Capítulo 08: Estou Apaixonado.

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À noite, estendemos uma canga na areia e nos sentamos. As ondas estavam fortes, fazendo um barulho alto quando batiam nas pedras.

Eu estava apreciando o barulho, o céu, a companhia...

Passamos uma tarde incrível. Cada brincadeira que ele fazia me arrancava gargalhadas, e eu percebi que estava feliz. Não só satisfeita, mas realmente feliz. Do tipo que para e olha o momento e chega a suspirar.

- Eu estava precisando disso. – Drew diz ao meu lado.

Viro-me para encara-lo. Seus olhos estão fixos, olhando para o horizonte. Não parecia especialmente feliz.

- Acho que desde que te conheci, tenho voltado a ser eu mesmo. – ele continua. – Estava tão focado em outras coisas que acabei me isolando um pouco. Aquele dia que nos conhecemos na boate, eu tinha ido arrastado. Já fazia um bom tempo que eu não saia com meus amigos, sempre dizia estar ocupado demais. – Drew vira o rosto e me encara. – Agora, eu tenho conseguido esquecer o que tanto me atormentava. Acabei cansando de procurar algo que não encontrava. Isso porque estar com você, faz com que eu me sinta melhor.

Meu peito doeu com sua declaração. Suas palavras entraram em cheio no meu peito, causando um misto de tristeza e dor. Eu estava o enganando e me sentindo terrivelmente mal por isso.

Porque fui me meter nessa? Porque não ouvi meu instinto e neguei esse trabalho? Esse nem é o tipo de trabalho que eu costumava pegar, e mesmo assim, aqui estou eu. Sentindo-me amargamente arrependida de ter me metido nessa.

Sorrio fracamente.

- Estar com você também faz com que eu me sinta melhor. – declaro porque é a verdade.

Mesmo que eu ainda não saiba o que está havendo entre nós, preciso admitir que ele me faz bem. Eu podia ser eu mesma ao seu lado.

Meu coração acelera quando ele se aproxima e passa o polegar na minha bochecha.

- Estou feliz por sermos amigos. – diz e se vira.

Levei um balde de água fria nesse momento.

Eu sei. Sou a contradição em pessoa. Mas eu jurava que estava rolando um clima entre a gente. Só não imaginava que ele não sentia o mesmo.

- Sim, amigos.

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No domingo, inventei que estava me sentindo mal e voltamos para casa.

Para mim, o clima tinha mudado radicalmente e eu nem conseguia entender o porque. Deveria estar feliz por ele nos considerar amigos. Isso quer dizer que não preciso me preocupar e meu trabalho está no caminho certo.

Então porque me sinto tão mal?

Estava chegando ao escritório na segunda, quando recebi uma mensagem no celular.

Suzenne: Precisamos conversar.

Parei de caminhar e fiquei estática, em frente o prédio.

Mil coisas passaram pela minha cabeça e nenhuma delas era boa. Confesso que sou uma massa de confusão. Tenho receio dela dizer que o trabalho acabou, e mais receio ainda de continuar com o trabalho.

Se ela disser que acabou, sei que não vou ficar totalmente satisfeita porque estou mexida com ele. Mas, se me mandar continuar, vai ser ainda pior. Não estou sendo a melhor profissional e sei disso.

- Sai da frente. – ouvi alguém resmungar e levantei os olhos. Só então percebi que estava atrapalhando as pessoas a passarem pela porta.

Arregalei ligeiramente os olhos, ao encarar a loira parada ali. Em seus braços carregava uma caixa que percebi estar cheia com seus pertences que ficavam no escritório.

A Vigarista (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora