Capítulo 13: Brasil.

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Fecho a porta da geladeira com força, tenho consciência que estou atrasada. Só pego uma maça, para comer no caminho - até a portaria - e rumo para a porta. Drew já deve estar me esperando para nossa corrida e como acontece quase sempre, eu estou atrasada.

Quando estou fechando a porta do apartamento meu celular toca. Olho para a tela e fico na dúvida de atender ou não minha mãe. Se não atender, é bem capaz dela cair de paraquedas na minha casa e não me deixar em paz nunca mais.

- Oi mãe. - digo ao atender.

- Liz, arrume uma mala. - praticamente grita. - seu pai e eu passaremos aí daqui meia hora.

- Mala? Para que? Tá doida é?

Ela fica alguns segundos quieta, e depois começa a gritar.

- Pelo amor de Deus Rogério, essa não. Você não tem noção de nada. - me ignora, enquanto briga com meu pai. É impossível não rir ao ouvi-la falar. - Liz, vamos para o Brasil hoje, Letícia foi presa. - ela fala pausadamente. Ouço barulho de coisas se movendo e ela falando ''merda''.

Minha mãe, não é boa em dar notícias.

- Por quê? - pergunto já indo até o quarto.

Não consegui nem pisar fora do apartamento.

- Sei lá, é da sua irmã que estamos falando, só faz loucuras. Por favor, se arrume rápido. - desliga e eu olho incrédula para o celular. Ela desligou na minha cara, que mal educada.

Pego minha mala abrindo em cima da cama e jogo algumas roupas dentro. Andei pela casa como louca pegando tudo que achava necessário para colocar na mala, depois fui me trocar e só então me lembrei de que devia correr com Andrew e ele devia estar me esperando.

Mando uma mensagem rápida para ele, dizendo que não poderia ir e que depois explicaria tudo.

Depois de olhar umas duzentas vezes dentro da mala para ver se não esquecia nada, sai do apartamento. Exatamente 45 minutos depois. Minha mãe já tinha me ligado dez vezes dizendo que estava na porta do meu prédio. Se tem algo que odeio, é que me apressem.

A pessoa te liga do nada, e manda arrumar a mala, e ainda acha que você consegue fazer isso em trinta minutos. Poupe-me.

Chego ao térreo e o porteiro me ajuda com a mala enquanto entro no carro dos meus pais.

- Oi família. Que noite maravilhosa, não é? - Brinco me ajeitando no banco de trás.

- Sínica. - mamãe resmunga me fuzilando com os olhos.

Meu pai solta uma risadinha, mas disfarça assim que as metralhadoras da dona Joana focam nele.

- Oi filha. - Ele diz quando coloca o carro no trânsito.

Sorrio para ele e volto minha atenção para o celular. Tem uma chamada perdida de Andrew e mensagens. Retorno a ligação no mesmo instante.

- Mitchell. - ele atende no terceiro toque.

Suspiro porque adoro o jeito que ele fala ''Mitchell''. Soa tão sexy e profissional. O quão patética me tornei, não é?

- Oi Drew.

- Liz, só um momento. - a ligação começa a chiar, mas logo se faz um silêncio. - Estava colocando o fone. Tenho que correr sozinho porque minha parceira tem algo melhor para fazer.

Ele dá uma risada, e assim sei que não está chateado.

- Estou indo para o Brasil, tenho uma emergência de família. - falo com pesar.

Agora, sentada aqui a caminho de outro país, me dou conta que vou ficar longe dele, e não sei como vai ser. De certa forma, eu havia me acostumado a estar com ele praticamente todos os dias.

A Vigarista (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora