Epílogo
-Credo! - exclamo, continuando a passar os olhos pelas minhas menções no Twitter. - O meu aniversário foi há dois dias e ainda estou a receber desejos de parabéns!
-Não te queixes, é sinal que gostam de ti, - riposta a Tatiana distraidamente enquanto tenta navegar pelas estradas desconhecidas. - Podes por favor largar o telemóvel e ajudar-me? Tu és sueca e eu sou russa, mas tens mais australiano em ti que eu e hás de saber os caminhos melhor que eu!
-Vira na próxima direita, depois na segunda à esquerda, depois na primeira à esquerda, depois na segunda saída da rotunda e andas sempre em frente até veres balões, - digo-lhe, antes de me voltar a virar para o meu telemóvel.
A Tatiana segue as minhas instruções e, quando vejo que estamos quase a chegar, abro a câmara frontal do meu telemóvel e ponho o lip gloss claro e brilhante que ela me atirou para as mãos depois de sairmos do avião.
-Estás pronta? - pergunta a Tatiana quando acaba de estacionar o carro.
-Tat, não tenho tempo de te responder a isso porque, como já deves ter reparado, estamos meia hora atrasadas.
Rimo-nos as duas e saímos do carro, enquanto eu ponho o robe e o chapéu verde-menta que recebi pelo correio na semana passada, antes de largarmos a correr em direção ao pátio. O vestido da Tatiana é tão curto que há momentos que vejo mais que o que gostaria, mas não digo nada.
Uma vez que o meu último nome começa por A e a segunda letra também é A, o meu lugar é, supostamente, o primeiro da primeira fila, o que torna quase impossível passar despercebida quando me vou sentar. Um rapaz que não conheço está a dar um discurso, pelo que olho para a última fila de alunos e vejo a Amara com as mãos sobre a boca e uma lágrima a escorrer-lhe pela cara. Pisco-lhe o olho.
Ninguém para além da Tatiana sabia do meu plano. Como o meu aniversário era dois dias antes da minha graduação e da Amara, conseguira convencer a escola a deixar-me acabar o ano letivo através de aulas on-line de maneira a ainda poder ir à graduação, e, na manhã do meu aniversário, despedi a minha mãe sem qualquer dúvida ou remorso e mudei-me para casa da Tatiana à espera do meu voo para Sidney.
Olho um pouco mais para trás e encontro, entre os membros da audiência, os meus amigos que andavam no outro colégio - o Ashton, a Sofía, a Ayame, o Luke, e, mais importante de todos, o Michael, que está tão chocado como a Amara.
O diretor começa a chamar nomes dos alunos para distribuir as medalhas e os diplomas, e o meu nome é logo o primeiro. Subo ao palco, aperto a mão do diretor e agradeço-lhe depois de ele me entregar ambos os objetos, mas, em vez de voltar ao meu lugar, vou à socapa até à zona dos convidados e corro para o colo do Michael, que me abraça com tanta força que me ficam a doer as costelas.
-Que raio estás a fazer aqui, Olivia!? - pergunta ele em choque total.
-Longa história, - rio-me.
-É bom ter-te de volta, miúda, - diz o Ashton, inclinando-se para o lado para pôr uma mão no meu ombro e apertá-lo gentilmente. - Fizeste falta. Mas és capaz de querer olhar para trás e ver o que provocaste com essa tua brilhante ideia.
Franzo o sobrolho e viro-me para trás, para encontrar a Amara, cujo apelido começa por O, a passar à frente de toda a gente para receber a medalha e o diploma o mais depressa possível.
O grupo desata todo a rir, incluindo eu que deixo a minha cabeça cair no ombro do Michael. Ele não hesita em pousar o seu queixo sobre o meu cabelo.
-Eu juro que parece que estou a sonhar e que vou acordar destroçado, - confessa o Michael.
-Sonho não é, se não estávamos os dois a ter o mesmo. E é à Tat que deves agradecer, não a mim; se não fosse ela, nada disto teria sido possível.
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I Can't Remember • Michael Clifford {AU}
Fanfiction{LIVRO TRÊS - HIGH SCHOOL SERIES} - ❝Eu não acredito que fui para a cama com uma modelo e que não me lembro...❞ © Mia 2015/2016