O Ataque -Parte I

4.4K 638 66
                                    


– O que foi? –Sussurrou indo acompanhar a amiga com a arma em sua mão.

–Eu sinto algo...-A loba não sabia bem como definir...Mas sentia uma sensação de que algo iria acontecer...

Gabriel olhou para a grande janela existente na sala, podia observar a floresta que rodeava a casa, os flocos de neve caindo...O silêncio...De fato, algo parecia que iria acontecer.

Uivos bizarros cortaram o silêncio como navalhas, o curandeiro sentiu seu corpo tremer com aquele som, não parecia com nenhum uivo de lobo que já ouvira.

–Gabriel... Prepare-se...-Murmurou Marcely já tirando a roupa, rapidamente. O loiro tentou conter o seu receio e insegurança da situação, de fato acreditara que não iria acontecer...Que os lobos forasteiros não iriam vir até ali, mas em parte sabia que tais crenças eram pura ilusão, era bastante inteligente para crer nesta possibilidade, Pablo presumira aquilo... Segurou com mais força a espingarda, teria que defender a alcateia.

Quando a última peça de roupa de Marcely tocou o chão, uma das vidraças das janelas da sala foi quebrada, cacos de vidros voaram pelo o ar, tudo parecia ser em câmera lenta, Gabriel observou as duas formas lupinas adentrarem no local, as janelas eram grandes e o curandeiro sabia o quão grosso era o vidro daquelas vidraças... Era o suficiente forte para barrar o frio nas épocas frias e para conter as ventanias nas épocas de verão... Não iria quebrar tão facilmente... Aquelas criaturas... Eram fortes e tinham uma aparência que se assemelhava a lobos, contudo não o eram, lobisomens tinham a sua forma animal tal como um lobo normal, só que bem maior...Aqueles seres estavam em pé, havia pelos cobrindo grande parte do seu corpo, mas não todo, as mãos era uma disformes dispondo de garras , o rosto... Era de lobo, contudo não parecia natural...De fato, nada naquelas criaturas pareciam naturais.

–Carne!! –Um dos seres rosnou em uma linguagem confusa, afinal lobos não eram para falar... A não ser uivar, rosnar, ganir, essas coisas, forçar uma linguagem humana em algo que a fisiologia do animal não estava preparado para conter, logo o resultado era aquele som bruto e quase inteligível.

–Gabriel! Para trás! – Rosnou Marcely se transformando em loba, sua pelagem branca era discrepante se comparada a coloração escurada dos quase-lobisomens a qual ela teria que lutar. O curandeiro temeu pela a amiga, pois era claro a diferença de tamanho e de força entre eles. Como para comprovar isso uma das criaturas atacou de imediato Marcely, Gabriel percebeu que se tratava do monstro que tinha sobre a cabeça raspada uma tatuagem com o nome "Caim", a força do seu braço lançou a loba branca de encontro a parede oposta da sala, ela soltou um ganido de dor.

–Marcely! –Gritou Gabriel ainda mais preocupado. " Isso não vai dar certo... Ela não pode conter esses dois monstros...Se eles fossem lobos normais, talvez...Mas..." O loiro não passou muito tempo preso aos seus pensamentos, pois um dos quase-lobos avançou em sua direção.

–É como andar em uma bicicleta...Você nunca esquece... –Murmurou várias vezes para si enquanto andava para trás, fez a mira com a espingarda. A criatura rosnou, saliva escorria de sua boca, Gabriel apertou o gatilho e uma das seringas foi lançada no peito do ser, a ampola abaixou e o liquido neutralizante foi então transferido... Contudo o quase-lobo não pareceu afetado com o tiro e tão pouco com o neutralizante e continuou a avançar...Aflito, Gabriel atirou novamente e acertou, novamente parecia não fazer efeito.

–O que são vocês? –Perguntou a si mesmo. O que poderia fazer?

O monstro se preparou para pegar Gabriel, este estava paralisado, não sabia o que deveria fazer... Virava lobo? Lutava? Ele não era um guerreiro!

Lua CheiaOnde histórias criam vida. Descubra agora