Capítulo 12- Eu quero você para todo e sempre

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Sabe aquela sensação repentina de desespero? Aquela em que, por mais que queiramos, não conseguimos fazer nada a respeito? A força mental é a mais poderosa que existe e o amor nos dá todas as ferramentas para agir... Então porque simplesmente não fazemos o necessário no exato momento em que tudo acontece? Medo. Essa é a razão.

Regina urrou ao colocar suas pernas no chão novamente. Ela examinou cada detalhe, cada centímetro de seus pontos. Estavam perfeitos. O sangue só podia vir dela, mas como? Será havia mais algum ferimento que não enxergasse? Ela não sentia mais dores. Não tinha um motivo aparente para aquele sangue que começava a se tornar um pouco mais túrgido misturado com a água do chuveiro.

Emma a olhava assustada, também sem entender o que se passava. Puta merda, será que a vida das duas seria eternamente assim? Uma coisa boa acontece e outra ruim vem rachando com tudo? Não podia ser.

Swan soltou um grito de dor repentino. Ela posicionou a mão sobre a sua barriga, como quem tentava se proteger de alguém a esfaqueando, ao menos era essa a sensação. A comandante a segurou para evitar que ela caísse no chão, e percebeu que o sangue vinha das pernas dela, que tremiam rapidamente.

Um medo repentino a ocorreu, podendo significar o fim da vida que a loira estava carregando. Ela não conseguia se mexer sem que sentisse dor também, mas juntou todas as suas forças, ignorando-a. Saiu do chuveiro e, visto que não conseguia andar, agachou-se no chão e dirigiu-se até o armário do banheiro. Pegou várias toalhas para estancar o sangue e dois roupões, um para ela e outro para Emma. Afinal, ela precisaria da ajuda de Mary Margareth para conseguir tirá-la do chuveiro e colocá-la no quarto.

A água escorria fortemente, mas parecia que a intensidade não era o suficiente. O sangramento não parava. Regina colocou várias toalhas no local, finalmente retardando a hemorragia. Emma chorava desesperadamente.

–Meu amor, olhe para mim.-dizia a médica-tudo vai ficar bem, eu prometo. Só se concentre nos meus olhos agora, está bem? Respire fundo, que logo tudo vai se acalmar.

Apesar de ser cirurgiã e ter atuado em campos de batalha, Regina não sabia lidar com o que estava acontecendo. Porém, ela precisava se manter calma... Mas como ter compostura quando alguém que nos preocupamos está sofrendo tanto? Nada a faria esquecer os momentos em que os feridos eram tantos que ela precisou selecionar quem morria sem atendimento e quem tentaria tratar. É difícil brincar de Deus, logo ela, que jurou salvar quantas vidas pudesse.

Seguido de longos suspiros, o choro foi parando aos poucos. Os olhos de Emma estavam inchados e ela acariciava a sua barriga por entre o roupão. Ela arregalou os olhos repentinamente.

–Regina, eu senti um chute. Eu senti um chute!- Dizia alegremente.

–Viu? Tenho certeza que será preciso muito mais do que tudo que passamos para quebrar o elo que você tem com o seu filho, Emma. Ele está ficando forte, não está? Vou acompanhar cada centímetro do crescimento dele de pertinho...- Regina finalmente pode respirar. Secou a testa que estava encharcada de suor e juntou os panos ensangüentados numa bacia, tentando disfarçar o quanto aquilo a tinha abatido. Afinal, o filho era de Emma, com um homem que ela provavelmente havia condenado. O filho de Rumple... não podia ser qualquer outro homem na Terra? Percebeu, então, que estava com ciúmes. Que seus sentimentos por Emma tinham ido longe demais, que agora Swan teria uma família e ela não. Segurou as lágrimas que brotavam no seu rosto ao lembrar-se desse detalhe.

-Eu queria que a minha irmã pudesse estar aqui para tratar ele da melhor maneira possível. É a especialidade dela na medicina e...

Estava emocionada, era verdade, mas triste também. Sua irmã havia ido embora havia muito tempo, mudando-se para longe. Ela era muito especial para Regina, era sua amiga confidente acima de tudo, com quem compartilhava qualquer bom ou mau momento. E além disso, aquele filho era de Emma, e não dela. Após passar toda a sua vida pensando em como seria ter um ser que ela amaria mais do que tudo nessa vida, visto que ela era infértil, ela não podia negar que aquilo mexia com o seu emocional.

No Amor e na GuerraOnde histórias criam vida. Descubra agora