Capítulo 10

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Jenna pov.

Adentrei o restaurante um pouco receosa. Era um dos restaurantes mais finos de Princetown, mas resolvi não me importar muito. Eu estava com o vestido que Diana havia me dado de aniversário, uma bota e o cabelo preso em um coque com alguns cachos soltos.

- Qual a reserva? – a recepcionista me perguntou.

- Estou aqui como acompanhante de Henry McLeen. – falei e ela concordou, me levando até a mesa onde ele estava me esperando.

- Jenna Loris, até achei que não iria vir. – ele se levantou para afastar a minha cadeira, mas eu me sentei sozinha causando uma face decepção nele. – Então, como vão as coisas?

- Se me permite, Henry, após o ocorrido na sua casa você me liga dizendo que queria firmar um acordo comigo. Então, eu prefiro irmos logo ao ponto e não enrolarmos. – falei simples e ele concordou um pouco nervoso. – Me diga logo o que você quer.

Ele ficou pensativo por um tempo e depois falou:

- Eu quero o Trick.

Minha respiração travou e eu fiquei sem palavras.

Problema. Problema. Problema. Problema.

- Você está falando sério? – me fingi de inconformada. – Tricks são uma lenda urbana, nunca se comprovou a existência de um.

- Na verdade, sim, Jenna. – ele falou ajeitando os talheres na mesa. – Mark Robison foi um trick.

- Mas ele está morto e ninguém nunca comprovou que ele era um. – falei sorrindo.

- Pare de criar estratégias, Jenna, você sabe o que os Tricks são e o que eles podem fazer. – ele começou. – Um Trick é uma espécie de lobisomem que tem a incapacidade de se transformar em um, ele tem apenas os dons dado a ele, como a força, agilidade, audição, olfato e entre outros. Mas o mais importante é que o sangue de um Trick é capaz de transformar um lobisomem em um ser imortal, e o sangue desse lobisomem poderá transformar os outros em imortais e por aí vai, a única desvantagem é que só nasce um trick em cada milênio. – ele respirou fundo. – Eu sei que você sabe da existência de um, Jenna, só não quer me contar para poupar a vida dele, afinal você é uma pessoa boa de vez em quando.

- Eu não sei de nenhum Trick, McLeen. Acho melhor se conformar com a ideia de que você não é imortal. – e assim eu deixei o restaurante. Eu precisava avisar a Jay sobre Henry.

Liguei para ela centenas de vezes, mas dava fora de área. Desisti e guardei o celular, respirando fundo e tentando me acalmar.

Então começou a chover.

- Droga. – resmunguei. Eu não poderia usar minha velocidade para chegar em casa já que tinha muitas pessoas ali e o meu carro não estava comigo. – Que droga de dia!

Segui andando, toda encharcada, em direção à minha casa, quando um carro parou na minha frente e a porta do banco do passageiro se abriu. Não pensei duas vezes antes de entrar, pelo cheiro de álcool eu já sabia quem era.

– Você poderia pegar um resfriado. – a voz de James se fez presente quando fechei a porta.

- Eu não sou humana. – rebati tirando os sapatos. – Agora, por favor, só me leva embora daqui.

Ele concordou e deu partida no carro, eu não vi para onde ele estava me levando porque estava mais preocupada com o que Henry havia me dito. O negócio de querer o trick para ele se tornar imortal... Eu nunca me perdoaria se deixasse isso acontecer.

James acabou me levando para a casa dele. Não reclamei, minha cabeça consciência estava muito pesada para isso.

Ele me deixou em um quarto de hóspedes e eu deitei na cama, com a cara no travesseiro.

Bruxos (Livro 3)Onde histórias criam vida. Descubra agora