~Capítulo 17~

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Eu me odeio por ser uma covarde, me odeio por ser impotente e me odeio por sempre fazer besteira, mas me odeio ainda mais por ser tão estúpida a pondo de fazer algo para magoar uma das pessoas mais importantes da minha vida, e ainda mais por dar tantas desculpas para não consertar meus erros dando a chance que Josh precisava para entrar na minha frente e acabar com qualquer chance – se existia alguma – de salvar a amizade que só percebi o tamanho da importância agora que provavelmente a perdi.

-Jeniffer? – bato na porta do quarto dela uma vez que o mordomo disse que não saíra daqui o dia inteiro desde a visita do namorado – Jeni?

Não quero e não posso desistir de falar com ela, de tentar me explicar se é que existe alguma explicação.

-Jeni por favor, precisamos conversar! – suplico e a porta abre.

Mas a visão que tenho aperta meu peito dilacerando meu coração. Seus olhos estão vermelhos e seu rosto inchados de tanto chorar, os cabelos bagunçados e a respiração ofegante evidenciando esforço.

-Veio ver se o que planejou surtiu efeito? – pergunta com frieza, uma frieza que vinda dela se iguala ao desespero de que minha família desmorone.

-Posso explicar...

– Tenho certeza que sim - dá um sorriso sem emoção me dando as costas e entrando no quarto

O quarto está destruído, os ursos de pelúcia que ela tanto ama estraçalhados e espalhados pelo lugar, uma parte da cortina da janela puxada e rasgada enquanto o que sobrou na janela ficou picotada, as roupas espalhadas pelo chão e os abajures antes de um rosa brilhante agora apenas pedaços de vidro espalhados.

-Na verdade você não vai explicar nada! – vira revoltada – Não tem esse direito.

Não há nada, nada da Jeniffer que conheço, e como poderia? Eu fiz o que tanto quis evitar que acontecesse com ela e agora tudo o que resta é amargura e dor.

-Eu sempre ficava chateada quando as pessoas me chamavam de ignorante, tapada, estúpida, mas elas estavam certas! Eu fui tão idiota! – Fala indignada – Achar que o Josh, um cara bonito, charmoso que poderia ter qualquer mulher que desejasse se interessaria por mim assim do nada? Mas é claro que tinha dedo seu nisso não é? Como eu pude ser tão cega?! Ele ainda chegou a comentar que tinha sido você quem falou de mim, mas eu jamais, jamais pensaria que você faria uma coisa assim, que brincaria com os meus sentimentos dessa forma...

-Eu não brinquei! - digo apressadamente -Juro para você que eu não brinquei com você e seus sentimentos, você sempre gostou dele eu só quis dar um empurrãozinho.

-Ah claro! E não prometeu nada em troca da gentileza dele em passar um tempo comigo?

-Não!

-NÃO MINTA PARA MIM!- Me assusto – Não vou mais deixar que me engane, você no mínimo insinuou algo.

-Foi ele quem te falou isso?

-Eu te conheço Hannah, se bem que já não tenho tanta certeza disso – diz com sarcasmo – Você sempre consegue o que quer, e agora eu sei que não importa os meios para isso.

-Jeni...

-Mas o que eu não entendo, é por quê? Por que me fazer passar por essa humilhação? Fazer com que ele fingisse interesse em mim, fingisse sentir atração por mim, você sabe como isso machuca? – as lágrimas voltam e sua voz sai embargada – E você sabia que eu o amava então por quê??!

- Não sei! Só queria me livrar de todos os problemas...

-Agora sou um problema para você??

-NÃO!! Eu precisava de você! Indiretamente mas precisava, mas você estava chateada, magoada, não sei e eu não tinha tempo para que ficassemos brigadas!! - não posso perdê-la - Me perdoa, por favor estou te implorando, o que eu fiz foi muito errado, não pensei direito mas estou arrependida.

Romance InesperadoOnde histórias criam vida. Descubra agora