Capítulo Onze

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   Acordar com um cheiro que era desconhecido, mas bom. Muito bom, era um tanto estranho...

   Essa estranheza passou tão logo quando a consciência voltou junto com os acontecimentos da noite passada. Sentido em meus dedos a maciez da blusa de Júlio eu tentava me despertar por completo.

   Já desperta deixei a blusa na cama (não que eu tenha resistido a solta-la) e fui para o banheiro do quarto. Lá dentro com o vestido em um estado quase lastimável, já que dormir com ele e uma sessão calorosa de amasso, não fazia nada bem para aquele tecido delicado. Com o vestido descartado e um banho quentinho tomado tratei de vestir uma roupa no mínimo quente para aquela casa. 

   Passando pelo quarto olhei para blusa de Júlio toda amassada na cama e por um momento pensei em pega-la para devolver, mas por algum motivo desisti e saí a deixando daquele jeito mesmo.

   Mesmo não ouvido o barulho habitual consegui encontrar a cozinha sem dificuldade. Assim que cheguei a mesa vi que, a única pessoa que se encontrava nela, era uma Julia imersa em seu celular. 

   Seu celular me fazia lembrar que eu precisava de um, já que o meu tinha ficado na bolsa que David tinha tratado de arrancar de mim....

—Bom Dia, Liv! —cumprimentou Julia me tirando dos pensamentos ruins que queriam ser formados.

—Bom Dia. —respondi sentando e enchendo uma xícara de café. 

   O café que todos tinham aprendido que só Henrique poderia fazer. Já que ele era um pouquinho demais aficionado por café e sendo assim, enquanto a casa fosse dele, só ele poderia fazer. Realmente não tentei entender sua lógica!

—O que aconteceu? Está tudo tão calmo.

—Eles foram fazer alguma coisa, em algum lugar, que eu realmente não prestei atenção. —Julia respondeu soando meio culpada. —Eu queria um pouquinho de paz, então quando eles disseram que iam em algum lugar só incentivei para irem logo.

   Ela riu mostrando um sorriso bem parecido com o de Júlio, só que sei as covinhas. 

   Paz, era uma coisa que não tinha com aqueles três homens de manhã!

—Eu entendo! —sorri tomando o café e pegando um pedaço de croissant.

—Só um instante. —disse Julia parando o movimento de amarrar seus logos cabelos castanhos escuros. —Isso em seu pescoço é o que eu acho que é?

Droga! Realmente tinha me esquecido disso.

—Não precisa me responder sua cara me disse tudo! —ela desabrochou um sorriso muito parecido com o sorriso do Cheshire, de Alice no país das maravilhas. —É interessante, já que eu vi um em Júlio também....

—Não é exatamente isso o que você está pensando! —aleguei tentado não fazer disso uma grande coisa, mesmo que na minha cabeça fosse.

—Ah, minha mente é muito fértil. —ela riu. —Mas sobre isso, não peço detalhes. Rum, realmente não quero saber da vida sexual do meu irmão!

   Eu tive que rir de sua careta seguida por estremecimento.

—Deixa eu pensar em outra coisa que é melhor. —por fim ela amarra seu cabelo antes de prosseguir. —Ah, sim. Olha só o que chegou...

   Ela desliza pela mesa um cartão médio que eu puxo para ver do que se trata.

   A primeira coisa que noto é que estava em alemão, mas os nomes Mr. & Mrª. Narvaez, não deixaram muitas dúvidas do que se tratava aquele fino e elegante cartão.

Perdendo-se pelo CaminhoOnde histórias criam vida. Descubra agora