Capítulo 13

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Stephanie pov.

Eu precisava de um tempo sozinha, mesmo que eu tenha passado dois dias trancada no meu quarto afogada em lágrimas, eu precisava de um tempo.

Ano passado, quando descobrimos quem era a bruxa que trabalhava para Connor, estávamos em uma clareira que tinha um chalé. Eu ainda me lembrava o caminho até lá, então peguei o carro de Jenna (que a propósito, descobriu que era a hora de desaparecer da face da Terra) e dirigi até o local.

Quando cheguei lá, estava intacto, do mesmo jeito que o deixamos, a não ser algumas flores já murchas que cercavam o local em que Mary havia falecido. Diana deve ter as colocado ali, presumi.

Entrei no chalé, que estava aberto, e fiquei observando o cenário rústico e confortável que ele exalava. Só havia um quarto, um banheiro, a sala de estar e a cozinha. Deixei a pequena bolsa que eu havia arrumado no quarto e fui até a sala, me sentando no sofá em frente à uma lareira.

Já havia a lenha preparada ao lado, resolvi me levantar e colocar dentro da enorme lareira, quando já tinha lenha o suficiente, me sentei ao no sofá novamente.

- Só preciso me concentrar... – murmurei para mim mesma.

Relaxar, limpar a mente e... Fogo!

Neste instante, a lenha se incendiou e eu sorri. Eu já estava aprendendo a controlar os poderes e isso não podia estar melhor. Me encostei no sofá e fechei os olhos. Um local longe de tudo, sem ninguém atrapalhando, apenas para mim...

- Tem que ter algum lugar por aqui perto. – ouvi murmúrios não muito longe do chalé. Ótimo, alguém para estragar tudo.

- Se acalme, Jackeline, já já encontramos algum chalé ou a estrada de volta para Princetown. – Jackeline? Jackeline Montreal? Ela está viva? Mas poderia ser outra Jackeline, não?

- Não foi você que ficou preso dentro de uma cela por várias semanas!

- Não foi você que morreu e esperou 400 e poucos anos para reviver!

Quê?

- Olhe, um chalé! – aquela voz, eu conhecia aquela voz. – Deve ter alguém dentro, já que em fumaça saindo pela chaminé. Ótimo, minha refeição!

Annabel.

Eu iria reconhecer aquela voz.

Mas ela não estava presa com os Caçadores?

As batidas na porta me tiraram de meus pensamentos. Meu Deus, eles já estavam aqui! Respirei fundo, eu não poderia abrir a porta, não com Annabel do outro lado.

- Tem alguém aqui? – ela perguntou batendo mais uma vez.

- Não tem ninguém aí. – a voz do garoto disse e eu ouvi Annnabel bufar:

- Claro que tem, eu posso ouvir as batidas do coração, o cheiro... Eu conheço esse cheiro... – ela começou a falar e prendi a respiração.

- Jackeline, olhe! – uma voz masculina disse. Jackeline? Como Annabel é a Jackeline?

"Houve apenas uma sobrevivente, mas ela sumiu do mapa sem deixar vestígios."

Aquilo não fazia sentido!

Os dois saíram de perto da porta e eu fui até a janela mais próxima, para poder ver o que eles iriam fazer, mas claro, sem deixar eles me verem.

Eles andaram até o local onde havia as flores murchas. Lá estava, Annabel junto com um garoto de cabelos negros.

- Mary? – ele perguntou olhando um pequeno cartão. – Pobre garota, morreu na flor da idade, olhe.

Ele mostrou o cartão para ela, provavelmente com uma flor de Mary.

- Essa garota se parece muito com Diana... – Annabel divagou e o outro a olhou confusa.

- Diana? – ele perguntou.

- Sim, Rick. – ela falou. – Ela é um dos motivos para voltarmos até aqui. Um dos motivos de nossa vingança.

- Ela é uma Loris? – ele perguntou com raiva.

- Não, ela é a melhor amiga de uma das Loris. – Annabel disse. – E qualquer um que entrar no nosso caminho, vai morrer junto com as gêmeas.

Merda. Mil vezes merda. Não podemos nem ter uma semana de paz e já nos aparece problema. Por que não mataram logo essa garota? Agora ela aparece junto com o tal de Rick atrás de vingança.

Eu precisava fazer algo.

Fechei os olhos e comecei a conjurar um feitiço que Fallow havia me ensinado.

No mesmo instante, os dois caíram no chão com as mãos nos ouvidos urrando de dor. As flores murchas pegaram fogo e eu abri meus olhos novamente.

Eles já estavam desmaiados no chão e eu sai da casa. Peguei meu celular e tirei uma foto, mandando para Jenna em seguida.

Alguns minutos depois ela me ligou.

- Stephanie, o que está acontecendo?

Expliquei a história inteira para ela.

- Ela fugiu faz algumas horas, segundo Jay, ainda bem que você conseguiu acha-los. – Jenna dizia aliviada.

- Digo o mesmo. – falei. – Para onde eu levo os dois?

- Traga-os aqui para a casa dos Stuart, eles têm um porão que servirá como uma cela. – ela disse.

- Certo. – falei e em seguida uma dor aguda cresceu pelo meu pescoço. Uma agulha penetrava em mim despejando verbena em minhas veias.

- Stephanie? Stephanie? – Jenna falava no telefone, mas eu já estava muito fraca para responder.

Cai no chão e Annabel riu, pegando meu celular.

- Olá, Jenna. Quanto tempo. – ela dizia com um sorriso sarcástico no rosto. – Eu vim aqui retribuir o favor que vocês fizeram a mim durante todas essas semanas de tortura, começando pela Stephanie. Passar bem.

Assim ela desligou e eu apaguei, ainda com a dor sufocante em meu pescoço.

Bruxos (Livro 3)Onde histórias criam vida. Descubra agora