Capitulo 25 - Uma semana depois.

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Semanas depois...

Antes eu pedia para todos os santos que trouxessem meus pais de volta para casa. Agora eu quero pedir para eles tirarem eles de casa.

Minha mãe não aceita eu estudar em casa e fica abismada com as aulas do professores online. Meu pai fica a todo momento mandando eu sair com meus amigos e ele sempre cai na gargalhada quando digo " eu não tenho amigos".

Para meus pais é difícil entender que não tenho amigos. Meu pai era como Bryan e minha mãe como a Rebeca, eles sempre foram os mais descolados da escola. Nunca teria lógica eu e Bryan juntos.

Meus disseram que queriam comer uma coisa bem diferente. Indiquei a eles uma temakaria, minha mãe sugeriu que eu fosse para termos um jantar familiar. Assim que meus pais provaram sushi não pararam de comer um instante. Agora quase todas as noites aqui em casa tem sushi.

Eu gosto de sushi mas comer toda noite não dá. Às vezes digo que não estou com fome e Cristina faz um lanche escondido para mim.

As aulas on-line estão indo bem, é mil vezes melhor. Eu tenho o conforto da minha cama, o silêncio do meu quarto e escolho qual aula assisto primeiro.

Meus pais estão me levando um pouco para a empresa deles, para que eu me acostume com a " correria".

Não posso dizer que esqueci ele tão fácil assim. Todos meus sonhos são baseados nele, no seu sorriso único, seus abraços e seus beijos não consigo esquecer a sensação. Ele foi o único na minha vida e pelo visto vai permanecer assim.

Muitas vezes tenho vontade de pergunta-lo porque eu, porque ele quis se aproveitar de mim? Nessa cidade maluca tem tantas outras garotas. Só porque eu era a menina solitária? Perguntas que talvez eu nunca saberei a resposta.

- Você quer sushi, querida? - Pergunta minha mãe.

- Não... - Lanço um olhar para Cristina - Estou sem fome. Vou dormir, tchau.

Saio da cozinha às pressas não quero que eles me encham de perguntas como sempre fazem.

Pego meu notebook para olhar o site da escola. Quem disse que eu não posso saber das fofocas?

Ainda em primeira página está meu rosto e a legenda da foto é " Por onde anda a menina solitária?"

Se essas pessoas souberem que não anda por lugar algum talvez ficariam felizes. Rolo as notificações mas nada muito interessante, nada que envolva o Bryan.

Atualizo a página e logo aparece uma notícia. É Bryan, ele está em frente à casa de Rebeca, eles estão conversando e parecem super bem. As lágrimas escorrem dos meus olhos, qual era seu plano Bryan?

Na legenda da foto está escrito " ainda shippo a menina solitária e menino Playboy. Largue esse trapo velho, menino P."

Eu não queria ler os comentários porque sei que iria chorar mais. Desligo meu notebook e sento-me na cama. Ouço alguém bater na porta, sei de quem se trata.

- Pode entrar! - Grito.

- Trouxe um sanduíche de atum e suco de laranja. - Cristina entra no quarto.

- Sente aqui, por favor. - Bato ao meu lado na cama.

Cristina se senta e eu a abraço forte. O abraço dela é meu porto seguro.

- Aconteceu algo? - Ela pergunta.

- Você já amou alguém que ano devia? Alguém que só quis seu mal?

- Eu acho que nunca amei alguém na vida. Eu sempre me preocupei mais com meu trabalho e como tinha que sustentar minha mãe.

- Eu sei... Sua mãe era uma boa pessoa.

- Ela adorava você... Não sei nada sobre esses romances, mas posso dizer que sofrer já está incluso no pacote do amor. Você pode ver que nessas histórias todo mundo sofre e no final fica tudo bem.

- E se minha história for um drama? E por acaso meu romance acabe em um desastre?

- Aí eu já não sei. Você anda bebendo algo, Lice?

- Não, são pensamentos. - Cristina tenta se levantar mas eu a agarro - Fica aqui mais um pouco, por favor. Eu preciso muito do seu abraço.

- Ah, Lice! Você nunca me pede essas coisas. - Cristina começa seu cafuné na minha cabeça e eu deixo as lágrimas escorrerem.

Olha onde fui me meter? Apaixonada por um cara que só quis me usar. Odeio esse sentimento.

A Menina SolitáriaOnde histórias criam vida. Descubra agora