No Amor e na Guerra

Capítulo 2- Por trás da Máscara

Há vezes em que a vida traça todos os nossos passos sem percebermos. De certa maneira, estamos tão predestinados a algo que esquecemos que podemos tornar a nossa vida aquilo que nós quisermos. Ou será que é muito arriscado tomar o outro caminho?

Regina sempre fora uma mulher determinada, que nasceu em um "berço de ouro" como muitos chamam. Filha de um aclamado general nazista, Henry, anteriormente soldado na I Guerra, e de uma das primeiras cirurgiãs alemãs, Cora, ela tinha de tudo para ter a vida que sempre quis.

A história de seus pais a inspirava, visto que sua mãe salvou seu pai na linha de frente da batalha, e os dois desenvolveram uma envolvente paixão a medida que Cora fora sua cuidadora. Esta tinha feições muito parecidas com Regina e, nessa época, as atitudes também.

A sua boa intuição e requinte a fizeram estudar medicina, assim como sua mãe. Na verdade, o curso não era permitido para mulheres. Cora fora enfermeira, e acabou conseguindo tal feito quando cuidava da recuperação de Henry. Conseguiu por mérito sim, mas muitos diriam que foi por causa de um homem.

Como o nome que a precedia, Regina salvou muitas vidas e desenvolveu técnicas cirúrgicas sofisticadas. O exército alemão a via como "uma bela mente" e não havia um dia em que seu pai não a pressionasse para alistar-se no alto pelotão, como agente da SS.

A mãe, por sua vez, aprovava a ideia de que Regina poderia se tornar uma das mais importantes médicas do exército alemão. A mulher até chegou a pensar e repensar muitas vezes em oferecer a filha para casar-se com o Führer, pois extrema era sua beleza e inteligência. "Imagine-se casada com o homem mais poderoso da Alemanha, minha filha, se não do mundo. O poder traz felicidade."

Jovem demais para aceitar uma vida estável, jamais pensou em abandonar seus ideais e nem mesmo alistar-se. Afinal, o amor não era uma "fraqueza" como sua mãe sempre dizia, mas sim algo que faz de nós o que somos.

Ela gostava da exata maneira de que tudo estava: que pudesse acordar com calma, tomar uma bela xícara de café, colocar uma de suas belas saias que resaltavam seu corpo, um de seus blazers, uma camisa de gola alta sempre abotoada quase até a metade, deixando à mostra parte de sua seios, e colocar seu jaleco branco, o qual via-se escrito: Dra. Regina Mills.

Com dedicação, sem nunca entregar-se a cobiça e nem a infidelidade, ela conquistou o posto de chefe do novíssimo departamento de cardiologia, fazendo várias pesquisas e salvando muitas vidas.

Um de seus pacientes mais ativos era David Nolan, um loiro carismático. Ele tinha insuficiência cardíaca, ou seja, podia-se ouvir sopros que indicavam que o seu coração era grande demais e não tinha a pressão suficiente para ter a força que mantivesse o seu corpo vivo. Na verdade, é gozado como o ditado é completamente diferente da real situação.

Sua esposa, Mary Margareth, dizia que isto era apenas abstrato, porque, concretamente, o coração dela, de David e de sua amada filha Emma batiam como um só.

Não havia um dia sequer que a simpática moça de olhos castanhos e cabelo curto não mencionasse a filha para Regina. Para a Doutora, o amor era exatamente isso: algo que não se pode tocar, nem comprar e que aparece nos lugares mais inesperados.

- Não há nenhum minuto que eu não pense na Emma, desejando tê-la comigo. Cada segundo longe dela é uma tortura.- afirmava David. -Mas esse é o preço do amor, não é mesmo? O sacrifício.

- É sim, David. Mas não quer dizer que vocês não possam ter as duas coisas. E eu farei o possível pra que você tenha a sua filha e uma vida ao lado dela.

Perto de seu aniversário de 25 anos, Regina iniciou uma pesquisa com o aclamado Dr. Whale e seu assistente, Daniel. Esse foi o primeiro homem a despertar a atenção de Regina, pela sua bondade e sinceridade.