Capítulo Vinte e Cinco

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   Quando finalmente chegamos no alto prédio onde Francisca nos aguardava não passava nem das oito da manhã direito, o que explicava o meu segundo bocejo. Me xinguei por não ter tomado todo café, que teria me tirado um pouco do sono e cansaço, que a noite anterior tinha posto em mim. Mas mesmo estando com sono e o cansaço me puxando para baixo passaria ainda hoje no hospital para ver Marisa. Fazia um dia que eu não via e já sentia falta de sua voz.

—Graças a Deus! Quase o meu pâncreas não aguenta tanta melação! —reclama Henrique assim que pisa para fora do elevador que tínhamos entrado assim que estacionamos.

—Deixa de ser exagerado.

—Até que enfim! —Ouço a voz de Hugo exclamar e logo o vejo se levantar do sofá que há esquerda. —Pensei que não vinham mais.

—Esses dois acabam sendo piores que você! —aponta Henrique para Hugo.

   Rindo da cara de Henrique vou até Hugo o cumprimentar com um abraço.

—Onde está Julia? —perguntei. Fazia alguns dias que eu não a via e, não poderia mentir, que não sentia bastante falta dela e de sua vivacidade.

—Ela está cuidando de umas coisas na casa de Recuperação do Governo. —responde Hugo com um tom que parece orgulho em sua voz. Ele claramente gostava de como Julia se empenhava a fazer as coisas fluírem perfeitamente para aquelas garotas que tinham sido libertadas da prisão de Victor.

—Preciso encontra-la qualquer dia desses.

—Ela vai adorar.

—Cadê a Patrícia? —perguntou Henrique que agora se encontrava encostado na mesa onde Patrícia deveria estar.

—Eu mandei ela ir pastar. —respondeu Hugo dando de ombros.

—Como assim pastar? —bufa Júlio já com as mãos em mim novamente me deixando relaxada.

—Ela fez aquilo que Julia apostou que faria se ela não viesse. Então eu a mandei ir pastar. —Hugo levantou a mão banalizando o que havia dito para Patrícia.

—Ah, conheço essa tática. Você só não quer ter problemas no paraíso. —zombou Henrique.

—Esperto! —gracejou Júlio atrás de mim, que tive que virar e bufar para mostrar a minha leve indignação.

—Opa, vamos entrar. Eu acho que não aguento tudo isso... —disse Hugo balançando a mão em nossa direção. Exatamente as mesmas palavras e expressão que Júlio havia falado para ele e Julia a meses atrás.

   Balançando a cabeça fomos os quatro em direção as grandes e pesadas portas cinzas, que agora não me deram tanta apreensão como me dera na primeira vez que estive aqui.

—A bagunça que ouvi daqui de dentro só poderiam vir de vocês.

   Foi a primeira coisa que Francisca disse quando entramos dentro de sua arejada sala. Com o sorriso em volto de seus lábios vermelhos ela olhou maternalmente para todos nós que já no acomodávamos ao redor de sua mesa.

—Bom, só os chamei para atualiza-los das mudanças que ocorreram após a volta da Alemanha. As coisas estão mais calmas e eu consegui ocultar algumas coisas. —ela começou objetiva. — Mas parece que perdermos a pista que tínhamos do procurado. Ele escapou novamente como uma sombra. —ela suspirou resignada. —Vocês realmente não lembraram de nada, além do nome Cavaliere?

—Não, só sabemos daquilo que está no relatório. —informa Júlio claramente ocultando a verdade dos fatos. Sabíamos muito mais sobre Murilo agora...

Perdendo-se pelo CaminhoOnde histórias criam vida. Descubra agora