Capítulo 4- Você é corajosa, Srta. Swan?

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Um feixe de luz, um pequeno barulho, alguma alma viva? Onde exatamente Emma estava? E o mais importante... O que Regina havia feito com ela? Não se lembrava de absolutamente nada depois daquela estranha conversa, e ficava repetindo os fatos em sua mente:

-Bom, ela alega que eu não sou judia. Por que motivo eu estaria aqui então? Se eu estiver aqui por engano juro que eu mato aquela mulher. Sim, nunca aderi a minha religião, nem nunca fui batizada... Mas meus pais sim, minha mãe na realidade. Já falando nela, como assim ela está aqui e está viva? Como diabos ela conseguiu fugir até Aushwitz? E se ela está lá, como que continua lá e viva ainda por cima? Acho que está na hora da Herr Comandante e eu conversarmos, pra falar a verdade. REGINAAAAAA!-

Esta última ela realmente falou da boça pra fora. Emma nunca havia pensado daquela forma. Como que ela ficou revoltada daquela maneira? O campo a estava mudando, a sua vida, na verdade.

Os últimos dois anos no gueto foram marcantes na vida dela, muito ruins, para ser sincera. Havia feito amizades com algumas pessoas, mas aquelas que não pereceram acabaram por partir. Mas aquilo pelo qual ela estava passando, um buraco escuro sem ninguém a escutar e nem mesmo uma alma viva... Era muito pior. Espere aí. um som!

- Está pronta para conversar, Srta.Swan? Acho que aí embaixo está desconfortável, não é mesmo?- Falou Regina.

Emma realmente não sabia se pulava no pescoço dela quando ela saísse daquele buraco e finalmente acabasse com tudo. Um tiro e pronto, ou uma chuva de tiros, ela não se importava. Ou a abraçava por a tirar dali, afinal talvez tivesse sido ela a responsável por a colocar naquele lugar terrível.

As duas não falaram uma palavra sequer até o caminho da sala de interrogatório. Emma pode perceber um guarda da SS dando chicotadas em uma detenta, que não devia ter mais do que 16 anos. A menina a olhou por alguns instantes, com olhos tristes e, ao mesmo tempo, amargurados. Naquele lugar, as pessoas não sabiam mais quem elas realmente eram, pois as circunstâncias as mudavam.

A mesma mesa que da vez passada estava novamente na frente de Emma. Era a única coisa que separava Regina e ela. Desta vez, a morena usava seu uniforme com os últimos botões desabotoados, visto que estava quente. Ela não pode deixar de olhar para os seios de Regina, até que ela foi interrompida pela mesma.

-Vejo que agora eu consegui a sua atenção, não é mesmo, Emma?- Implicou ela.

- Se você vai me colocar novamente naquele buraco mais tarde, Regina, acho que estou pronta para colaborar e ver no que vai dar.- Falou a loira.

- Ora, ora... Vejo que o 'comandante' já fugiu do seu vocabulário, não é mesmo? Gosto assim. Desafios. No entanto, as outras pessoas não gostam.

- Do que é que você está falando?- Indagou, confusa.

- Bem, sabemos o que as pessoas acham de um oficial falar com diremos, uma detenta, por assim dizer. O único motivo pelo qual eu deveria chamá-la aqui deveria ser para torturá-la. Mas isso vai contra os meus princípios nesse momento, Srta. Swan. Sei que ainda teremos muito o que conversar.- A morena se aproximava cada vez mais. Emma pode sentir a sua respiração contra a sua e isso a deixou ofegante. Fez uma força enorme para que conseguisse falar.

- Regina, eu já disse que vou colaborar, mas eu tenho que saber no que exatamente eu estou me metendo. Eu já fui enganada por muitas pessoas e a última coisa que eu preciso nesse momento seria que isso acontecesse novamente, com todo o respeito.- disse.

- Bom, enganada eu garanto que você não será. Colaborar, no entanto, depende totalmente das duas atitudes e o quão longe você irá para alcançar o seu o objetivo, que nós duas sabemos que é reencontrar os seus pais. Mas o meu objetivo vai um pouco além disso. Eu quero derrubar aquele que está mantendo Mary Margareth presa e para isso eu preciso da sua ajuda.

No Amor e na GuerraOnde histórias criam vida. Descubra agora