Capítulo 13- Quem você pensa que é?

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Quando duas pessoas decidem ficar juntas, essa decisão pode ser um grande equívoco ou a melhor coisa que já lhes aconteceu. Muitos diriam que o tal sentimento denominado amor nem mesmo existe. Mas e os casais que duraram por 60 anos, ou aqueles que realmente acabaram com "até que a morte os separe"? São provas de que esse sentimento desgraçado e misterioso pode ser entendido e discutido de muitas formas. Mas uma coisa é certa: ele é único para cada um, e somente aqueles que já o viveram conseguem realmente entendê-lo. Não pertinente, outros que baseiam-se em acontecimentos de uma noite e em paixões passageiras, tem poucas coisa que já os fizeram disparar o coração.

E se, mesmo que aquilo fosse um grande equívoco, estivesse certo? Agora, mais do que nunca, Emma e Regina podiam sentir que, mesmo se tudo era um grande erro ou que elas nunca deveriam ficar juntas, jamais ficariam tão felizes em estarem erradas. Sentimentos fortes podem surgir em momentos de tensão, tragédia e dor... Era difícil dormir com tantos pensamentos ruins na cabeça que, de uma hora para outra, pareciam nebulosos devido ao seu relacionamento. Já que nada pode ser tão ruim que não tenha fim ou nada tão bom que dure pra sempre... ou será que o amor pode?

Regina já estava no quinquagésimo sono, mas Emma não conseguia dormir de maneira alguma.

–Você sabe que daqui pra frente vai ser tudo diferente, não sabe?- Falou ela, acordando a morena.

–Eu... Eu sei sim, Emma, mas porque você está me falando nisso agora? Está com dor? Venha aqui... pode me abraçar se quiser.

Deitaram de conchinha, mas se costas uma para outra. Emma podia sentir a leve mão da morena acariciando-a. Aquilo era tão bom! O carinho que afaga, era simplesmente relaxante e, aos poucos, o seu turbilhão de pensamentos começou a se acalmar. Regina passou a acariciar a sua barriga. A gravidez ainda não era tão visível, mas a vibração de uma nova vida era inexplicável.

–Você vai me deixar cuidar dele, não é? Dizia Regina. Tudo o que ela conseguia pensar era na proposta que tinha recebido para criarem a criança juntas. Logo ela, que não podia ter filhos, seria abençoada com um filho junto com a mulher que vinha fazendo o seu coração bater mais forte, que dava sentido àqueles dias escuros.

Mas o medo da loira era de que, ali naquele campo, tudo era tão imprevisível que talvez a médica ou até mesmo ela própria não conhecessem o seu filho.

–Acha que o parto dele vai ser normal, Regina?- Falou ríspida.

–Não pense nisso agora. É muito cedo e ainda não podemos prever nada disso. É complicado e...- Emma a interrompeu.

–Só responda, Regina. O parto do meu filho vai ser normal ou não?- Não havia motivos para Emma estar tão exaltada. Regina já havia notado nos últimos dias que ela andava estressada demais, mas quem não estaria em um lugar como aquele?

–Não, Emma. Eu não acho que o parto do NOSSO filho vai ser normal. Achei que as suas declarações e propostas pra mim tinham sido mais sérias.

Quem ela pensava que era para falar com Regina daquela maneira? Enquanto a morena apenas queria uma parte sua vida, talvez nem uma parte, mas compartilhar a sua vida com a dela para sempre? Ver a criança crescer juntinhas, vê-lo dar os primeiros passos e pronunciar a primeira palavra?

Parecia que ela ter dito: "Emma, eu quero você para mim para sempre" não significava nada. Mas a verdade era que essas palavras que faziam a cabeça dela embaçar. Era exatamente isso que a confundia.

–Eu realmente não sei o que vai acontecer, você não entende isso? Eu quero estar aqui para ver o nosso filho crescer.

-E você acha que eu não quero?! Que eu não estou fazendo todo o possível para que vocês dois fiquem bem?

No Amor e na GuerraOnde histórias criam vida. Descubra agora