Bem vindo a Vegas

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Felicity's Pov

No momento, eu estava sentada olhando as luzes de Vegas preencherem a noite pela janela do táxi, enquanto chegava numa trágica verdade: Deus tinha senso de humor.

Era curioso - não, na realidade, beirava ao ridículo - a forma com que eu estava sendo atraída novamente para aquele lugar, uma vez que eu havia tentado desesperadamente me livrar daquele passado de garçonete sem esperanças e sem pai. Eu odiava Vegas. E não foi a toa que eu me enterrei de mentiras para conseguir entrar na QC - eu queria mais, eu esperava por mais. Vegas não era só festas e diversão. Era álcool, prostituição, drogas, mercado negro. Vegas era um lugar mais obscurecido que lhe davam créditos.

E estar ali, exatamente, com Oliver Queen não me ajudava em nada. Eu me sentia prestes a um colapso nervoso.

Eu adorava a minha mãe, e especialmente por sua causa, eu não fiquei em maus lençóis quando resolvi trabalhar de garçonete no cassino, por um ano (ainda bem que não durou tudo isso). Eu esperava outra coisa para o meu futuro e ambas - na realidade, eu – chegamos a conclusão que só minha inteligência, não iria me dar uma oportunidade de ingressar numa faculdade de fibra para almejar os meus sonhos. Portanto, decidi que teria de trabalhar para arranjar um dinheiro e pelo menos, sair de Vegas e ir até Star City, lugar onde as faculdades não eram tão caras assim.

Minha mãe não gostou da ideia, podia arriscar até em dizer que ela se sentiu devastada ao perceber que não havia juntado dinheiro o suficiente para eu conseguir cursar uma faculdade - mesmo que ela tivesse trabalhado horas e horas servindo naquele cassino durante anos. Não era o suficiente, nunca foi. Não sou hipócrita de negar que por diversas vezes, me senti ressentida com ela. Mas, amadureci e vi que a vida não era tão fácil assim e ela havia feito o seu melhor.

Principalmente, quando me supervisionava nas minhas noites servindo no cassino. Vários homens se aproximaram com alguma proposta indecente e ela, para minha total sorte, afastou todos. Eu usava o meu nome do meio e combinamos de não dizer a ninguém que eu era sua filha. Ela não queria que a minha reputação fosse denegrida de alguma forma - mesmo que eu só estivesse ali para servir coquetéis e ela nunca tivesse feito nada além de servir mesas. 

Aquilo funcionou o bastante para eu me mandar em pouco tempo para Star City e conseguir ingressar na faculdade. Entretanto, a situação depois de alguns meses, ficou insustentável e eu tive que arranjar algum emprego.

Moira Queen - ou no caso, Oliver -, pagava seus empregados muito bem e se eu queria ter o dinheiro para finalizar minha faculdade, teria de entrar na empresa de qualquer jeito. E foi o que eu fiz, só não contava ter de trabalhar para um sádico prepotente com mania de grandeza. Além, de claro, o cargo de secretária ser mais difícil que o esperado.

Mas voltando.... Eu adorava a minha mãe. Adorava mesmo, de verdade. Donna Smoak, podia não ser um exemplo de mãe convencional, mas sabia muito bem quando me tirar de uma situação caótica, então sim, eu adorava a minha mãe.

Mas isso não queria dizer que eu gostaria que o meu chefe a encontrasse. Não quando o meu chefe me tinha atada em suas mãos.

E eu presumi, no andar da carruagem, que era pedir demais para que o amiguinho dele não estivesse dentro do cassino. Grand Atlas era um hotel enorme, com uma variedade gigantescas de atividades, mas o destaque maior era o cassino. Então, não precisava ser um gênio para saber o que atraiu um playboy cabeça-de-vento.

Desviei os olhos da janela, para olhar Oliver sentado ao meu lado. Diggle, estava sentado na frente, ao lado do motorista - sentia que ele havia feito aquilo de propósito. Me deixar sentada ao lado de Oliver, me impedia de pular do carro em movimento - mas me dava mais vontade ainda de fazê-lo. E de um jeito muito suspeito, ele parecia saber daquilo.

100 Dias com Oliver QueenOnde histórias criam vida. Descubra agora