Azarada

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Felicity's Pov

Eu odiava Oliver Queen com toda a minha alma. Pronto, é isso! E eu nunca iria me cansar de repetir essa frase.

Como ele se atrevia a me fazer sair assim? Cerrei os dentes, me recusando a olhar para qualquer ponto que não fosse minhas botinhas de plástico, feitas exatamente para sair em dias chuvosos. Elas eram a única peça do meu vestuário que salvava - apesar que no momento, eu odiava até elas.

Não combinavam com aquele vestido de época ridículo, que me fez quase ficar presa na porta do passageiro daquele táxi. Por que as mulheres usavam aquelas gaiolas intituladas como crinoline? Pior, por que usava tantos panos um embaixo do outro? Em que ponto da história alguém olhou pra isso e pensou que seria uma boa ideia?! 

Estava frio em Star City, mas eu já estava me derretendo de calor - e claro, aquele meu calor também tinha haver com a humilhação que salpicava por todos os meus poros por estar sendo objeto de chacota.

Assim que coloquei o pé pra fora do apartamento, todos que passavam na rua naquela manhã me olhavam como se eu fosse alguma louca e talvez fosse mesmo por não ter pego uma corda e me enforcado quando tive oportunidade. Ainda tinha guardada na minha bolsa de mão, a notinha indexada junto com essa estúpida roupa, que Oliver havia me mandado hoje: 

"Essa, é só por você ter insinuado que eu não sabia em que século estávamos."

A audácia do cretino!

Senti vontade de rasgar o papelzinho, deixar em frangalhos e depois tacar fogo, mas decidi que guardaria a prova do crime para servir de combustível para alimentar mais o meu ódio por aquele sádico de meia tigela. O prepotente realmente se provava a cada segundo muito rancoroso, só por ter lembrado minhas palavras disparadas no calor do momento, com todas as letras. Quer dizer, quem fazia isso? Quem tinha uma memória tão assustadora como aquela?

Um psicopata, a resposta veio rápida. Sadista, prepotente, narcisista, arro-

― Senhorita, já chegamos. ― O taxista interrompeu meus pensamentos nada gentis sobre o meu chefinho. Com um sorriso sem graça, lhe entreguei o dinheiro da corrida, tentando ignorar ao máximo o olhar que ele me lançava.

Hoje eu seria um ET para todo mundo que me visse, era isso, sabia. Okay, eu poderia sobreviver, por que não iria sobreviver? Pffff, coisa fácil. Chumbo grosso tava vindo mais pela frente, podia sentir, por isso resolvi me preparar mentalmente e ignorar aquele formigamento incômodo nos meus pés.

― Ô moço, me ajuda aqui! ― Pedi, quando emperrei novamente na porta. Inferno de crinoline, inferno, inferno! Meu rosto estava vermelho, só que dessa vez de raiva.

Soltando algumas pragas, o taxista desceu pra me ajudar e não sendo nenhum pouco delicado, me puxou pelo braço com toda força, pra fora do taxi. Obviamente, me estatelei no chão após isso.

― Filho da mãe! ― Eu xingava horrores aquele outro maldito. O que homens tinham contra a minha pessoa? Graças a crinoline, minha cara não chegou nem a encostar no chão, mas o negócio era: Como eu iria me levantar sem sair rolando? ― Ô moço, me ajuda aqui! ― Pedi novamente, dessa vez mais desesperada que antes.

O desgraçado, que de bobo não tinha nada, resolveu me ignorar e meteu o pé dali, antes que fosse intitulado como louco por estar ajudando uma pobre mulher vestida com roupas do século passado, se levantar do chão.

― Tomara que o seu pinto caía, seu infeliz! ― Berrei, ao ver pela minha visão periférica o táxi se afastar. Pra completar a desgraça, o meu cabelo que estava preso num coque, se desfez e tampou toda a minha visão.

100 Dias com Oliver QueenOnde histórias criam vida. Descubra agora