Ela não sabia muito bem o que acontecia na sua mente naquele momento. Antes de sua partida, Mary Margareth e David a acariciavam com muita calma e cautela, cantando canções que a menina lembrava-se de ouvir quando menor. Da janela do trem, via a neve cobrir a terra como em um imenso feixe de luz branca. Tudo aquilo era muito bonito, afinal, e o frio a fazia relaxar e deixar a sua mente limpa.
Passavam-se das três horas quando Emma viu pela primeira vez o Big Bang de Londres, e todo o esplendor daquela cidade imensa. A menina costumava viver em um vilarejo no interior da Alemanha, seus pais eram donos de uma extensa fazenda, onde a mãe de Emma apoiou o amor da menina pelos cavalos desde cedo.
Naquela cidade, perguntava-se a todo momento se ela encontraria algum daqueles esplêndidos animais em meio a tantas "carroças de ferro", e talvez algumas outras que as pessoas pedalavam. Seus longos cachos dourados e seus brilhantes olhos verdes chamaram a atenção de muitos curiosos. No entanto, ela não entendera o motivo de estar ali.
Em poucos segundos, Emma deu um longo suspiro e começou a espera pelos seus pais.
"Eles devem ter vindo em outro trem". Pensava ela.
O que ela não sabia, era que eles não mais voltariam, talvez por um longo período de tempo.
Uma moça ruiva com um forte sotaque britânico, olhos transparentes e uma gentil aparência apareceu acompanhada de um homem com um porte forte e a barba um pouco comprida, apresentando-se:
- Emma, seja bem vinda a Londres. Meu nome é Zelena. Eu e meu marido cuidaremos de você por um tempo, até os seus pais voltarem.- disse a gentil moça.
- Milady, a sua carruagem à espera. O nosso principezinho também quer conhecê-la. Sou Robin, por sinal- completou o marido.
Em meio a árvores, asfalto, fumaça, barulhos e muitas pessoas, Emma entrou no carro. Lá, um pequeno menino a cumprimentou com um sorriso angelical. Roland devia ter um ou dois anos a menos que ela, ou talvez três em poucos dias, pois a menina orgulhava- se de que iria fazer 8 anos muito em breve. Ela tinha a sensação de que seriam grandes amigos.
Em poucos minutos, chegaram a um grande portão com altos muros de pedra polida. O esplendor da casa a assustou. Era uma daquelas típicas casas da Era Vitoriana, com um hall enorme e esculturas por todos os lados. As colunas de mármore branco davam uma transparência a casa, que pendia a guardar segredo algum dos seus moradores.
Na primeira semana, ela sentia muita falta das canções que seus pais cantavam para ela antes dela adormecer e, certo dia, não pode mais segurar o choro. Zelena a acalmou com um olhar fixo e bondoso. A menina amava aqueles olhos. Ela cantou até Emma dormir, para muitos bons sonhos ter.
Os dias foram esvairando-se e Emma ficava cada vez mais linda. Com o passar dos anos, as paredes de mármore pareciam enegrecer, sem sentimento bom algum com o qual a menina pudesse guardar. Aquela vida não era a dela, não podia ser. Teria a sua infância inteira na Alemanha, o amor dos seus pais, sido uma grande ilusão?
A mãe adotiva a dava toda a atenção do mundo e cuidava da loira como se fosse sua própria filha. Robin ensinou Emma a tirar de arco e flecha, um esporte muito aclamado por ele. E Roland, ahh Roland... Estava apaixonado por ela.
Certo dia, estava exausta após voltar da escola. Ela sentia-se constrangida por já estar no ano de sua formatura e nunca ter realmente namorado. Já havia feito 18 anos, novas responsabilidades, alguns casos aqui e ali, mas nunca se envolveu com alguém que realmente a amasse. Às vezes, gostava de brincar com os sentimentos das pessoas, vendo-as se iludir com a sua beleza e sendo sarcástica a cada declaração que recebia.
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No Amor e na Guerra
Historical FictionEmma Swan e Regina Mills são duas mulheres que veem o seu futuro predestinado diante dos seus olhos. Depois de perderem os seus primeiros amores, a jovem judia exilada na Inglaterra e a médica alemã decidem traçar o seu próprio destino. As duas nunc...