Capítulo 11- Resumindo a felicidade

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Emma utilizava um dos uniformes de Regina, o que podia ser entendido como a explicação dela ter conseguido chegar até ali. Regina nada falava e lágrimas começavam a brotar em seus olhos. Era terrível a dor que ela estava sentindo, mas Emma parecia não querer ceder ao emotivo.

–Você não me disse uma vez, Regina, que eu não te enganaria com os meus lindos cachinhos dourados e os meus límpidos olhos verdes? Pois então, você estava certa. Foi necessário só um pouco de raiva e a minha aparência para que todos me vissem como nazista. E sabe o que é engraçado? Esses malditos, que me tiraram praticamente tudo, nem perceberam que uma judia andava livre e solta pelo campo deles. É gozado até demais, porque eles se julgam tão superiores que nós, judeus, mas no final eu me passei por um deles e ninguém percebeu. Tem algum significado nessa porra toda? Eu acho que não!- Emma bufava, estava tomada pela raiva. A situação atual era de que, se Regina cometesse um deslize, tudo estaria acabado entre elas.

–Emma, eu te magoei. Eu sei! Mas por favor, não faz isso. Não é por mim, mas por você. Se me matar, quem vai sair ferida é somente você, porque eu já feri muita gente, e por dentro fui apodrecendo cada vez mais. Sei que tu é uma pessoa melhor do que isso, do que eles e até mesmo do que eu.- Dizia Regina. Ela realmente não estava preocupada com o que lhe aconteceria, mas sim com Emma acima de tudo.

Sua vida havia sido vazia por muito tempo, o seu coração, negro e solitário. Mas por um instante, ao lado de uma esperança de um pingo de amor, ela se sentiu completa. Era tudo o que podia desejar. Nada mais esperaria por ela.

A comandante somente olhou para loira, fitando-a firmemente. A trajetória de ambas e de tudo pelo que passaram juntas se refletia nos olhos de Regina, mas nos de Emma o que se via era dor, somente dor e desespero. Ela estava machucada por dentro, tudo havia sido tirado dela.

–Sabe qual é o problema, Regina? Não é o Neal, porque um dia eu o amei, mas como tudo na minha vida, ele só me machucou.- Os olhos de Regina lacrimejavam cada vez mais, ela soltou um longo suspiro quando Emma soltou as amarras de suas mãos e pés. Ela não ligou para a dor na perna, apesar de ser insuportável.

–O problema real- continuou, ajoelhando-se diante de Regina- é que eu não consigo te odiar, nem somente por um segundo. É o que mais me machuca. E pior, eu não consigo mais viver sem que você esteja ao meu lado. E se você não estiver, a próxima bala vai ser para mim, porque eu não teria mais razões para viver.

Regina a beijou longamente. Como se quisesse parar aquele momento no tempo, com os seus lábios selados. Aquela sim era a sensação pela qual se valia a pena viver: amor, e a esperança que ele proporcionava. Emma estampou seu lindo e singelo sorriso, aquele que era despercebido para muitos, mais que significava tudo para Regina. Suas testas de encostaram, e ao passo que a morena acariciava o lindo cabelo loiro de Emma, a respiração de ambas foi se tornando mais calma e prolongada.

Era oficial que, neste mundo, nada mais as separaria. Regina se levantou com a ajuda de Emma, que já estava pronta para quase carregá-la no colo, visto que não conseguia caminhar sozinha. Regina percebeu que Mary Margareth estava chorando assistindo àquela cena, estava realmente orgulhosa da filha ter achado um amor verdadeiro em uma pessoa tão amada e que a faria muitíssimo feliz.

–Amor, eu acho que você deveria abraçar a sua mãe. Ela espera por esse momento a tanto tempo!- Falou por fim.

A verdade era que Emma estava com medo, pois toda a sua vida, ela imaginava a sua mãe voltando para ela. As contagens dos dias se tornava cada vez mais longos, parecendo que isso já havia se tornado muito improvável. Ela jamais esquecera da linda voz que Mary tinha quando cantava para ela antes dela dormir, ou a maciez de suas mãos que a acariciavam quando ela temia a algo. Em vários aspectos, não físicos, mas de personalidade, ela se parecia com Regina, sendo altamente protetora e carinhosa.

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