu rosto queimar.

-Meu filho. -disse depois de levantar.

-Como seu filho? -pergunta ele de novo complicando as coisas.

Aja naturalmente... Aja naturalmente!

-Filho, esse aqui é um amigo da mamãe, e Greg... esse é o Joaquim. -disse depois de um tempo.

-Oi. -disse Joaquim pegando na mão do Greg.

-Tudo bem garoto? -pergunta Greg.

-Tudo e você? -Joaquim pergunta.

Meu frio na barriga aumenta, eles não podiam estar fazendo isso, não podiam estar conversando.

-Muito bem, Luana eu não sabia que você tinha um filho. -diz Greg.

-Então, é a vida... -digo sorrindo sem jeito.

-Espero que você possa me contar essa história um dia. -ele diz olhando pra mim, bem no fundo dos meus olhos.

-É, quem sabe um dia... Vamos Joaquim já está tarde. -digo querendo fugir.

-Espera, vocês não querem tomar um sorvete comigo. -Greg convida.

-Não agente... -Joaquim me interrompe.

-Vamos mãe! -ele pede.

-Eu nem trouxe dinheiro, vamos deixar para a próxima. -digo tentando desfazer aquele nó.

-Vamos, por minha conta. -Greg diz.

-Vamos mamãe, por favor. -Joaquim me pede com os olhos brilhando.

-Tudo bem. -digo por vencida.

Até agora não acredito na burrice que eu estava fazendo, em tão pouco tempo de diálogo, Greg já sabe da existência de Joaquim, e agora nós estamos em uma sorveteria nós três.
Se fosse algum tempo atrás, eu iria sonhar com esse dia em família, mas não tem nada disso por aqui. Joaquim era filho de Augusto, e o Greg não iria saber que Joaquim era filho dele. Eu tinha que agir naturalmente e fingir que não estou preocupada.

-Quantos anos você tem Joaquim? -Greg pergunta.

-4! -diz Joaquim com as bochechas empadas de sorvete.

-Tudo isso? -Greg sorri pra mim, e eu como idiota sorrio de volta. Aqueles dentes, aquela boca...

-Sim. -Joaquim sorri.

-E seu pai Joaquim? -quando Greg dez essa pergunta,meu coração gelou.

-Meu pai morreu... né mamãe. -disse ele.

-Morreu? -Greg pergunta.

-É uma longa história, então já acabou Joaquim, precisamos ir embora. -me levanto da cadeira.

-Pode deixar que eu levo vocês. -ele se oferece.

-Não precisa. -digo.

-Eu faço questão, afinal eu quem trouxe vocês. -e mais uma vez fui vencida.

Mais uma vez estava dentro do carro do Greg, como se nada tivesse acontecido a 5 anos atrás. Dentro do carro não conversamos muito, pelo menos eu não, mas em compensação o Joaquim conversou por mim e por ele. Eu não gostava do jeito que eles conversavam, na verdade não gostava da idéia de que eles estavam se dando tão bem assim, do nada.

Quando o carro parou na frente de casa dei graças por estarmos aqui, e espero que nunca mais o que aconteceu hoje se repita.
Joaquim desceu como um foguete do carro dizendo apenas "Tchau tio Greg". Tio? Por favor isso não caramba.
E eu como uma idiota estava dentro do carro ainda.