Acordei exausta do dia anterior.
Andamos muita coisa, tivemos que novamente sair muito cedo, cerca de 5 da manhã, quanto antes chegassemos em Boston, mais rápido encontraríamos a cura, e assim, eu poderia voltar a viver.
De manhã, quando acordamos, antes de sairmos começamos a conversar:
– O que você pretende fazer quando chegarmos lá?
– Procurar o Dr. Chelmer.
– Como tem tanta certeza de que ele está certo?
– Levi, não preciso de argumentos científicos pra acreditar que existe uma cura pra isso. Preciso lutar pra viver!
– Tudo bem, se você acha que é só assim.
– Olha aqui, eu sei que não é só assim. Mas já andamos 130 km, não vamos voltar!
– Ainda da tempo Maddie!
– Para Levi! Eu não vou voltar! De jeito nenhum!
– Ah! Tabom! Se você prefere assim!
– Anda, vamos desmontar a barraca logo.
– Aposto que eu desmonto primeiro.
– Não! Eu!
– Sou eu ! Não adianta brigar!
– Nem vem Maddie.
– O que eu perdi na escola esses dias?
– Nada de mais.
– O que vocês fizeram de interessante?
– Lindsay está sem sobrancelhas.
– Não acredito! Daria tudo pra ver isso.
– Nós rimos pacas!
– Como ela teve coragem de ir pra escola assim? Do jeito que ela é!
– Ela tinha ido com um óculos escuros, quando alguém "acidentalmente" contou pra vice- diretora Cohl que óculos escuros era proibido!
– Não acredito que você fez isso Levi!
– Acredite! Lembra de quando ela falou mal de você?
– Que garotinho vingativo!
– Me deixa! Você sabe que quando mexem com você mexem comigo também!
– Mas como ela ficou assim?
– Sem comentários...
– Você raspou as sobrancelhas dela?!
– Talvez...
– Levi!
– Tudo por você.
– Amigos.
– Melhores amigos.
– Melhores amigos pra sempre.
– Pra sempre e sem exceção.
Rimos juntos.
– Será se a Ana já acordou?
– Não sei vai lá ver!
– ANA!
– O que vocês querem? Me deixem dormir.
– Vamos! Se não nunca vamos chegar a Boston!
– Daqui a pouco... Que horas são?
– Nove horas! Vamos logo!
– Ah! Ta! Tô indo!
Desmontamos a barraca e saímos pela trilha, foi até agradável, a trilha estava bonita e as folhas verdes, estávamos nos divertindo muito cantando musicas antigas antigas como: " We Will rock you", mas no meio do caminho, tivemos que parar por duas horas num rio lá perto, pra tomar água, eu precisava muito descansar:
– Precisamos parar.
– Vamos esperar mais um pouco. Está perto de anoitecer.
– Mas aqui tem um rio! Preciso tomar água e encher as garrafas!
– Tudo bem! Ela tem razão Levi, precisamos parar!
Me sentei numa pedra perto dali, quando me espantei com um pulo forte na água, ela o Levi, ele havia pulado no rio:
– A água está uma delícia! Venham meninas!
– Não tem peixes?
– Não.
– Jacarés?
– Não.
– Piranhas?
– Não.
– Sapos?
– Não.
– Pererecas?
– Não.
– Cobras?
– Não tem nada disso aqui Maddie! Eu acho...
– Você acha??!
– Estou brincando, tenho certeza! Pode vir.
Pulei na água e quando cai fechei os olhos, Ana veio logo depois e nós nos divertimos muito, quando sai da água, já na superfície havia um caco de vidro, provavelmente deixado ali há muito tempo atrás, com a minha sorte você já deve imaginar que eu pisei, sem querer no caco e cortei meu pé, Ana e Levi se assustaram e saíram da água rapidamente:
– O que aconteceu?
– Não! Saiam daqui! Saiam de perto de mim!
– Calma, pega minha blusa.
– Você não vai ficar com frio Levi?
– Sim, mas prefiro te ver bem.
– Obrigada.
– Pega.
– Espera! Joga.
– Pensa rápido!
– Obrigado! Muito obrigado.
– De nada!
– Não toquem em mim. Ana, você trouxe a outra barraca extra?
– Sim, por que?
– Vou dormir lá hoje. Tenho medo que o sangue volte a fluir.
– Não posso te deixar dormir sozinha. Pior vai ser se você passar mal durante a noite.
– Não quero que se arrisquem por mim. Meu sangue é um veneno.
– Mas, mesmo assim, eu me preocupo com você e prefiro me ver ruim e rever bem, do que ao contrário.
– Levi! Não precisa.
– Precisa. Eu durmo com você hoje.
– Obrigada.
– Por que você está chorando?
– Meu sangue é um veneno. Meu sangue é um veneno.
– Calma. Não se sinta assim. Venha. Vamos dormir.
– Precisamos achar um lugar melhor para armarmos a barraca e dormimos, aqui não da, nunca se deve armar barracas perto de rios!
– Por que não?
– Pode haver jacarés ou cobras aí.
– Já te disse que não tem nada!
– É melhor prevenir do que remediar!
– Tudo bem. Vamos logo. Quer ajuda?
– Sim. Por favor.
Ana foi me carregando pelo caminho, meu pé doía muito, as vezes, em algumas árvores, encontrávamos vagalumes e ficávamos brincando com eles, capturei três com a minha mão.
Senti muita sede no caminho mesmo sem andarmos muito, eu me sentia cansada, Levi subiu em uma árvore e pulou nos seus galhos:
– Olhem! Isso é divertido!
– Desce dai! Macaquinho...
– Tentem! Vocês são muito sérias! Se divirtam um pouco senhoritas!
– VEM!
– Maddie pode ser perigoso!
– E o que temos a perder?
– Nada só que...
– Daqui a cinqüenta anos... quando tire contando a sua história.... Não vai querer contar que brincou de Tarzan numa floresta natural?
– Eu vou me arrepender disso!
E gritamos, pulamos, aquela mini "aventura" me fez esquecer totalmente da dor do meu pé! Me senti bem melhor, quando descemos, percebemos que estávamos num lugar bem mais longe do lugar onde subimos, por isso tivemos que percorrer a trilha inteira novamente para pegarmos as coisas, que havíamos deixado no lugar.
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A cura
Romance- Credo! Por que você se balança toda enquanto dorme? Você tem pesadelos? - Só me sinto meio mal... - Você está toda molhada! - É suor. - Está três graus lá fora. Por que você sua quando está com frio? - Eu sou doente. - Pega a minha camisa. - Obrig...