Com a ajuda das meninas, coloco Ashley dentro do táxi. Antes que eu entre, sinto alguém segurando meu ombro.
– Obrigada. – Diz Cecília, quando eu me viro. – Eu não sei o que faríamos se não tivesse atendido.
– Não foi nada. O que vai fazer com a casa? Me desculpe, mas está um caos.
– Eu dou um jeito.Depois disso, ficamos em silêncio por uns momentos até que ela se estica e beija minha bochecha. Fabrícia continua parada, no canto.
– Tchau, e obrigada de novo.
– Tchau, foi bom te conhecer! – Fabrícia finalmente diz algo.
– Tchau. – Sorrio para elas e entro no táxi. Ashley e o motorista (principalmente o motorista) já devem estar impacientes.Somos levados até a porta do condomínio de novo. Pago o homem e entro com Ashley.
– Boa noite, Pablo. – Ashley diz, ao entrar. – Seu bigode tá bonitão.
– Eu faço o que posso. – Ele brinca. – Agora vá, antes que seu pai acorde ou algo assim.Levo ela até a porta dos fundos e paro por um momento.
– Ashley? – Cochicho.
– Oi? – Ela cochicha de volta.
– Eu vou te guiar, tente não fazer nenhum barulho, certo? Se seu pai te ver nesse estado e descobrir que eu tive que sair para te buscar, vai explodir.
– Eu sei, tudo bem. – Ela dá uma risadinha. – Tô na porta do castelo e meu cavaleiro dourado vai me levar para dentro agora.
– Boba.Destranco a porta e abro-a devagar. Coloco a mão dela na minha cintura e começamos a entrar na casa, devagar. Vou iluminando o caminho com a luz fraca da tela do meu celular, e vamos até a porta do quarto dela totalmente em silêncio (lembre que para chegar tivemos até que subir escadas!).
– Pode me deixar aqui. – Ela diz, ainda meio bêbada.
– Tem certeza, não quer que eu entre com você até você deitar?
– Tenho, eu ainda vou lavar o rosto e me trocar. – Ela me beija na bochecha. – Até amanhã.
– Até amanhã.Ela entra no quarto e fecha a porta para abafar qualquer barulho e eu vou para o meu, exausto. Não é todo dia que esse tipo de coisa acontece com a gente.
•
Na manhã seguinte tudo parece ter corrido bem, porque acordo sozinho em casa. Então Denis e mamãe foram trabalhar, e Ashley deve estar na escola. Ainda parece meio surreal tudo isso que aconteceu de madrugada, para horas mais tarde voltarmos para nossas vidas normais.
– Totalmente normal. – Falo para mim mesmo.
Tomo meu banho, me escovo e me visto e vou procurar algo para comer. Como imaginado, tem algumas quitandas me esperando na sala de jantar. Depois de tomar meu café, vou para a sala, mas não chego a ligar a televisão e fico mexendo no meu celular, entediado. Pouco tempo depois, Ashley chega da escola.
– Bom dia. – Ela não está tão entusiasmada como costuma ser.
– Bom dia, como você tá?
– Acho que é ressaca. – Ela se senta do meu lado. – E você?
– Eu tô bem.Ficamos um tempo em total silêncio.
– Ei? – Ashley começa. – Obrigada.
– Por que?
– Por ter me buscado ontem. Eu bebi demais, não deveria ter feito isso. Enfim... Obrigada.
– Tudo bem. – Sorrio. – Irmão é pra essas coisas.
– Irmão é pra essas coisas. – Ela também sorri.Ficamos um tempo conversando até que Denis e mamãe chegam.
– Olá, vocês dois! – Minha mãe diz, entrando na frente. Logo em seguida vem Denis.
– Oi campeão! Oi princesa, como foi a festa ontem?
– Oi pai. Foi... Ahn, foi muito boa.
– Aproveitou bastante?
– Aproveitei sim, foi ótimo.
– Que bom, então. Se precisarem de mim, vou estar no escritório. – Ele anuncia, enquanto sobe as escadas.Assim que Denis e minha mãe saem de vista, Ashley se vira para mim com os olhos arregalados.
– Meu Deus, eu já achei que ele sabia de alguma coisa.
– Eu também fiquei um pouco tenso. Ele não desconfia de nada?
– Espero que não. – Ela respira fundo. – Tomara que não.
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Panda S/A
Teen FictionJosh, um brasileiro com o nome um tanto americano, não esperava que sua vida fosse mudar tanto de uma hora para outra. Ter que sair da sua vida cômoda em São Paulo para viver em outra cidade e com uma nova família não vai ser nada fácil. Descubra um...