A Menina Solitária

Capitulo 24 - Visita de pais.

Todos os vídeos que eu achava engraçado na internet não fazem mais sentido para mim. É como se o mundo perdesse sentindo, nunca fiquei tão chateada em toda minha vida.

Nunca me senti tão sem chão e tão inútil. Cristina sempre achava uma forma de me deixar feliz, aposto que ela sabe por qual motivo eu estou triste. Bryan não aparece aqui a dias.

Eu só espero que as fotos não rodem muito, seria muito vergonhoso se Cristina viesse me perguntar sobre as fotos ou como aquilo aconteceu. Cristina é sim e sempre será minha mãe, ela cuidou de mim dês de que eu me entendo por gente.

- Lice? - Cristina bate na porta do meu quarto.

- Pode entrar. - Digo.

- Já terminou sua aula? - Ela pergunta.

- Sim.

Cristina entra no quarto com seu sorriso meigo de sempre.

- Seus pais ligaram, hoje eles vão voltar para casa e pelo visto por um bom tempo. Sua estava feliz dizendo que tem uma ótima notícia para anunciar.

- Que bom... Espero que a notícia não seja gravidez, não quero que a vida de mais uma criança seja estragada sem pais. - Digo.

- Você não está feliz porque seus pais estão vindo? - Pergunta Cristina.

- Nada me faz feliz nesse momento. - Respiro fundo.

- É ele? O Bryan? Vocês brigaram?

- Sim... Terminamos. - Digo.

- Posso saber o motivo?

- Bryan e eu somos de mundo diferentes, ele é o cara que todas as meninas da escola querem, ele é o cara mais descolado da escola. Eu sou apenas eu, sou a menina solitária que nem os nerds querem no seu grupo.

- Não diga assim, querida.

- Mas essa é a verdade, Cristina. Sempre foi assim, eu sempre faço meus trabalhos sozinha, minhas provas e até apresento sozinha. Às vezes até prefiro, deve ser estressante ter amigos. - Digo.

- Você tem a mim e os outros da casa. - Cristina acaricia minha mão.

- Não é a mesma coisa, vocês são minha família. Amigos são aqueles que vocês contam de quem está gostando ou discutem sobre aquela fofoquinha de escola, eu não tenho intimidade para fazer isso com você, Cristina.

- Agora não tem fofoquinha de escola e nem nada. Apenas estude, você será uma grande mulher. - Cristina beija minha testa.

- Cristina... - Digo.

- Sim.

- Eu amo você.

- Eu também te amo mais que tudo. - Ela me abraça forte.

(***)

Cristina me convenceu a descer as escadas para ver meus pais chegando. Se fosse antigamente diria que estaria muito feliz, agora isso não se passa de uma coisa normal.

- Chegamos. - Minha mãe entra com um enorme sorriso no rosto.

- Lice, como você ata grande! - Meu pai parece contente em me ver.

- Olá mãe e pai. - Dou meu sorriso de sempre sem mostra os dentes.

- Você está muito mais magra que antes, está comendo direito? - Minha mãe pergunta.

- Sim. - Digo.

- Então... - Mamãe sorrir contente.

Cristina me cutuca como o planejado. Ela pediu para que eu perguntasse " qual a surpresa?"

- Qual a surpresa? - Balanço meu braço sem animo.

- Nossa empresa está sendo transferida para cá e vamos voltar a morar aqui! - Meu pai diz contente.

Cristina me empurra e caio nos braços da minha mãe dando a ela um abraço. Nunca tinha feito isso, o abraço da minha mãe é bom mas não tão bom quanto de Cristina. O abraço de Cristina é reconfortante, posso dizer que é o melhor de todos.

- Vamos à cozinha que a mesa está com um jantar delicioso. - Disse Cristina.

- Vamos ter um jantar em família. - Minha mãe sorrir para mim.

- Vamos, Lice. Conte-nos suas notícias. - Meu pai coloca o braço por cima do meu ombro e juntos caminhos para a cozinha.

Acho que esse jantar não vai ser nada legal, espero que Cristina me ajude ou vou chorar nesse " jantar de família".