cap 9 - sete anões

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Míseros segundos até a floresta nunca foram tão longos.
Bash estava perdido em algum lugar, eu tinha que encontrá-lo. Do nada ele se tornou tudo. Tudo que eu quero. Tudo o que eu preciso. Tudo o que eu necessito.
Não demorou muito para que chegasse ao tal bosque. Desço do cavalo e continuo a andar apé.
Era tenebroso. Tudo parecia que tinha vida. As árvores pareciam ter olhos e ouvidos. E as folhas, os galhos ao chão. Pareciam maos.
Quando me pego correndo amedrontada, já estava longe de meu cavalo.
Não demorou muito para que começasse a achar que estava perdida, e a delirar nos barulhos que ouvia em minha cabeça.

- não deixe que entrem em sua cabeça.
Uma voz fria sussurrou. Um calafrio percorreu minha espinha. Já estava a cair ao chão quando consigo me levantar novamente.
Fiquei lembrando da voz em minha cabeça, enquanto pássaros passavam por mim me desequilibrando.
Pareciam horas. E eram apenas minutos.
E finalmente vejo uma clareira.
Havia uma casinha, saia uma fumaça de sua chaminé. Corro para perto da casa. Não havia ninguém dentro. Me sento me escorando na porta.
Tenho que achar bash.
Me levanto novamente cambaleando, já sem fôlego. Repito fundo e volto a andar.
Quando ouço um agudo grito. De dor e desespero.
Era bash. Tinha que ser bash.
- bashhhh *grito correndo em direção a voz.
O vejo ao longe no meio da mata, de cabeça para baixo em uma árvore. Sangue pingava de sua boca e nariz.
- ah céus * o capuz ainda estava em minha cabeça.
Quando estou perto dele esbarro em alguém. Ou alguma coisa.
Que cai no chão e se divide em dois.
Solto um grito de susto.
Eram anões.
- vocês só podem estar de brincadeira * suspiro - soltem bash agora * ordeno.
- pegem-na * um dos anões gritam.
Um outro grita atrás de mim e quando me dou conta já estava no chão.

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Bash

Isabelle já estava desmaiada por horas, pendurada de cabeça para baixo amarrada a mim.
- soltem-na * me debato.
- porque soltaria? * diz o anão ironicamente.
- por favor, façam o que quiser comigo, mais não a machuquem. * imploro.
- então foi por causa dela que você largou nossa rainha. * eles passam a mão no rosto dela. E dão um leve tapinha.
- não encosta nela * grito.
- pode deixar, não encostaremos. Ela não tem culpa de você ser o que é.
- o que ele é? * diz Isabelle acordando.
- oh, a donzela acordou. * ele se aproxima dela e corda a corda, ela cai com tudo no chão. Dois dos anões a pega e começa arrastar para longe de mim.
- Isabelle não * grito - por favor não * imploro.
- Bashhhh * ela grita chorando.
Eles põe uma faca no pescoço dela.
Não sabia o que fazer.
Isabelle, o que você veio fazer aqui?

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Isabelle

- por favor não * choro - o que você quer?
- só queremos vingar nossa rainha.
- o que? O que bash fez? * digo assutada.
- deixou nossa rainha no altar.
- a mim?
- Isabelleee * bash grita se debatendo na árvore.
- eu sou sua rainha, e ordeno que nos solte.
- ah conta outra né * ele aperta a faca contra meu pescoço.
- por favor * choro.
- Isabelle, não * bash grita.
- larguem a rainha * um outro anão chega e todos fazem sinal de respeito.
- mais senhor. Ela é de fato a rainha?
- sim, é ela.
O sangue já escorria em meu pescoço.
O anão tira a faca de meu pescoço. E faz reverencia jogando a faca longe.
- mil desculpas minha senhora.
Me levanto cambaleando.
- digam-me, o que esta acontecendo aqui * todos fazem reverência e um deles se pronunciou.
- Sebastian da Inglaterra, não aceitou casar com a senhora minha rainha... Quando nos soubemos que ele estava aqui... Queremos vingança.
- solte-no AGORA * ordeno.
- mais senhora.
- soltem ele, ou eu mesmo preciso desfazer o que fizeram ?
- não senhora, não * eles descem bash de lá.
Corro até ele.
- bash * o abraço - você tá bem?
- sim, melhor impossível * diz irônico com voz de dor.
- ele ainda nos deve sua vida.
- do que estão falando?
- tirem ela daqui * um dos anões gritam. E outros me tiram de lá.
- por favor, não. * me debato.
- Isabelle * ele grita enquanto os anões se juntam em volta dele.
- não o matem. * choro - não matem meu noivo.
- noivo?
- sim * eles me soltam.
Saio correndo.
- se afastem dele, vamos nos casar, se era por isso que queriam sua cabeça.
Todos se afastam .
Me ajoelho ao seu lado.
Sua barriga sangrava.
Ponho a mão sobre a ferida chorando.
- bash, você vai ficar bem. * digo desesperada e chorando.
Seu sangue sujou toda a minha mão, olho para a mesma apavorada.
- vocês o mataram , desobedeceram sua rainha. * falo furiosa.
- não, não senhora. * o que estava com a faca ensanguentada na mão gagueja enquanto fala.
- eu mandei que o deixa-se ir comigo * grito.
- senhora me desculpe.
- se sua vida não for salva, espero que até o amanhecer você esteja bem longe daqui. * grito.
- Isabelle * diz bash com a voz baixa.
- bash, você vai ficar bem. * beijo sua testa.
- sim, verei minha mãe. * ele passa a mão em meu rosto.
- não bash, não agora * choro.
Ele fecha os olhos.
- bash não * choro * encosto meus lábios nos seus.
Me levanto e ele tosse.
- se soubesse que toda vez que morrer ganharia essa recompensa * ele tosse - morreria todos os dias para te-la novamente.
- bash * respiro fundo.
- afaste-se alteza. * faço o que o chefe dos anões manda.

