Capítulo Oito

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Algumas semanas se passaram, e ainda não temos notícias sobre o estado da Savanah, Isso me preocupa e muito.

Hoje poderei vê-la, e eu estou feliz por isso, sinto falta dela.

Mais Tarde o médico me chama e me diz que já posso entrar, espero que minha visita faça ela melhorar.
Quando entrei no quarto me assustei, pois a Savanah estava presa á várias máquinas, uma pra respirar, outra checando os batimentos cardíacos, vê-la daquela forma me deixava super mal.

Teve uma hora que eu comecei a falar com ela, o médico disse que ajuda.

-Oi Savanah, quanto tempo... estava com saudades, lá em casa todos sentem sua falta, bem, as meninas nem tanto, mas não liga pra elas não, elas são umas bobas.
Eu não vejo a hora de você sair desse hospital, quero muito lhe ver bem, e está com você, sabe... O nosso lugar secreto está sendo bem cuidado e vigiado, Nossa árvore está cada dia mais linda, Eu até trouxe uma flor dela para você, ela está cheia de flores, você tem que ver... Bem, vou deixar a flor aqui em cima, Espero que você acorde logo, para poder vê-la!

Eu fiquei durante muito tempo conversando com a Savanah, mas ela não dava nem um sinal de melhoras.

Mais tarde o médico me pediu para sair, meus pais também entraram, e ficaram lá com ela quando eu sai.

Fico imaginando, como a mãe da Savanah teve coragem de abandonar uma pessoa tão especial quanto ela?
Só sendo doente mesmo pra fazer uma coisas dessas!

A Savanah é tão especial... tão incrível... não consigo Imaginar alguém nesse mundo sendo capaz de abandona-la.

Eu não sei se serei capaz de esconder esse segredo da d Savanah, mas também não quero que ela sofra.

Se eu contar, ela irá sofrer mais ainda, ainda mais se souber que escondemos isso dela esses anos todos, quer dizer os meus pais, porque eu só descobri isso a semanas atrás.

Eu não sei o que eu faço, estou em um beco sem saída, se eu contar ela irá sofrer! Mas se eu não contar e ela descobrir que eu menti, ela nunca irá me perdoar.

*
Eu estava tendo um sonho, na verdade era uma recordação de minha infância, eu estava com o Pierre, estávamos no nosso jardim secreto, corríamos, e eu estava feliz, eu sorria, e ele também, estávamos os dois felizes e se divertindo, tínhamos entre seis e sete anos, Eu seis e ele sete!

Essa é uma das melhores recordações da minha infância, o Pierre Sempre foi uma pessoa muito especial, se não fosse por ele minha infância seria um pesadelo.

Eu iria ser a criança mais depressiva do mundo, durante todo o tempo em que passei triste ele tentava de várias formas me alegrar, esse era um dos adjetivos que eu gostava nele.

Quando eu dispertei eu não sabia bem onde eu estava, nem sabia o que estava acontecendo.

Olhei ao redor e vi tudo branco,percebi que eu estava conectada à várias aparelhos, então não foi muito difícil de me localizar, logo percebi que estava no hospital.

Foi aí que tudo voltou à minha cabeça, as meninas, a briga, o acidente.... Lágrimas já escorriam, E a vontade de
morrer veio junto, aliás, por que eu não morri?
Eu poderia ter morrido, tudo seria bem mais fácil!

Pelo menos eu não estaria sofrendo agora.

Parte de mim sabia que faria outras pessoas sofrerem, mas a outra sabia que eu iria continuar sofrendo se não morresse.

Fiquei um tempo chorando e pensando, como seria minha vida se nada disso teria acontecido, digo,a morte do meu pai,e se meus pais biológicos não tivessem me abandonado? Talvez eu não estaria onde estou agora.

Eu só queria que as coisas fossem diferente, eu queria ter tido a oportunidade de ajudar o meu pai, mas não tive...

Mais tarde ouvi passos,vinha do corredor,Era uma enfermeira....

-Não é possível!-Disse a enfermeira me olhando muito surpresa, eu ainda não tinha forças para falar, então fiquei quieta.

Ela repetiu um"Não acredito!" E depois foi chegar o médico.

-Como se sente senhorita Savanah?-Questionou o médico.

Eu me esforcei em dizer um"Na medida do possível!

-Bem, temos que fazer alguns exames para ver se está tudo bem, e iremos informar os responsáveis.-Disse o médico.

Dessa vez eu não disse nada.

E mais tarde recebi visitas, a Kayce,o Kayo e o Pierre.

-Savanah, eu estou tão feliz em vê-la tão bem assim!-Disse o Pierre segurando a minha mão.

Eu não conseguiu dizer nada, só apertei a mão dele, e ele compreendeu.

Eu já tinha recebido a Kayce e o Kayo, então eu estava sozinha com o Pierre.

-Sabe Savanah... Eu fiquei com tanto medo de lhe perder! Eu não sei o que iria fazer sem você!-Disse o Pierre segurando minha mão.

-Eu te amo Savanah!-Ele disse Isso e eu me emocionei, deixei algumas lágrimas caíram.

-Não chore Savanah!-Ele Disse limpando as lágrimas que escaparam.

-Eu... Também... Te.. Amo... Pierre...!-Eu disse com dificuldade,e mais lágrimas escaparam, e ele limpou.

Ele ficou segurando a minha mão durante um tempo,e foi bom... Ele ficou conversando comigo, bem mais ou menos, porque eu não podia responder direito.
Depois ele me mostrou uma for, ele disse que era da nossa
árvore,e eu me emocionei novamente.

O Pierre me transmitia segurança, e quando estou perto dele sinto vontade de viver... Ele me faz me sentir assim!

É como se uma luz se acendesse para mim!
Ele é meu porto seguro.
É parte de mim...

Ele me ajudou a viver todos esses anos.
Eu não sei o que seria de mim sem ele!

Se eu ainda estou aqui,é por causa dele!

Pertence à Ana Souza

SavanahOnde histórias criam vida. Descubra agora