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Você para.

A sombra te risca pela segunda vez.

Atrás de você, a linha azul despenca no horizonte.

O coaxo dele rasga o céu quente de novo.

Você corre!

Embaixo dos seus passos firmes a poeira azul da cor do sonho levanta.

Você corre! Mais!

Dentro da Floresta de Vidro o calor é menos quente.

Você para... Respira.

Sobre sua cabeça, a maior folha que você conseguiu encontrar reflete a Luz Soberana para o auto. Direto nos olhos dele. E é isso que vai te salvar.

Ele passa por você, que brilhando, não existe mais. E vai embora.

Carniceiros.

Dizem que Antes eles não tinham asas nem pelos e eram do tamanho do seu pé.

Eles os chamavam de "Sapos".

É um nome diferente de um jeito estranho.

Sapo. Sapo. Sapo...

Você espera.

Senta.

Queima.

Lembra.

Lembra quando a Floresta era verde...

imagina, pois você nunca a viu. Apenas lhe contaram.

Agora elas são de vidro para se defender. Poder existir. Refletir.

É assim desde quando A Coisa no topo de tudo se tornou soberana.

Você pensa em tudo que um dia foi e agora não é mais.

Quando acaba de pensar, não espera mais.

Então você volta e segue.

Abre a mochila pendurada no ombro e vê.

Vê no papel antigo, feito quando a Floresta era verde, a linha azul.

A linha azul que você segue.

A linha azul que você anda.

A linha azul que termina onde começa a realidade do último sonho que restou no resto do mundo.

Não.

Não no mundo que você tem dentro de si. Esse ainda é uma vontade inteira.

Sim. No mundo em que você existe. E nele, você continua seguindo.


CONTINUA...

Azul - A Cor do Último SonhoOnde histórias criam vida. Descubra agora