A Vigarista (Completo)

Capítulo 27: Um fim, e uma promessa.

É o fim! Obrigada por ter me acompanhado até aqui!
Um beijo ❤

***

- Vire-se bem devagar. - Brooke comanda.

Levanto minhas mãos, e sem movimentos bruscos, viro-me dando de frente com uma arma apontada para minha cabeça. Talvez esse seja o momento que eu devo começar a entrar em desespero, implorar, chorar, gritar. Mas, na verdade, eu não tenho disposição para isso. Implorar nunca foi meu forte e eu sei o que ela fez com as outras, então por que não faria comigo? Eu já sou grande o suficiente para saber que não haverá conversa, e eu vou encarar a situação como a mulher que sou.

- Só quero entender uma coisa. - digo sem receio.

Brooke acena com a cabeça. Um olhar confuso estampa seu rosto, talvez se perguntando por que não estou implorando.

- Por que esperar esses anos?

- Porque com você foi muito mais divertido. E quer saber? Senta ali do lado do seu amor. - aponta com a arma para Drew. - Vou contar tudo, afinal não vai sair viva daqui para contar historia mesmo.

Sento no chão, ao lado do Drew como ela indicou.

- Ele está bem? - pergunto quando toco seu rosto e sinto que está gelado.

- Está sob efeito de sedativos. Ele acordou e quis dar uma de herói, bom, tive que dar um jeito nele. - zomba girando a arma pelos dedos, descontraída.

Eu nunca vi uma pessoa prestes a matar alguém, tão controlada.

- Quem é o segurança que te ajudou a sequestra-lo? - pergunto sabendo que a polícia está ouvindo toda nossa conversa.

- Só um drogado que faria qualquer coisa por dinheiro. - da de ombros, puxando uma cadeira e se sentando a nossa frente.

Dessa vez não pergunto mais nada. Apenas aguardo até Brooke começar.

- No dia que nos conhecemos eu tinha acabado de enterrar uma coisa. Por isso estava suja e um pouco descabelada. Óbvio que tinha parado meu carro longe porque não sou burra de arriscar ser descoberta, então estava andando e 'esbarrei' em vocês. Na hora eu vi uma oportunidade perfeita sabe? - joga a cabeça para trás. - Você foi tão gentil e preocupada, perguntando se eu precisava de ajuda que eu acabei entrando na personagem 'pobre órfã' e aqui estamos nós.

Não fiquei nem um pouco surpresa com suas palavras. Só que eu preciso de um pouco mais do que isso. Na verdade, a polícia precisa de uma bela confissão, para assim, evitar problemas com provas, que eu duvido muito que eles tenham. Afinal, de burra e boba, Brooke não tem nada.

- O que você tinha enterrado? - pergunto com falsa indiferença.

Brooke sorri, e nesse momento não consigo imaginar em algo que me assuste mais do que esse sorriso frio.

- Sabe Liz, quando as pessoas não cooperam comigo, eu as machuco onde mais dói. No caso da Mari Cruz, um pequeno pedaço do seu amado foi arrancado, apenas para dar um recadinho. No fim, eu tive que me livrar daquilo.

Desviei meus olhos para Drew no mesmo instante. Olhei cada parte do seu corpo, procurando algo que pudesse estar faltando. Por Deus, se ela tivesse arrancado pelo menos uma unha dele, acho que eu que a mataria.

Toquei seu rosto com cuidado e pude sentir sua respiração regular, aparentemente ele estava bem. Apenas com alguns machucados no rosto.

- Sinceramente Liz. - Brooke diz, fazendo com que eu volte minha atenção para ela. - Se apaixonar por um homem ridículo desses? Eu esperava mais de você. Tantos homens bonitos e ricos que passaram na sua vida e você se apaixona justo por um filhinho de mamãe.