Estava a chorar por minutos , enquanto escutava os gritos de dor de bash. Alguns minutos em silêncio e depois alguém toca meu ombro.
- não sei o que ele fez comigo, mais eu to bem.
Olho para ele, bash estava bem. Sua blusa estava rasgada no local aonde havia a ferida. E uma atadura a cobria.
O abraço forte.
- nunca mais te deixarei caçar, nunca mais.
Ele retribui o abraço meio fraco.
- vem. Vamos voltar para o palácio. * pego na mão dele.
- vamos * ele entrelaça sua mão na minha.
Todos os anões fizerem duas fila para passarmos no meio.
No final havia o mestre deles.
- boa coroação minha jovem.
Solto a mão de bash, e o abraço.
- obrigada por salvá-lo.
- foi apenas uma vida em troca de outra. * ele aponta para o anão que esfaqueou bash.
Bash nos olha. Ê me olha. Como nunca havia olhando antes.
- adeus senhor.
Me levanto.
Vou na frente de bash pelo bosque.
Ficamos minutos sem trocar uma só palavra.
- obrigada * ele finalmente diz , quebrando o silêncio.
- disponha * suspiro.

E o caminho de volta até o cavalo ficou por isso mesmo.
Havia apenas um cavalo, então bash foi na frente , e eu fui me segurando nele.
Percorremos todo o longo caminho até o palácio sem dizer uma só palavra. E quando chegamos apenas vou para meu quarto.
E bash provavelmente para o dele.
Fiquei horas tentando raciocinar o que estava acontecendo. Então quando desisto de pensar, vou para o lado de fora de meu quarto. Havia uma única janela no corredor.
Vou para perto dela e me pego olhando para o lado de fora.
Alguém chega ao meu lado, e aos meus cálculos pelos passos pesados e cansados era bash.
O sol ainda não tinha nascido , por tanto era meus últimos minutos como princesa.
- o que você fez por mim hoje foi...
- eram anões bash * suspiro fundo revirando os olhos e depois olho pra ele - anões * falo irônica.
- me sinto tão patético ao seu lado. * ele me olha.
- porque se sente como o tal? * me viro para ele.
- eu, com uma espada . Não chego nem aos pés de sua bondade e coragem senhora. * ele pega em minha mão e a beija.
- não tenho coragem alguma * o olho.
- se não tivesse, não iria me buscar.
- não foi coragem, foi...
Como dizer a ele que estava apaixonada?
Não tinha como dizer.
O sol já batia em minha face, a noite havia chegado ao fim, deixando os primeiros raios de sol, invadirem minha janela. Como desejo que não tivessem se quer saído a esta manhã.
- a cotovia já está chegando minha senhora.
Faço que sim com a cabeça desanimada.
- por que o desânimo? O sol trás com sigo, toda a beleza da natureza. Junto a ti, minha bela rainha. * ele põe a mão em meu rosto, o acariciando com delicadeza. - feliz aniversário * ele sorri tirando uma pulseira de dentro do bolso.
Era rustica, provavelmente ele mesmo teria feito ela. Tinha como pinjente, o desenho de uma flor, que se assemelhava a flor que aparecera em meu quarto.
- bash eu... * eu lutava para dizer que o amava. Era minha última chance, antes que me mandassem para a Inglaterra, para noivar com francis.
Bash põe a delicada pulseira em meu braço e me dá um beijo na testa.
- acho que você deveria ir se arrumar para a coroação majestade. * diz ele dando um passo para trás, para que eu pudesse passar.
- Claro * respiro fundo - obrigada bash. * digo o abraçando e depôs o solto.
Sigo andando pelo corredor.
E sei que ele me olha.
Então olho para trás uma última vez. Nos olhares se encontram.
E depois eu viro a esquina para meu quarto.

Reign- O ReinadoOnde histórias criam vida. Descubra agora