A enfermeira Tea entrou na sala e falou:
– Eu me lembro desse dia.
– Ãn?
– Da foto! Foi aqui no hospital! Eu que tirei essa foto.
– Ah!
– Você a amava muito não amava?
Concordei com a cabeça.
– Você era apenas um garoto quando a perdeu, deve ter doido muito. Eu entendo, a família é o mais importante na vida de uma pessoa.
– Você tem família Tea?
– Tenho. Meu pai. E eu amo muito ele, mas do que tudo.
– Onde ele mora?
– Em Boston.
– Você não tem mais ninguém?
– Minha mãe morreu quando eu era jovem, ela foi assassinada, por o meu pai.
– Seu pai assassinou a sua mãe?
– Sim. Mas eu o perdoei e aprendi a amá-lo mais que tudo, um certo anjo me ensinou.
– Hum.
– E você Levi? Você tem família?
– Eu tinha uma esposa. Mas ela morreu quando eu tinha treze anos!
Nós rimos juntos, quando Ana chegou:
– ANA!
– LEVI! Senti tanto a sua falta!
– Eu também!
– Como você está?
– Eu estou bem! Nossa não te vejo a anos!
– Eu também não! Desde que a Madson...
– Não fale sobre isso agora.
Comecei a chorar.
– O que aconteceu?
– Hoje é o aniversário dela. Se ela estivesse viva estaríamos comemorando com nossos filhos.
– Você ainda acredita que se ela vivesse vocês se casariam?
– Não sei. Isso eu deixaria pro destino resolver.
– Tudo bem.
– E você? Pra quem não gostava do Rupert!
– Isso e passado!
– Vocês estão casados agora Ana!
– Sem comentários...
– Como estão seus filhos?
– Eles estão com o Rupert, foram conhecer o trabalho dele para um trabalho na escola.
– Ah sim! E quando você vai voltar pra Memphis?
– Não sei. Pretendo passar um tempo por aqui, recordando com os meus antigos amigos.
– Isso é ótimo.
– Então tudo bem, tchau, estou indo buscar as meninos.
– Tchau.
Já estava quase escurecendo quando Ana saiu, eu sabia que hoje era o aniversário de uma pessoa especial e como eu fiz todos os anos depois que ela morreu, fui até o pequeno rio, na qual iniciamos a aventura da nossa vida, ou para alguns, do fim dela.
Me sentei na borda e coloquei os meus pés na água, fiquei me lembrando do pequeno bote que construímos, que possibilitou o início da aventura mais embaraçosa da minha vida, do seu pequeno sorriso, eu lembro de navegarmos tranqüilamente todo aquele curso, de seu sorriso, dela deitada nas minhas pernas sorrindo e brincando comigo, então comecei a sorrir, quando percebi que havia uma coisa flutuando na água, peguei um graveto para tentar alcançar e trazer até as margens, e o peguei, então chorei, ele já estava quase sem cor, era antigo, pequeno, mas ainda me fazia feliz.
Levei para casa e guardei na estante, naquela noite, eu acordei com meio da noite e olhei em volta, fiquei com muito medo por que vi simplesmente o nada. Fiquei com medo do escuro, do que poderia haver lá, fiquei em um profundo estado de desconforto, quando lembrei que possuía uma arma secreta.
Fui até a estante e peguei ele, me deixava sem tanto medo e me transmitia felicidade, paz e amor.
O salto da Maddie.
Adormeci, triste mas sem medo algum do nada.
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A cura
Romance- Credo! Por que você se balança toda enquanto dorme? Você tem pesadelos? - Só me sinto meio mal... - Você está toda molhada! - É suor. - Está três graus lá fora. Por que você sua quando está com frio? - Eu sou doente. - Pega a minha camisa. - Obrig...