Reign- O Reinado

CAP 24 - abrigo

- aonde está me levando?

Francis me puxava quase que correndo por castelo a fora, ele disse que tinha uma surpresa para mim no entanto, não entendo que surpresa Seria essa, já que meu aniversário fora ontem.

- não comemoramos seu aniversário. Vai ter a corrida dos barcos, e eu quero que você a veja comigo.

Eu não imaginava que corrida era essa, mas já que ele fazia tanta questão, o acompanhei sem questionar.

Ao chegarmos ao banquete, no jardim, frans foi parado pelo rei, e então avistei a loura, com os olhos enfincados em mim.

- tudo bem Mary? * bash se aproximou, e me verificou com os olhos.
- está... Está sim. Porque não estaria? * exibi um sorriso alegre enquanto o olhava.
- você me parece... * ele preocupava as palavras certas e depois que seus olhos percorreram todo o salão, e repousaram sobre Anna. - incomodada * completou e então voltou a me olhar.

- não, está tudo bem. Eu aguento.
- você não precisa * ele repousou sua mão sobre minha mandíbula quase que instantaneamente.

Eu a retirei rapidamente antes que alguém visse.
- Bash, pare ! Não irá ser bom se fôssemos vistos... Você sabe...

- ah, sim * ele contraiu o maxilar - desculpe-me majestade.

Então com um breve gesto, ele se curvou e saiu.
Encarei o chão por alguns minutos que me pareceram longos, e então senti uma mão tocar meu ombro.

- majestade * Anna se pôs em minha frente.

- olá Anna, aproveitando a corrida ? - lancei um breve sorriso em sua direção
- me divertindo bastante - ela respondeu em um tom quase que irônico.
- ótimo, é sempre bom entreter as visitas - respondi em tom sarcástico.
No fundo eu apenas queria enfatizar que ela não era nada ali, e para finalizar tal feito continuei andando como se ela não me importasse.
Olhei em volta a procura de Francis e sem sucesso decidir me sentar ao lado de minhas damas em um dos bancos ali postos.
A corrida era tediosa, logo resolvi passear pelos jardins, visto que seria mais interessante observar a natureza.
Como estávamos na primavera o clima estava quente, e várias flores haviam desabrochado. Estava a olhá-las quando vi Francis de longe conversando com Anna.  Pareciam bem próximos. Ela segurava seu colarinho com a mão direita, e sua mão com a outra. Ele parecia rir de algo que ela lhe falará ao ouvido. Tudo ferveu dentro de mim, oque ela estava fazendo ali, nessa intimidade com ele.
Estava tão focada em prestar atenção no que estava acontecendo que nem percebi quando alguém chegou bem atrás de mim.
O hálito quente de bash invadiu o espaço entre meus pensamentos quando tocou meu pescoço.  - oque faz aqui sozinha Mary ? - disse ele suave no meu ouvido.
Dei um pulo de susto, com o coração disparado respondi : - eu só estava.... han ... olhando - torço para que bash não perceba o temor em minha voz.
- oque você está ... - ele para de falar quando vê Francis e Anna trocando flertes.
Olhei pra mesma direção que ele é logo depois abaixei a cabeça.
- não fica assim, eles só devem estar falando sobre o fim do nosso noivado - diz ele tentando explicar as atitudes de frans.
- você sabe de alguma coisa ? - disse olhando pra ele com atenção e desconfiança.
- eu não posso, não posso falar nada. Me desculpa - ele gagueija ao pronunciar tais palavras e sai andando imediatamente.
O olhei ir sabendo que ele estava escondendo algo, que não deveria ser bom, afinal, porque esconder de mim ? A não ser que Francis estivesse preparando alguma surpresa pra mim. Enfim, resolvi deixar isso pra lá.
Voltei ao local do evento e fiquei por lá por algumas horas com as meninas. Não vi Francis mais.

Já era tarde quando tudo acabou. Decidi não jantar com todos nesta noite. Estava me roendo de ansiedade, pelo casamento, pela surpresa que talvez receberia. Tomei meu banho, vesti minha camisola e me deitei na cama, nada como um sono tranquilo para me recuperar desse dia.
O sonho desta vez era bonito, eu estava a correr com duas crianças, gêmeas. Elas tinham a pele branca como a neve, olhos azuis como o céu, e Cabelos negros encaracolados. Duas meninas. Nós três estávamos felizes correndo, quando um homem - cujo rosto não vejo - me abraça por trás e beija meu pescoço.
- papaiiii - grita uma das garotas vindo em nossa direção - vem brincar com a gente - ela puxa ele pela mão, que me solta e vai correr atrás das gêmeas.
Neste instante percebo que estava grávida, uns 7 ou 8 meses. Me sento no banco mais próximo e observo os três brincarem quando uma mão feminina toca meu ombro.
—
Acordei assustada quando uma mão tocou meu ombro.
- majestade a senhora precisa correr agora- disse Anna me puxando pra fora da cama. - estamos sendo atacados.
Levantei às pressas, vesti meu sobretudo e fomos em direção à porta. Ao abrir vemos bash lutando com um homem e Francis com outro. Não teria como passarmos por ali.
- venha cá - puxei Ana pela mão, abri a porta secreta em meu quarto e a arrastei para dentro. Francis e bash vinham logo atrás de nós.
A porta se fechou e nós seguimos escada a baixo no escuro.
Quando uma luz apareceu, estávamos numa espécie de sala subterrânea. Algo como um abrigo. Havia comida, bebida, cama, até banheiro. Como se tivesse sido feita para alguém passar dias , até semanas, lá embaixo.
Francis acende uma tocha da parede e bash acende as outras. Estávamos presos ali, os quatro , até que alguém de fora nos buscasse.
Me escorei na parede ofegante, coloquei as mãos no joelhos e respeitei fundo, meu coração estava acelerado. Francis estava logo ao meu lado analisando tudo com cuidado e bash fazia o mesmo do outro lado da sala.
Em extinto, procurei o olhar de bash, que se encontrou com o meu, e logo vi Anna correndo em direção a Francis assustada. Isso foi óbvio pra mim, foi o suficiente pra entender oque estava acontecendo. Ela gostava dele, e ele gostava dela. Como não pude perceber isso antes ? Como posso ser tão burra por achar que eles estavam tramando uma supresa pra mim naquele momento tão íntimo entre os dois. E o pior de tudo, bash, ele sabia, e não me contou. Porque ele não me contou ? Ele estava com medo de ferir meus sentimentos ou ele estava encobrindo os erros do irmão?
Eram muitas perguntas para uma pessoa que estava quase sufocando de nervoso e medo.
Me sentei no chão colocando a cabeça entre as pernas e esperei que meu coração se acalmasse.