Capítulo 05

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"Eu preciso muito de você, agora, ou vou explodir."

Franzi a testa diante da mensagem de Tyler, que eu recebi neste minuto. Meu coração acelerou e tentei não pensar naquilo como algo ruim. Quer dizer, eu, definitivamente, não interpretara aquilo como algo fofo, romântico. Fiquei criando várias cenas na minha cabeça, enquanto respondia a sua mensagem, um simples, "você está bem? O que aconteceu?".

Mas ele não voltou a me enviar mensagem. Nem sequer deu sinal de vida. Eu estava ficando preocupada.

Foi apenas quando se passaram vários minutos de seu silêncio, que eu resolvi telefonar; eu estava com receio de ligar antes, porque, bom, se ele não me respondera, era porque tinha preferido ficar na sua. Mas quanto mais os minutos passavam, mais eu ficava imaginando coisas, então não estava me fazendo nada bem.

Tyler não me atendeu. Nenhuma das minhas quatro ligações, com pequenos espaços, porque tinha medo dele achar que sou, sei lá, grudenta...?

Saí do meu quarto, pretendendo me distrair, tentando colocar na cabeça que aquilo era perfeitamente normal, que pessoas poderiam agir assim, e isso não significava nada demais. Exceto que Tyler nunca fizera isso, e nunca me mandava mensagens enigmáticas e não me respondia depois, ou não atendia minhas ligações.

É claro que eu iria ficar paranoica!

Respirei fundo e encarei meu celular. Queria ter certeza que não iria perder nenhuma ligação possível ou alguma mensagem sua.

Eu já estava quase roendo as unhas, coisa que eu me mataria, porque tinha aquela mania, e eu jurei que iria parar, quando alguém bateu na porta; eu tinha voltado para o meu quarto, e estava com a porta aberta, mexendo no celular, mas ficando atenta a qualquer coisa.

Então Will me chamou e eu soube.

Lá estava ele, com o ar perdido, bochechas vermelhas, e eu poderia até não franzir a testa diante disso, já que o clima hoje esfriou gradativamente, me fazendo usar calças de moletom e uma blusa com mangas longas, para me proteger do frio. Mas enquanto o observava, e seus olhos estavam nos meus, quase ignorando Will, exceto pelo fato de que ele não parecia estar fazendo aquilo por querer, percebi que seus olhos estavam brilhantes, mas aquilo me incomodou. Não era o brilho de costume. Tinha algo ali.

Na verdade, ele não parecia o Tyler que eu conhecia. Ele não estava bem, qualquer um poderia notar.

- Com licença. - eu disse para Will, por falta do que dizer, e puxei Tyler comigo, levando-o para o meu quarto, fechando a porta.

Eu sabia que Will notara o estado do nosso amigo, apenas por isso não falou absolutamente nada, porque, provavelmente, iria perguntar como ele entrou no prédio sem ser anunciado. Eu apenas aceitei o fato de que talvez ele tivesse dado a sorte de encontrar alguém saindo ou entrando e subiu, sem cerimônia.

Deixei que Tyler sentasse na minha cama e esperei que ele dissesse algo, porém ele não parecia estar com muita vontade de fazer isso; me dei por vencida e sentei ao seu lado.

Ao fazer isto, senti que ele estava com cheiro de álcool.

- Tyler...? - tentei.

Ele parecia tão perdido. Parecia nem notar nada ao seu redor.

- Tyler... Tyler, você... - eu queria perguntar se ele estava bem, mas era evidente que não. - O que aconteceu?

E então ele me olhou, e aquilo pareceu como se fosse a primeira vez que ele me visse. Seus olhos, de repente, ficaram ainda mais brilhantes e eu soube o que ele estava prestes a fazer e meu coração apertou.

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