1.6

965 159 210
                                    

-x-
Muito obrigada por acompanharem a fanfic ate aqui e espero que eu tenha conseguido agradar um pouco. Não deixem de acompanhar minhas outras histórias. Em breve publicarei uma nova fanfic... Amo vocês mesmo, e, mais uma vez obrigada.

(Aviso de Gatilho: Suicídio)

-x-

Subo numa pedra e grito:

- EU ESTOU SENTINDO, LUKE!

Pulo com uma pose admirável dentro do lago, só não esperava que ele fosse tão fundo. Estou debaixo d'água e não consigo mexer os braços nem as pernas. E quando todo o efeito do álcool começa a desaparecer eu fico em choque. Estou morrendo afogado. É estranho e desesperador não sentir nenhuma parte do seu corpo se mexer e parecer que sua cabeça está sendo esmagada por mãos de um gigante.

O amor é uma completa loucura, não é mesmo? Deveria ser gostoso, divertido, esplendido, maravilhoso. E de alguma forma, ele é tudo isso e mais um pouco. Sendo que quando o amor é inflamado ele adoece a pessoa que está amando.

Minha doença não era depressão, esquizofrenia ou qualquer outra coisa que pudesse ser diagnosticada. A minha doença era o amor. Quando eu ficava perto de Luke eu sentia todos os sintomas; Dor no peito, calafrios, pernas dormentes, falta de ar e uma vontade imensa de me jogar nessa doença sem nenhum tratamento.

Observo minhas pernas ficando mais pálidas que o normal, minhas mãos se azulando e um pouco de água doce descendo pela minha garganta.

Por um momento, tudo vem à tona. Tudo que estou deixando para trás.

Não quero que meus pais, Ashton e Calum pensem que eu queria me matar. Eu não quero me matar. Eu quero matar essa dor que já estava me destruindo aos poucos, apenas acelerei a trajetória.

Os meses sem Luke foram dias seguidos de tristeza. Eu realmente acreditei que o tempo fosse curar, mas a ferida é grande demais. Todos os dias eu acordava incompleto e todas as noites eu chorava até pegar no sono.

Ninguém perguntou por Luke uma só vez, talvez por medo, talvez por acharem que isso iria prejudicar-me ou me enfraquecer. Isso não era verdade. Eu queria que perguntassem por ele. Eu queria ter alguém para conversar e me fazer lembrar dele.

Enquanto me afogo não consigo parar de fazer uma linha do tempo em minha mente. Desde eu e Luke na infância brincando pela floresta até uma imagem por meio de lágrimas, de um Luke saindo pela porta sem nunca mais voltar.

Sei que estou pensando rápido demais agora e tudo na minha cabeça parece meio hipnótico, talvez seja para ignorar o fato de que tem água entrando pelos meus pulmões, mas é isso. Eu fui estúpido de não perceber antes. Luke é minha vida, nós estamos interligados. Se ele me deixar, eu morro.

Eu não sei o quanto de fôlego meu corpo possui, mas eu sinto que o que tenho pode estar acabando. Será que vou para o céu? Provavelmente não porque a última vez que fui à uma igreja foi no sétimo casamento da minha tia avó, na verdade, acho que foi na missa de sétimo dia da morte dela. E depois, não sei se Deus gosta de jovens gays que escutam rock e se apaixonam por um fantasma. Pelo menos o canal "luz de Jesus" acredita que não. É, acho que vou ter que ficar com o diabo mesmo. Devo ganhar chifrinhos, um rabinho em forma de flecha e ficar peladinho enquanto curto o calor do inferno.

De repente meus pulmões parecem se rasgar e uma sensação de pânico me envolve. Desisto da ideia de suicídio e procuro agarrar em algo para subir, mas não tem nada ao meu redor.

Não tenho certeza de qual gota de água faz minha respiração parar, só sei que tudo escurece, mas subitamente estou vendo de novo;

Uma luz.

Uma mão no fundo do lago.

Ela se estende para mim e eu a seguro. Quando me puxa, fico de frente para dois olhos azuis.

- Você está sentindo?

Fim

IMAGINARY [muke]Onde histórias criam vida. Descubra agora