Capítulo 5

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Capítulo 5

-Oh meu Deus, isto vai ser tão divertido! - exclamou a Amara quando eu abri a porta, entrando de imediato no meu apartamento. O Ashton e o Luke entraram atrás dela. - Estive a semana toda a contar as horas para este dia, podem perceber?

O Ashton riu-se.

-Acredita, nós sabemos. Não foste tu que fizeste o download de uma app de contagem decrescente?

-Dizes isso como se fosse qualquer coisa de errado.

Mostrei-lhes o meu quarto e o quarto de hóspedes para eles puderem pousar as suas coisas e fomos para a sala, onde a minha televisão ainda estava ligada. Já se haviam passado umas semanas desde a festa do Jarrod, pelo que já lhe havíamos pregado inúmeras partidas ao Duncan nos entretantos - congelar a sua pasta de dentes num copo de água num dia em que ele tinha um exame, pôr tinta para o cabelo no seu champô, roubar o seu iPod para substituir todas as suas músicas com músicas chilenas sugeridas pela Sofía e coreanas sugeridas pela Ayame,  pôr película aderente na sua sanita, inscrevê-lo para tudo o que víssemos publicitado na rua, entrar nas suas redes sociais para publicitar uma festa que haveria em sua casa naquela noite, cobrir o chão da sua cozinha e todas as maçanetas da casa com manteiga. Como os seus pais haviam voltado entretanto, houve algumas partidas que acabámos por não pregar para não arranjar problemas conjugais, como deixar marcas de batom vermelho em todos os copos da casa e deixar todos os dias ramos de flores à porta, acrescentando sempre mais um ao número de ramos até já não ser possível carregarem-se mais.

-Tens o telemóvel? - perguntou o Luke, enquanto o Ashton colocava um braço à sua volta no sofá.

Assenti e mostrei-lhe o telemóvel baratíssimo que comprara naquela tarde. A partida daquela noite tinha como principal objetivo enervá-lo - passaríamos a noite toda a ligar-lhe de hora em hora e, com um filtro de voz, dizer o nome de uma cor para desligar a chamada logo de seguida; se ele alguma vez nos tentasse ligar de volta, usaríamos uma gravação no telemóvel da Amara de uma operadora a dizer "o número para o qual ligou não se encontra atribuído".

-E eu trouxe o filtro de voz! - exclamou a Amara, apontando para a direção do meu quarto onde deixara a sua mochila. Ela passaria a noite comigo na minha cama, enquanto o Luke e o Ashton dividiriam o quarto de hóspedes.

-Agora não vale a pena começarmos, - comentou o Ashton, depois de ter olhado de relance para o seu relógio de pulso. - Acho que corre melhor se esperarmos que ele já esteja na cama, pronto a dormir; isso vai irritá-lo muito mais, tenho a certeza.

-Okay, eu vou ligar à Ayame, nesse caso; avisem-me quando for o jantar, - pediu o Luke, antes de se levantar do sofá e ir para o quarto de hóspedes para ter mais privacidade.

O Ashton olhou para mim.

-Importas-te que encomende umas pizzas? Nenhum de nós sabe cozinhar para salvar a vida, com talvez a exceção do Luke, e também não queremos que tenhas trabalho a cozinhar, ou assim.

Hesitei a responder, sentindo as minhas mãos a tremerem pela antecipação, mas assenti e mostrei ao Ashton onde estava o meu computador para ele poder encomendar o que queria. A Amara apercebeu-se da minha reação e franziu o sobrolho.

-Está tudo bem, Olivia? - perguntou-me.

-Sim, sim! - obriguei-me a sorrir-lhe. - Desculpa, estava só a lembrar-me de uma coisa.

Ela não pareceu convencida pela minha resposta, mas não pôde insistir no assunto porque, nesse momento, o meu telemóvel vibrou com uma mensagem. Abri-a de imediato para a Amara não ter mesmo oportunidade de continuar a conversa.

I Can't Remember • Michael Clifford {AU}Onde histórias criam vida. Descubra agora