Capítulo Um

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Dias atuais....

"Ás vezes a decisão de lutar quando não há mais ninguém ao seu lado é mais difícil do que parece...!"

—Eu quero falar com o delegado!

   Eu digo pela terceira vez tentando chamar a atenção do homem atrás do balcão de recepção da delegacia.

—Você e muitos outros. –diz o homem sem si quer olhar na minha direção.

   Eu estava começando a ficar irritada com o desinteresse desse homem!

—É importante e urgente! –eu tento argumentar.

—O delegado está tratando de um assunto mais importante do que o seu simples roubo de celular.

   O que?!

   Esse cara tinha que estar brincando comigo?!

   Eu não estava aqui por causa de um simples roubo de celular! Eu estava aqui pela minha irmã mais velha! Por Marisa que não teve a mesma sorte que eu.

   Victor, que agora está morto (queimando no inferno de preferência), vendeu a minha irmã antes que a polícia invadisse e libertasse todas as garotas que estavam sendo mantidas no Paraná. Lembro-me perfeitamente como meu coração foi esmagado ao não ver Marisa em lugar algum daquela maldita casa, que Victor havia nos mantido por pouco mais de duas semanas...

Flashback

   .... Estou encolhida na extremidade mais longe possível da porta do quarto. Meus braços seguram fortemente meus joelhos que estão levantados ao meu peito. Minha cabeça está apoiada neles deixando as cascatas dos meus cabelos loiros cair sobre os meus ombros e costas.

   A cada barulho que ouço sinto-me estremecer. A cada grito que ouço sinto os pelos do meu corpo eriçar de medo.

   Os barulhos constantes estão vindo do andar de cima, mas não somente acima desse pequeno quarto de paredes de tijolos mal rebocados e chão de pedras; mas assim de toda a extensão da casa e do lado de fora também. Os sons são altos e me fazem pensar que está acontecendo uma guerra ou algo muito parecido a isso.

   Mas a única coisa que eu penso no momento é na minha irmã mais velha, que têm que estar presa em algum quarto parecido com este. Minha mente está mais preocupada com ela do que com a barulheira atormentada que acontece em cima da minha cabeça.

   Ela não pode ter sido vendida!

   Hoje faz uma semana que os capangas de Victor não vêm e me levam até um belo salão, que me dá arrepios de medo; pois estar lá significa que eu posso ser comprada por um velho qualquer que irá me fazer ser uma escrava sexual. Mas o único momento que eu vejo Marisa, mesmo que de relance, é quando me levam até lá. Faz uma semana que eles não me levam, mas não significa que não à levaram. Ouvi pela porta que um tal de Alberto estava aqui e que Victor estava apresentando as melhores garotas que ele tinha para ele.

   Minha irmã é linda com seus curtos cabelos loiros e seus olhos castanhos esverdeados. Ela é mais alta do que eu e sua beleza é mais acentuada do que a minha dando diferença a nós duas. As minhas feições talvez, são mais parecidas com as do meu pai, que eu nunca tive a chance de conhecer. Já Marisa tinha as feições delicadas da nossa mãe. Mas graças aos céus, as feições e corpo esbelto são tudo o que minha irmã tem em comum com a nossa mãe, Sabrina.
A nossa mãe é simplesmente uma mulher que foi vencida pelo excesso de ambição. Ela era uma mulher que queria ser rica e poderosa, e quando viu que não era nada fácil crescer sem alguém de real prestígio ao seu lado; ela decidiu dar o golpe do baú em algum milionário. 

Perdendo-se pelo CaminhoOnde histórias criam vida. Descubra agora